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O encontro de si e a afirmação da identidade como forma de resistência em produções chicanas

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Orientador

Fernandes, Giséle Manganelli

Coorientador

Pós-graduação

Letras - IBILCE

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esta dissertação, partindo de uma perspectiva decolonial, traz à baila autores, teóricos e críticos chicanos, que refletiram não só sobre a identidade chicana, mas também sobre o desenvolvimento de sua cultura no território estadunidense. A partir da leitura de duas obras de autores chicanos que exploram essas questões — ...y no se tragó la tierra /...and the Earth Did Not Devour Him, de Tomás Rivera, publicado originalmente em 1971, e I Am Not Your Perfect Mexican Daughter, de Erika L. Sánchez, publicado em 2017 — buscamos evidenciar a manutenção do status quo ao contrastarmos os temas e motivos desenvolvidos nesses textos separados por quase meio século. A imigração para os Estados Unidos é fomentada pela narrativa do Sonho Americano e pela ideia de o país ser a “terra das oportunidades”, mas a opressão sofrida inicia-se com a dificuldade de acesso ao visto de residência permanente, o que leva muitos imigrantes a viverem sem documentos, tendo seus direitos e liberdades cerceados no país, sob risco de deportação. Além disso, a cultura hegemônica estadunidense fechou-se em uma ideologia na qual quem não é anglo-saxão é o “outro” e não deve ter voz nem lugar no país. Portanto, refletimos sobre como a autorrepresentação se deu de modo a questionar estereótipos e princípios preconceituosos, não só da cultura hegemônica, mas também da própria cultura mexicana herdada dentre os chicanos. Dessa forma, como fundamentação teórica, apresenta-se Stuart Hall (2003, 2006) e Castells (2008) para falar da formação da identidade na modernidade tardia, e os teóricos e críticos Hinojosa (1975, 1986), Paredes (1978, 1981), Arce (1981), Calderón (1982), Sánchez Escobar (1991), Rodríguez (1996), Mato (1998), Belgrad (2004), Moya (2005), Camarillo (2013), Chávez (2013) e Muñoz Jr. (2013) para tratar da formação da identidade e da literatura chicana de maneira específica. A seguir, trazemos à baila as teóricas e críticas feministas Zinn (1980), Mora (1986), Martínez (2017), Garcia (1989), Candelaria (1980) e Anzaldua (1987, 2000, 2012) para pontuar as mazelas encontradas dentro da própria comunidade em respeito aos papeis de gênero nas culturas chicanas e anglo. Além disso, Rivero (2005) e Morales (2018) trabalham a questão da pan-identidade latina atual. Por fim, este trabalho dialoga com a fortuna crítica de ambas as obras estudadas (Saldívar (1979), Barrios (2024), Cantú-Sánchez (2018), Cummings e Infante-Sheridan (2018), Grajeda (1979), Gomez (2020), Leal (1986), Olivares (1991), Pino Jr. (1975), Ramirez (2019), Rocard (1974), Rodriguez (2020), Rodríguez (2019), Santos (2019), Seliger (2009) e Socha (2009)). Com isso, evidenciou-se a persistência das péssimas condições de trabalho às quais a maioria da população mexicano-americana está submetida, por medo da deportação, além de terem migrado do trabalho do campo para o da cidade. A educação é vista como uma esperança para conseguir oportunidades melhores, enquanto a religião é representada de forma dual: de um lado, acolhedora, alenta a angústia dos chicanos, sobretudo dos mais velhos; de outro, amansa-os para continuarem suportando as violências sem se rebelarem. Na narrativa contemporânea, o discurso feminista adiciona outras camadas de complexidade à crítica ao cristianismo e à fé, como as discordâncias em relação aos papéis de gênero e à homofobia. Por fim, percebe-se o Sonho Americano não fazer parte do cotidiano de uma parte considerável dos chicanos, pois eles não sonham em ficar ricos, mas somente em melhorar as condições nas quais se encontram.

Resumo (inglês)

This thesis, from a decolonial perspective, examines works by Chicano authors, theorists, and critics who have not only reflected on Chicano identity but also on the development of their culture in the United States. The United States has historically fostered immigration through the promotion of the American Dream and the notion that the country represents a “land of opportunities.” The oppression suffered by these people, however, begins with the difficulty of accessing a permanent residence visa, which leads many immigrants to live undocumented, having their rights and freedoms curtailed in the country, at the risk of deportation. Secondly, the hegemonic culture in the United States has adopted an ideology wherein individuals who are not of Anglo-Saxon descent are regarded as “the other” and are consequently denied a voice and a place in the country. In order to elucidate the ways in which the status quo is maintained, this study contrasts the themes and motifs developed in two narratives written by Chicano authors that explore these issues. The first is ...y no se tragó la tierra /...and the Earth Did Not Devour Him, by Tomás Rivera, originally published in 1971, and the second is I Am Not Your Perfect Mexican Daughter, by Erika L. Sánchez, published in 2017. The works were separated by almost half a century. To this end, the investigation shows how self-representation took place to throw into question stereotypes and prejudice, not only of the hegemonic culture, but also of the inherited Mexican culture itself. The theoretical basis for this aim is Stuart Hall (2003, 2006) and Castells (2008) to talk about identity formation in late modernity, and the theorists and critics Hinojosa (1975, 1986), Paredes (1978, 1981), Arce (1981), Calderón (1982), Sánchez Escobar (1991), Rodríguez (1996), Mato (1998), Belgrad (2004), Moya (2005), Camarillo (2013), Chávez (2013) and Muñoz Jr. (2013) to deal specifically with the formation of Chicano identity and literature. Next, we bring up the feminist theorists and critics Zinn (1980), Mora (1986), Martínez (2017), Garcia (1989), Candelaria (1980) and Anzaldua (1987, 2000, 2012) to point out the problems found within the community itself regarding gender roles in Chicano and Anglo cultures. In addition, Rivero (2005) and Morales (2018) work on the issue of current Latinx pan-identity. Finally, this work dialogues with the critical fortune of both works studied (Saldívar (1979), Barrios (2024), Cantú-Sánchez (2018), Cummings and Infante-Sheridan (2018), Grajeda (1979), Gomez (2020), Leal (1986), Olivares (1991), Pino Jr. (1975), Ramirez (2019), Rocard (1974), Rodriguez (2020), Rodríguez (2019), Santos (2019), Seliger (2009) and Socha (2009)). The persistence of the terrible working conditions to which the majority of the population is subjected for fear of deportation, migrating from the countryside jobs to the city ones, was highlighted. In addition, education is seen as a hope for better opportunities, while religion is portrayed in a dual way: on the one hand, it is welcoming, soothing the anguish of the Chicanos, especially the elderly; on the other, it tames them so that they can continue to endure the violence without rebelling. In the contemporary narrative, the feminist discourse adds other layers of complexity to the criticism of Christianity and faith, such as the dissonance of gender roles and homophobia. Finally, it is noticed that the American Dream is not part of the Chicanos’ daily lives, since they do not dream of becoming rich, but only of improving the conditions in which they find themselves.

Descrição

Palavras-chave

Chicanos, Identidade, Literatura contemporânea, Estudos culturais, Resistência, Chicanos, Identity, Contemporary literature, Cultural studies, Resistence

Idioma

Português

Citação

BELLOUBE, Yuri. O encontro de si e a afirmação da identidade como forma de resistência em produções chicanas. Dissertação (Mestrado em Letras). 2025 – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas (Ibilce), São José do Rio Preto, 2025.

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