Técnica de tumescência com lidocaína a 0,1 ou 0,32, em cadelas submetidas à mastectomia radical unilateral

Abstract

Objetivou-se, com este estudo, determinar e comparar a concentração mais efetiva de lidocaína, para tumescência em cadelas, na mastectomia radical unilateral por meio da avaliação de dor no período pós-operatório fazendo uso da Escala de Dor de Glasgow Modificada (EDGM) e dos filamentos de von Frey até 720 minutos pós extubação. Para tal, foram utilizadas 20 cadelas distribuídas aleatoriamente em dois grupos (n=10) de acordo com a concentração de lidocaína na solução tumescente. O grupo G1 recebeu a solução de tumescência com concentração de 0,1% de lidocaína e o grupo G2 recebeu solução com concentração de 0,32% do mesmo fármaco. Para pré-medicação empregou-se a associação de clorpromazina (0,3 mg/Kg) e meperidina (3 mg/Kg), pela via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com propofol (5 mg/Kg) e a manutenção com isofluorano. A solução tumescente na dose fixa de 15 mL/Kg foi ministrada no tecido subcutâneo da cadeia mamária, com o auxílio de cânula de Klein. A aferição dos parâmetros no período transanestésico foi padronizada em conformidade com o ato cirúrgico e contempla parâmetros cardiovasculares e respiratórios. A avaliação da dor no período pós-operatório se iniciou imediatamente após a extubação e 30, 60, 120, 240, 480 e 720 minutos após. As cadelas foram submetidas ao uso de terapia antimicrobiana terapêutica, com início no transcirúrgico. Empregou-se ANOVA e teste de Tukey para as variáveis paramétricas e teste de Friedman para as não paramétricas. Foi considerado valor de p 0,05 e não foram encontradas diferenças significantes entre os grupos nos parâmetros fisiológicos estudados. Em consonância não houve diferença nas avaliações de dor pelo método de von Frey e EDGM nos dois grupos. Concluiu-se que a técnica de tumescência com lidocaína a 0,1 ou 0,32% é eficaz, não causando alterações em parâmetros ventilométricos ou cardiovasculares significativos durante a cirurgia. As duas concentrações foram capazes de promover 12 horas de analgesia pós-operatória, sem a necessidade de resgate analgésico.

The aim of this study was to determine and compare the most effective concentration of lidocaine, for tumescence in bitches, treated with unilateral radical mastectomy, through the evaluation of pain in the postoperative period using the Modified Glasgow Pain Scale and von Frey Filaments up to 720 minutes after extubation. For this, 20 bitches were randomly distributed into two groups (n = 10). The group G1 received lidocaine tumescent solution at 0,1% and the G2 group received a 0,32% solution of the same drug. The dogs were premedicated with the combination of chlorpromazine (0.3 mg/kg) and meperidine (3 mg/kg). Anesthetic induction was performed with propofol (5 mg/kg) and maintenance with isoflurane. The lidocaine solutions solution at the fixed dose of 15 mL/kg was applied in the subcutaneous tissue of the mammary chain using a Klein's cannula. The observation of the intraoperative parameters were standardized according to the surgical procedure and pain evaluation in the postoperative period started immediately after extubation and at 30, 60, 120, 240, 480 and 720 minutes after this. ANOVA and Tukey's test were used for the parametric variables and Friedman test for the non-parametric data. A p value of 0.05 was considered. There were no significant differences among groups in the physiological parameters studied. In agreement, there was no difference in the pain scores by the von Frey Filaments method and Modified Glasgow Pain Scale in both groups. The conclusion is that the tumescence technique with 0,1 or 0,32% lidocaine is effective, causing no significant changes in ventilatory or cardiovascular parameters during surgery. Both concentrations were able to promote 12 hours of postoperative analgesia without needing any analgesic rescue.