Publicação: Estratégias de visibilidade de movimentos sociais da juventude na sociedade midiatizada
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Data
Autores
Orientador
Luvizotto, Caroline Kraus 

Coorientador
Pós-graduação
Comunicação - FAAC
Curso de graduação
Título da Revista
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Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Diante da tarefa de compreender como a midiatização se instaura no campo político, alterando significativamente as formas de ver e de ser visto, é preciso olhar para o conjunto heterogêneo de atores que participam desses processos. Entre eles, estão os movimentos sociais, que precisam negociar com os critérios de acesso e as lógicas de mídia que constrangem a ação dos atores que pretendem conquistar um lugar no debate público. A injunção da visibilidade, junto aos processos de midiatização, tanto tensiona movimentos sociais a negociar com lógicas de mídia, quanto possibilita experimentações sociais que podem levar a transgressões dessas normas, com resultados variados. Frente a esse contexto, questionamos: de que forma os movimentos sociais contemporâneos formulam suas estratégias de visibilidade? O objetivo geral é compreender de que forma os processos de midiatização se manifestam nas estratégias de visibilidade de movimentos sociais contemporâneos. Como objetos de pesquisa, escolhemos movimentos sociais que se orientam por lógicas divergentes: o Levante Popular da Juventude e o Movimento Brasil Livre. Aliamos as perspectivas teóricas institucional e socioconstrutivista dos processos de midiatização para compatibilizar a abordagem da teoria de movimentos sociais que equilibra estrutura e agência. Entendemos que a visibilidade constitui um campo dinâmico de disputas configurado por interações midiatizadas. Partimos de uma abordagem interacional da estratégia, que considera meios e fins de jogadores que buscam se influenciar em determinadas arenas. Na pesquisa empírica, exploramos a perspectiva dos jogadores, descrevendo processos de formulação, execução e avaliação das estratégias de visibilidade por meio de questionário e entrevistas em profundidade com atores dos movimentos sociais; e as estratégias em arenas que apresentam lógicas para as interações, por meio da análise das inserções dos movimentos em meios noticiosos e de postagens no Facebook, identificando padrões de atuação. Defendemos a tese de que a injunção de formas midiatizadas de visibilidade tensiona movimentos sociais a acionarem lógicas de mídia por meio dos incentivos e constrangimentos oferecidos pelas estruturas de oportunidades midiáticas, que conformam os usos dos repertórios de ação coletiva, movimentando o conhecimento socialmente compartilhado sobre as formas possíveis de reivindicar. Os conjuntos de incentivos e constrangimentos oferecidos em subarenas que compõem a esfera de visibilidade pública podem ser mais ou menos compatíveis com a orientação estratégica geral dos movimentos sociais que se engajam em interações estratégicas com outros jogadores, apresentando vantagens para os atores com os quais tem afinidade, contribuindo para uma distribuição desigual da visibilidade. O tensionamento para acionar lógicas de mídia, assim como as incompatibilidades entre lógicas de jogadores e arena, são equilibrados na agência, em que atores de movimentos sociais ponderam os ganhos e perdas e optam por assimilar, negociar ou transgredir as regras colocadas ao formular suas estratégias de visibilidade. Concluímos que compatibilizar as lógicas dos movimentos sociais e as lógicas da arena é um desafio estratégico essencial colocado para esses atores com os processos de midiatização.
Resumo (inglês)
Faced with the task of understanding the mediatization of politics, that significantly changes the ways of seeing and being seen, we must look at the heterogeneous set of actors that participate in these processes. Among them are the social movements, which need to negotiate with access criteria and the media logics that constrain the actions of actors who intend to conquer a place in the public debate. The injunction of visibility, whitin mediatization processes, both tensions social movements to negotiate with media logics, and enables social experiments that can lead to transgressions of these norms, with varied results. Based on this context, we question: how do contemporary social movements formulate their visibility strategy? This research aims to understand how visibility strategies of contemporary social movements manifests mediatization processes. We chose as research objects youth social movements that are guided by divergent logics: the Levante Popular da Juventude and the Movimento Brasil Livre. We drow on the institucional and socioconstructivist theoretical perspectives of mediatization to make compatible the approach of social movements theory that balances structure and agency. We understand that visibility constitutes a dynamic field of disputes configured by mediatized interactions. We are based on an interactional approach of strategy, which considers means and ends of players who seek to influence themselves in certain arenas. In the empirical research, we explored the player’s perspective, describing processes of formulation, execution and evaluation of visibility strategy through a questionnaire and in-depth interviews with actors of social movements; and strategies in arenas that present logics for interactions, through the analysis of insertions of movements in news media and Facebook posts, identifying patterns of action. We defend the thesis that the injunction of mediatized forms of visibility forces social movements to trigger media logics through the incentives and constraints offered by the media opportunity structure, which shape the uses of collective action repertoires, moving socially shared knowledge about possible ways to claim. The sets of incentives and constraints offered in sub-arenas that constitures the sphere of public visibility may be more or less compatible with the general strategic orientation of social movements that engage in strategic interactions with other players, presenting advantages for the actors with which they have an affinity, contributing to an uneven distribution of visibility. The tension to trigger media logics, as well as the incompatibilities between player and arena logics, are balanced in agency, in which social movement actors weigh gains and losses and choose to assimilate, negotiate or transgress the rules placed when formulating their visibility strategy. We conclude that reconciling the logics of social movements and the logics of the arena is an essential strategic challenge posed to these actors with the mediatization processes.
Descrição
Palavras-chave
Midiatização, Midiatização da política, Estratégias de visibilidade, Repertórios de ação coletiva, Movimentos sociais, Mediatization, Mediatization of politics, Social movements, Visibility strategy, Repertories of collective action
Idioma
Português