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Publicação:
Hoje não morro: pacientes que tentam suicídio no contexto da saúde pública - reflexões psicanalíticas

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Orientador

Abrão, Jorge Luís Ferreira

Coorientador

Pós-graduação

Psicologia - FCLAS 33004048021P6

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

A clínica do suicídio suscita no profissional, independentemente se inserido em um contexto clínico ou institucional, reflexões que dizem respeito não simplesmente à sua prática profissional e à ética que o orienta, mas também acerca dos sentimentos do seu próprio estado de desamparo e do seu desejo de vida. A presente pesquisa busca abordar o tema do suicídio por meio de discussões permeadas pelo referencial psicanalítico, advindas das reverberações e ressonâncias do interjogo subjetivo entre o paciente, que é atendido após uma tentativa de suicídio, e a pesquisadora, que atua como psicóloga há cerca de dez anos no hospital localizado na cidade de São Paulo, onde decorre esse estudo. Assim, a partir de treze atendimentos, destaca-se a experiência sensível desses encontros: são apresentados os pensamentos, sentimentos, manifestações corporais e as implicações da técnica decorrentes do manejo com esse público após seu atendimento no Pronto-Socorro. Acredita-se, portanto, que por meio da escuta daqueles cujo suicídio não foi consumado pode-se avançar nesse campo, dominado, massivamente, por um discurso médico e psiquiátrico, reverberando, por conseguinte, em políticas públicas que não necessariamente representam o sofrimento desses sujeitos. O material é organizado em quatro subtítulos, pensados a partir das mobilizações que se sobressaíram: no primeiro são abordados aqueles casos cuja comunicação se endereça como um pedido por auxílio, uma tentativa de continuar vivendo; na segunda seção são abordados os emaranhados da transferência – contratransferência nos estados de desesperança e enlouquecimento no terceiro analítico; na sequência, são destacados os atendimentos aos pacientes historicizados por episódios de violências, traumas e dor; e por fim, são retratadas as vicissitudes no que tange à triangularidade, ou seja, os desafios imbrincados na tentativa de manter a qualquer custo a dualidade com o objeto. Nas discussões, busca-se primeiramente refletir acerca de problemáticas institucionais como, por exemplo, as dificuldades nos fluxos e encaminhamentos dos casos coletados durante a pandemia do Coronavírus. As implicações técnicas no manejo com esses pacientes são ilustradas na sequência, com destaque para a abordagem com aqueles que operam em estados primitivos da mente, comunicando-se predominantemente via identificação projetiva. Nessas situações, frisa-se a importância de transitar entre os espaços de enlouquecimento e sanidade, além de conseguir sustentar um estado de tensão dialética – vida e morte, bom e mau, saber e desconhecer, amar e odiar, perder-se e reencontrar-se. Por fim, em vias de conclusão, aponta-se que para além do manejo técnico, o analista precisa estar envolto a uma ética para o contemporâneo que se entrelaça com a ética da clínica psicanalítica; nesse sentido, a urgência de um esforço coletivo em detrimento de um esforço individual firma-se como uma luta necessária para que o sofrimento psíquico dos pacientes encontre ressonâncias.

Resumo (inglês)

The suicide clinic raises in the professional, regardless if he is inserted in a clinical or institutional context, reflections that concern not simply to his professional practice and the ethics that guides him, but also about the feelings of his own state of helplessness and his desire for life. This research seeks to address the topic of suicide through discussions permeated by the psychoanalytic framework, arising from the reverberations and resonances of the subjective interplay between the patient, who is attended after a suicide attempt, and the researcher, who has been a psychologist for about ten years at the hospital located in the city of São Paulo, where this study takes place. Thus, from thirteen visits, the sensitive experience of these meetings is highlighted: the thoughts, the feelings, the body manifestations and the implications of the technique resulting from the management with this public after their attendance in the Emergency Room. It is believed, therefore, that by listening to those whose suicide was not consummated, one can advance in this field, massively dominated by a medical and psychiatric discourse, reverberating, therefore, policies that do not necessarily represent the suffering of these persons. The material is organized in four subtitles, thought from the mobilizations that stood out. In the first one, the communication is addressed as a request for assistance, an attempt to continue living; in the second section are addressed the entanglements of transference - countertransference in the states of hopelessness and madness in the analytic third; in the sequence, is highlighted the care with patients historicized by episodes of violence, trauma and pain. Finally, the vicissitudes related to triangularity are portrayed, that is, the intrinsic challenges to the attempt to maintain duality with the object at any cost. In the discussions, we first seek to reflect on institutional problems, such as the difficulties in the flows and referrals of cases collected during the Coronavirus pandemic. The technical implications in the management with these patients are illustrated in the sequence, highlighting the approach with those who operate in primitive states of mind, communicating predominantly via projective identification. In these situations, the importance of transiting between the spaces of madness and sanity is emphasized, as well as being able to sustain a state of dialectical tension - life and death, good and bad, knowing and not knowing, loving and hating, losing and finding each other again. Finally, in the process of conclusion, it is pointed out that in addition to technical management, the analyst must be involved in an ethics for the contemporary that is intertwined with the ethics of the psychoanalytic clinic. In this sense, the urgency of a collective effort at the expense of an individual effort is established as a necessary struggle for the psychic suffering of patients to find resonances.

Descrição

Palavras-chave

Suicídio, Psicanálise, Pronto-Socorro, Saúde pública, Emergências médicas, Suicide attempts, Psychoanalysis, Emergency-Room, Public health, COVID-19

Idioma

Português

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