A prática pedagógica de professores da Educação Infantil e a Relação Criança-Natureza: : desafios e possibilidades

Abstract

Os estudos e pesquisas sobre as infâncias têm avançado significativamente nos últimos anos, levando-nos a refletir cada vez mais sobre a redefinição dos ambientes escolares e das práticas pedagógicas com o objetivo de promover o desenvolvimento integral das crianças. O brincar livre e o contato com a natureza auxiliam a criança a reconhecer-se como parte integrante do mundo ao seu redor. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, teve como objetivo conhecer a prática pedagógica de dez professores que atuam em salas de crianças entre 4 e 5 anos, que compreendem a 2ª Etapa da Educação Infantil de um município do interior de São Paulo, com foco na relação entre a criança e a natureza. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com o objetivo de investigar se (e como) os professores desta etapa desenvolvem atividades em sua rotina escolar que promovam essa interação entre a criança e a natureza, além de identificar as dificuldades enfrentadas pelos docentes e as estratégias utilizadas para superá-las. Desse modo, esta pesquisa procurou responder ao seguinte questionamento: Os espaços escolares têm contribuído para a aproximação da criança com a natureza? Para isso, este trabalho se debruçou a investigar se, e como, os professores da Educação Infantil desenvolvem atividades com as crianças que envolvam o contato com a natureza. Como objetivos específicos procurou-se conhecer quais práticas os professores desenvolvem com as crianças assim como verificar se houve dificuldades encontradas pelos docentes para a práticas destas atividades. Além disso a formação inicial e continuada dos profissionais da Educação Infantil foi um dos temas de investigação, especialmente no que diz respeito à relação da criança com a natureza. Os dados obtidos foram analisados de acordo com os princípios da análise de conteúdo e evidenciaram que a aproximação da criança com a natureza acontece no ambiente escolar, porém um dos entraves encontrados pelos docentes foram as adaptações estruturais que, muitas vezes, acontecem na escola de modo a atender a demanda crescente de alunos. A falta de formação acerca da temática também desponta como fator de preocupação entre os professores que, com frequência, sentem falta de embasamento científico para repertoriar a sua prática.

Studies and research on childhood have advanced significantly in recent years, leading us to reflect increasingly on the redefinition of school environments and pedagogical practices with the aim of promoting children's integral development. Free play and contact with nature help children better understand their essence and recognize themselves as an integral part of the world around them. It is in nature that children establish relationships and experience significant experiences. This qualitative research aims to understand the pedagogical practices of early childhood education teachers in the 2nd Stage, in a municipality in the interior of São Paulo, focusing on the relationship between the child and nature. For this purpose, semi-structured interviews were conducted to investigate whether (and how) teachers at this stage develop activities in their school routine that promote this interaction between the child and nature, as well as to identify the difficulties faced by teachers and the strategies used to overcome them. Thus, this research seeks to answer the following question: Have school spaces contributed to the child's approach to nature? For this, the initial and continuing education of early childhood education professionals was one of the research themes, especially regarding the child's relationship with nature. The data obtained were analyzed according to Bardin's principles (1970) and evidence that the child's approach to nature occurs in the school environment, however, one of the obstacles encountered by teachers was the structural adaptations that, often, happen at school to meet the growing demand for students. The lack of adequate training on the subject also stands out as a concern among teachers who, frequently, feel a lack of scientific basis to repertoire their practice.