Estudo da relação entre a posição do canal infraorbital, seio maxilar e padrões faciais: avaliação por tomografia computadorizada de feixe cônico

Abstract

O conhecimento das relações anatômicas do nervo infraorbital, como a localização, comprimento e trajeto do canal infraorbital (CIO) e sua relação com o seio maxilar (SM) é importante para procedimentos cirúrgicos na região, pois as estruturas craniofaciais podem variar de acordo com os padrões faciais. O presente trabalho avaliou, estas estruturas, por meio de imagens de tomografias computadorizadas de feixe cônico (TCFC). O CIO foi classificado em tipo 1, 2, 3 e 4, conforme sua relação com o seio maxilar. Foi mensurado o comprimento e a distância do deslocamento do CIO e o volume dos SM nos três padrões faciais. A direção do deslocamento do CIO foi avaliada qualitativamente. Por meio do software OnDemad 3D Dental foram classificadas 246 imagens de TCFC, sendo 104 indivíduos braquifaciais, 76 de dolicofaciais e 66 de mesofaciais. Com o mesmo software foram avaliados os parâmetros propostos. A volumetria dos SM foi obtida por meio do software ITKSNAP. Os dados coletados foram submetidos ao teste de normalidade Shapiro-Wilk. Foi realizada estatística descritiva, e para a estatística inferencial, foram utilizados os testes: t, Anova associada a post-hoc de Tukey, Mann Whitney e Kruskal-Wallis associado a post-hoc de Dunn. O nível de significância para os testes foi de p ≤ 0,05. Concluímos que o CIO tipo 3 foi o mais prevalente, seguido do tipo 1 e 2, independente do padrão facial. A média do comprimento do CIO foi maior no sexo masculino nos três padrões faciais, com diferença estatisticamente significativa nos padrões braquifacial (p=0,003) e mesofacial (p=0,034). A direção de deslocamento inferomedial do CIO foi a mais prevalente (52,61%) e a distância do deslocamento foi maior no sexo masculino com diferença estatisticamente significativa no padrão dolicofacial (p=0,035). Houve diferença estatisticamente significante no volume do SM entre os padrões mesofacial e dolicofacial com o CIO do tipo 3 (p=0,012), e no braquifacial, o sexo masculino apresentou maior volume (p=0,035).

Knowledge of the anatomical relationships of the infraorbital nerve, such as the location, length, and path of the infraorbital canal (IOC) and its relationship with the maxillary sinus (MS), is important for surgical procedures in the region, since craniofacial structures can vary according to facial patterns. This study evaluated these structures using cone beam computed tomography (CBCT) images. CIO was classified into types 1, 2, 3, and 4 based on its relationship with the maxillary sinus. The length and distance of the IOC displacement and the volume of the MS were measured in the three facial patterns. The direction of the IOC displacement was evaluated qualitatively. Using the OnDemad 3D Dental software, 246 CBCT images were classified, of which 104 were brachyfacial, 76 were dolichofacial and 66 were mesofacial. The proposed parameters were evaluated using the same software. The volumetry of the MS was obtained using the ITK-SNAP software. The collected data were subjected to the Shapiro-Wilk normality test. Descriptive statistics were performed, and for inferential statistics, the following tests were used: t-test, ANOVA associated with Tukey's post-hoc, Mann–Whitney, and Kruskal-Wallis associated with Dunn's post-hoc. The significance level for the tests was p≤0.05. We concluded that type 3 IOC was the most prevalent, followed by types 1 and 2, regardless of the facial pattern. The mean IOC length was greater in males in the three facial patterns, with a statistically significant difference in the brachyfacial (p=0.003) and mesofacial (p=0.034) patterns. The inferomedial IOC displacement direction was the most prevalent (52.61%), and the displacement distance was greater in males with a statistically significant difference in the dolichofacial pattern (p=0.035). There was a statistically significant difference in the volume of SM between the mesofacial and dolichofacial patterns with type 3 CIO (p=0.012), and in the brachyfacial, the male sex presented a greater volume (p=0.035).