Resposta imune de fase aguda em morcegos: uma abordagem experimental
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Data
Autores
Orientador
Cruz-Neto, Ariovaldo 

Coorientador
Pós-graduação
Ecologia, Evolução e Biodiversidade - IB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Apesar do objetivo conservador, as respostas imunes dos animais são profundamente moldadas por uma variedade de fatores fisiológicos, ecológicos, ambientais e evolutivos. Os estudos que tentam compreender as causas e consequências de tal variação levaram ao estabelecimento do campo da ecoimunologia. A resposta de fase aguda (RFA) é um componente central da resposta imune inata e representa a primeira linha de defesa imunológica usada em resposta a infecções. Embora vários estudos com vertebrados tenham relatado a ativação dos componentes fisiológicos e comportamentais da RFA após o desafio imune, houve grande variabilidade na magnitude da ativação. Algumas destas diferenças podem refletir, até certo ponto, diferenças no período de estimulação da RFA (atividade e repouso) e na concentração do agente estimulador (lipopolissacarídeo: LPS). Por outro lado, a função imunológica pode ser suprimida ou estimulada pela exposição a fatores ambientais que mudam rapidamente, como temperatura e disponibilidade de alimentos. O aumento da temperatura ambiente (TA) e redução na disponibilidade de alimentos (RA) são duas das consequências sinérgicas mais importantes das mudanças climáticas e da perda e fragmentação de habitats, entretanto, poucos estudos testaram seus efeitos combinados na resposta imune induzida. O estudo se propôs a avaliar a interação entre a magnitude da dose de LPS e o período de estimulação nos componentes fisiológicos e comportamentais da RFA, bem como os efeitos isolados e combinados da TA e FA sobre a magnitude dessas respostas, utilizando o morcego frugívoro Carollia perspicillata como animal modelo. Previmos que: a magnitude da resposta dos componentes da RFA avaliados seria dependente da dose e/ou do período de estimulação; TA e RA bem como os efeito combinado de ambos os fatores atenuaria ou exacerbaria a magnitude da resposta dos componentes da RFA e a capacidade bactericida do plasma. Os resultados indicam uma redução mais acentuada na ingestão alimentar em doses de LPS mais altas durante o período ativo, e um aumento da razão neutrófilos/linfócitos (N/L) mais acentuado durante o período ativo, independentemente da dose. Além disso, o aumento da temperatura da pele durou mais tempo após doses mais altas de LPS, independentemente do período das injeções. A capacidade bactericida e a maioria dos componentes da RFA não foram afetados por mudanças de curto prazo na disponibilidade de alimentos e na temperatura ambiente. Por outro lado, a N/L aumentou em morcegos expostos à baixa disponibilidade de alimentos e alta temperatura ambiente.
Resumo (inglês)
Despite the conservative goal, animal immune responses are profoundly shaped by a variety of physiological, ecological, environmental, and evolutionary factors. Studies attempting to understand the causes and consequences of such variation have led to the establishment of the field of ecoimmunology. The acute phase response (APR) is a central component of the innate immune response and represents the first line of immunological defense used in response to infections. Although several studies in vertebrates have reported activation of the physiological and behavioral components of the APR following immune challenge, there was great variability in the magnitude of activation. Some of these differences may reflect, to some extent, differences in the period of APR stimulation (activity and rest) and in the concentration of the stimulating agent (lipopolysaccharide: LPS). Conversely, immune function can be suppressed or stimulated by exposure to rapidly changing environmental factors, such as temperature and food availability. Increased environmental temperature (AT) and reduced food availability (RA) are two of the most important synergistic consequences of climate change and habitat loss and fragmentation; however, few studies have tested their combined effects on the induced immune response. The study aimed to evaluate the interaction between the magnitude of the LPS dose and the period of stimulation on the physiological and behavioral components of APR, as well as the isolated and combined effects of AT and RA on the magnitude of these responses, using the fruit bat Carollia perspicillata as a model animal. We predicted that: the magnitude of the response of the APR components evaluated would be dependent on the dose and/or the period of stimulation; AT and RA as well as the combined effect of both factors would attenuate or exacerbate the magnitude of the response of the APR components and the bactericidal capacity of the plasma. The results indicate a more pronounced reduction in food intake at higher LPS doses during the active period, and a more pronounced increase in the neutrophil/lymphocyte ratio (N/L) during the active period, regardless of the dose. Furthermore, the increase in skin temperature lasted longer after higher doses of LPS, regardless of the period of injections. The bactericidal capacity and most APR components were not affected by short-term changes in food availability and environmental temperature. On the other hand, the N/L increased in bats exposed to low food availability and high ambient temperature.
Descrição
Palavras-chave
Morcegos, Sistema imunológico, Lipopolissacarídeos, Restrição calórica, Altas temperaturas, Chiroptera, Bats, Immune system, Lipopolysaccharide, Caloric restriction, High temperatures
Idioma
Português

