Publicação: Fatores associados ao estádio clínico, mortalidade e sobrevida de mulheres com câncer de mama no estado de São Paulo
Carregando...
Data
Autores
Orientador
Nascimento, Cristiane Murta Ramalho 

Coorientador
Pós-graduação
Saúde Coletiva - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Objetivos: Investigar o efeito das desigualdades socioeconômicas no estádio clínico ao diagnóstico, na mortalidade e na sobrevida de mulheres com câncer de mama no estado de São Paulo. Material e Métodos: A tese será apresentada em formato de artigos. Para os Artigos 1 e 3 foram usados os casos de câncer de mama incluídos no Registro Hospitalar de Câncer da Fundação Oncocentro de São Paulo (RHC-FOSP). O Artigo 1 foi uma análise retrospectiva dos casos de câncer de mama invasivo em mulheres diagnosticadas entre 2000 e 2015. A variável desfecho foi o estádio clínico ao diagnóstico (estádio III-IV versus I-II). As variáveis explicativas foram escolaridade e deslocamento. Regressão logística múltipla foi usada para estimar odds ratios (OR) e intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Foram utilizadas imputações múltiplas para falta de informação sobre a escolaridade (31%). O Artigo 2 foi um estudo ecológico e os 645 municípios do estado de São Paulo foram as unidades de análise. Foram coletadas informações sobre mortalidade e indicadores socioeconômicos e de acesso aos serviços de saúde. As taxas ajustadas de mortalidade foram calculadas pela população mundial padrão. A autocorrelação espacial entre as variáveis foi avaliada através do Índice Local de Associação Espacial (LISA). Para a análise estatística, foi realizada regressão de Poisson. O Artigo 3 foi uma coorte histórica e incluiu os casos de câncer de mama invasivo em mulheres diagnosticadas entre 2000 e 2018. A variável desfecho foi o óbito (por qualquer causa, por câncer). A principal variável explicativa foi a distância entre o local de moradia e o local de tratamento. Para a análise da sobrevida, foi utilizado o método de Kaplan-Meier. O modelo de riscos proporcionais de Cox foi realizado para estimar o hazard ratios (HR) e IC 95%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Faculdade de Medicina de Botucatu, Unesp. Resultados: Artigo 1: O estudo incluiu 81.669 casos de câncer de mama invasivo em mulheres diagnosticadas entre 2000 e 2015. A idade média das pacientes foi de 56,8 anos (desvio padrão de 13,6 anos). A prevalência de estádio avançado (estádio III-IV) foi trinta e oito por cento e esteve associada à menor escolaridade (OR: 2,59; IC 95%: 2,38-2,83) e ao deslocamento entre municípios para realização de diagnóstico e/ou tratamento do câncer de mama (OR: 1,07; IC 95%: 1,04-1,11). Artigo 2: A média da taxa ajustada de mortalidade por câncer de mama foi de 16,96 óbitos por 100 mil mulheres (desvio padrão de 10,75 óbitos). As variáveis que apresentaram autocorrelação espacial significativa negativa foram densidade de Equipes de Saúde da Família (p=0,001) e razão de mamografias realizadas (p=0,009) e positiva foi proporção de beneficiários de planos de saúde (p=0,002). Na análise multivariada, as variáveis GeoSES (p=0,029) e densidade de médicos mastologistas (p=0,000) associaram-se de maneira estatisticamente significativa com a alta taxa ajustada de mortalidade por câncer de mama. Artigo 3: A probabilidade de sobrevida para toda a coorte em 5 e 10 anos foi de 77,8% (IC 95% 77,6%-78,1%) e 67,1% (IC 95% 66,7%-67,5%), respectivamente. As mulheres que apresentaram pior prognóstico foram aquelas com idade <40 e >70 anos, baixo nível de escolaridade, diagnosticadas em anos anteriores (2000-2006), com carcinoma ductal invasivo, em estádio clínico avançado (III-IV) e com distância entre local de moradia e local de tratamento entre 10 e 49,9 km. Conclusão: Estes resultados podem contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas de controle do câncer de mama e direcionadas às áreas de maior vulnerabilidade e risco.
Resumo (inglês)
Objectives: Investigate the effect of socioeconomic inequalities on clinical stage at diagnosis, mortality and survival of women with breast cancer in the state of São Paulo. Material and Methods: The thesis will be presented in article format. For Articles 1 and 3, breast cancer cases included in the hospital-based cancer registries (RHC) of the Fundação Oncocentro de São Paulo (FOSP, in Portuguese) were used. Article 1 was a retrospective analysis of invasive breast cancer among women diagnosed between 2000 and 2015. The outcome was clinical stage at diagnosis (stage III–IV versus I–II). The explanatory variables were educational level and travel burden. Odds ratios (OR) and 95% confidence intervals (95%CI) were estimated. Multiple imputations were used for missing educational level (31%). Article 2 was an ecological study and the 645 municipalities in the state of São Paulo were the units of analysis. Information on mortality and socioeconomic indicators and access to health services was collected. Adjusted mortality rates were calculated by standard world population. Spatial autocorrelation between variables was assessed using the Local Indicator of Spatial Association (LISA). For statistical analysis, poisson regression was performed. Article 3 was a historical cohort study that included women with invasive breast cancer diagnosed between 2000 and 2018. The outcome variable was death (from any cause, from cancer). The main explanatory variable was the distance between the place of residence and the place of treatment. Survival analysis were performed using the Kaplan-Meyer method. Hazard ratios (HR) and their 95%CI were estimated using Cox's proportional hazards model. The study was approved by the Human Research Ethics Committee of the Botucatu Medical School, São Paulo State University, Brazil. Results: Article 1: The study included 81,669 cases of invasive breast cancer in women diagnosed between 2000 and 2015. The mean age of patients was 56.8 years (standard deviation of 13.6 years). The prevalence of advanced stage (stage III-IV) was thirty-eight percent and was associated with lower education (OR: 2.59; 95% CI: 2.38-2.83) and travel between municipalities for diagnosis and/or treatment of breast cancer (OR: 1.07; 95% CI: 1.04-1.11). Article 2: The mean adjusted breast cancer mortality rate was 16.96 deaths per 100,000 women (standard deviation of 10.75 deaths). The variables that presented significant negative spatial autocorrelation were the density of Family Health Teams (p=0.001) and the ratio of mammograms performed (p=0.009), and the positive correlation was the proportion of health plan beneficiaries (p=0.002). In the multivariate analysis, the variables GeoSES (p=0.029) and density of mastologists (p=0.000) were statistically significantly associated with the high adjusted breast cancer mortality rate. Article 3: The survival probability for the entire cohort at 5 and 10 years was 77.8% (95%CI 77.6%-78.1%) and 67.1% (95%CI 66.7%-67.5%), respectively. The women who presented the worst prognosis were those aged <40 and >70 years, with a low level of education, diagnosed in previous years (2000-2006), with invasive ductal carcinoma, in an advanced clinical stage (III-IV) and with a distance between place of residence and place of treatment between 10 and 49.9 km. Conclusion: These results can contribute to the development of public policies to control breast cancer and target areas of greatest vulnerability and risk.
Descrição
Palavras-chave
Neoplasias da mama, Diagnóstico tardio, Análise de sobrevida, Prognóstico, Mortalidade, Disparidades nos níveis de saúde
Idioma
Português