Ecofisiologia de macroalgas expostas à acidificação: bioensaios frente às mudanças climáticas.

Abstract

A acidificação do oceano influencia a composição química do mar e pode causar efeitos consideráveis nos ecossistemas aquáticos. A Ulva lactuca, uma macroalga essencial nos ecossistemas costeiros, pode ser impactada de várias formas pela acidificação, incluindo a diminuição da taxa de crescimento, mudanças na composição química e alterações na estrutura do ecossistema. A capacidade desta espécie de tolerar mudanças de temperatura e luminosidade é extensivamente pesquisada. Esta característica tem sido observada em regiões com temperaturas que oscilam entre 0° C e 28°C, sendo a maior taxa de crescimento registrada entre 10 e 15 °C. Em temperaturas que variam de 7°C a 10°C, U. lactuca é capaz de se adaptar a níveis reduzidos de radiação luminosa, além de tolerar uma ampla gama de variações de salinidade. Portanto, levando em conta a tolerância a alterações ambientais a vasta distribuição mundial e a abundância de algas do gênero Ulva, esses seres parecem ser modelos promissores para a avaliação de agentes estressores ambientais, tais como a acidificação dos oceanos. As macroalgas, seres que realizam fotossíntese e têm um papel fundamental nos ecossistemas costeiros, surgem como potenciais parceiras na atenuação dos impactos da acidificação. Ademais, a variedade funcional das macroalgas possibilita que diversas espécies ocupem diversos nichos, fortalecendo a resiliência dos ecossistemas marinhos. A alteração do pH pode afetar a cadeia alimentar marinha e a biodiversidade, comprometendo a pesca e a segurança alimentar. A compreensão e mitigação da acidificação oceânica são essenciais para a preservação dos oceanos e dos serviços que eles fornecem ao planeta. Com as mudanças climáticas e a acidificação dos oceanos, as algas estão enfrentando novos desafios. A ecofisiologia das algas investiga como essas mudanças afetam a sua fisiologia, distribuição geográfica e suas interações com outros organismos. Entender as funções ecológicas dos oceanos e fomentar sua preservação é crucial para lidar com os desafios trazidos pela acidificação e assegurar a sustentabilidade marinha.

Ocean acidification influences the chemical composition of the sea and can have significant effects on aquatic ecosystems. Ulva lactuca, an essential macroalgae in coastal ecosystems, can be impacted in several ways by acidification, including decreased growth rate, changes in chemical composition, and alterations in ecosystem structure. The ability of this species to tolerate changes in temperature and light is extensively researched. This characteristic has been observed in regions with temperatures ranging from 0°C to 28°C, with the highest growth rate recorded between 10 and 15°C. At temperatures ranging from 7°C to 10°C, U. lactuca is able to adapt to reduced levels of light radiation, in addition to tolerating a wide range of salinity variations. Therefore, considering the tolerance to environmental changes, the vast worldwide distribution and the abundance of algae of the genus Ulva, these beings appear to be promising models for the evaluation of environmental stressors, such as ocean acidification. Macroalgae, beings that perform photosynthesis and play a fundamental role in coastal ecosystems, emerge as potential partners in mitigating the impacts of acidification. Furthermore, the functional variety of macroalgae allows several species to occupy different niches, strengthening the resilience of marine ecosystems. Changes in pH can affect the marine food chain and biodiversity, compromising fisheries and food security. Understanding and mitigating ocean acidification are essential for the preservation of the oceans and the services they provide to the planet. With climate change and ocean acidification, algae are facing new challenges. The ecophysiology of algae investigates how these changes affect their physiology, geographic distribution and their interactions with other organisms. Understanding the ecological functions of the oceans and promoting their preservation is crucial to dealing with the challenges brought by acidification and ensuring marine sustainability.