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Ponto de maturação e pós-colheita de cones de lúpulo (Humulus lupulus L., Cannabaceae), variedade “Comet”, cultivado em condição subtropical

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Orientador

Bonfim, Filipe Pereira Giardini

Coorientador

Ono, Elisabeth Orika

Pós-graduação

Agronomia (Horticultura) - FCA

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

O lúpulo é uma planta com múltiplas aplicações, principalmente devido aos seus metabólitos especializados, sendo a fabricação de cerveja sua principal aplicação comercial. Embora o Brasil seja o terceiro maior produtor de cerveja do mundo, ainda é fortemente dependente da importação de lúpulo, o que torna fundamental o desenvolvimento de estudos que incentivem o cultivo nacional. Para que o lúpulo brasileiro conquiste espaço no mercado interno, é crucial que apresente padrões comerciais. As práticas de colheita e pós-colheita desempenham um papel essencial nesse processo. Por isso, estabelecer métodos de análise e controle da qualidade é imprescindível. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar fatores relacionados à colheita e à pós-colheita que influenciam diretamente a qualidade do lúpulo. Utilizou-se lúpulo variedade Comet para as análises, que foi cultivado no Pomar Didático da FCA/UNESP, Botucatu, SP. Foram avaliados teores de α e β-ácidos dos cones em diferentes estágios de maturação e sob distintas temperaturas de secagem. Foram também analisados teores e o perfil químico do óleo essencial em resposta a diferentes tempos de hidrodestilação e períodos de armazenamento. Os resultados obtidos demostraram que a colheita com 20% de maturação resultou em teores de α-ácidos aproximadamente 39% superiores aos observados em 28% de maturação. Para os β-ácidos, o teor foi cerca de 45% maior aos 22% de maturação, em comparação aos 24%. Além disso, os ácidos amargos responderam à variação da temperatura de secagem, em 45ºC os teores de α e β-ácidos foram cerca de 36% e 31%, 16% e 7%, e 23% e 24% superiores em comparação às temperaturas de 35°C, 55°C e 65°C, respectivamente. O tempo de hidrodestilação influenciou o teor e a composição do óleo essencial. Aos 240 e 180 minutos, os rendimentos foram aproximadamente 28% e 22% superiores em comparação aos 60 minutos. Adicionalmente, tempos mais longos de extração resultaram na eluição de componentes mais pesados, mas provocaram a perda de componentes mais voláteis. Em relação ao armazenamento, observou-se início da degradação dos α-ácidos após 58 dias, enquanto para os β-ácidos não foi possível determinar esse comportamento. Também houve redução no teor de óleo essencial, com queda mais acentuada a partir de 60 dias, mas sem variações adicionais significativas até os 120 dias. Quanto ao perfil químico do óleo, foram identificados 33 compostos, em geral houve estabilidade química ao longo do tempo. Os resultados obtidos são inéditos e oferecem contribuições relevantes para o cultivo do lúpulo ‘Comet’ no Brasil, especialmente na região Sudeste. Evidenciou-se que essa variedade não deve ser colhida tardiamente nem submetida à secagem acima de 45 °C, pois o avanço da maturação e o aumento da temperatura comprometem a qualidade dos compostos de amargor. Também foi demonstrado que o tempo de hidrodestilação influencia significativamente os teores e a composição do óleo essencial, sendo fundamental ajustar a duração do processo conforme a finalidade e os custos envolvidos. A forma de armazenamento adotada mostrou-se eficiente na preservação dos compostos de aroma, enquanto os α-ácidos mantiveram estabilidade por até aproximadamente dois meses. Conclui-se, portanto, que o lúpulo ‘Comet’, cultivado em condição subtropical, atingiu os padrões esperados, e que as metodologias empregadas neste estudo se mostraram eficazes para otimizar e avaliar a qualidade do lúpulo, contribuindo para o fortalecimento da produção nacional.

Resumo (inglês)

Hops is a plant with multiple applications, mainly due to its specialized metabolites, with beer production being its primary commercial use. Although Brazil is the third largest beer producer in the world, it remains highly dependent on hop imports, highlighting the importance of developing studies that encourage national cultivation. For Brazilian hops to gain space in domestic market, high quality and reliability are essential. Harvest and post-harvest practices play a crucial role in achieving this. Therefore, establishing standards and methods for quality analysis and control is indispensable. In this context, the aim of this study was to evaluate harvest and post harvest factors that directly influence hop quality. The Comet hop variety used in the analyses was cultivated at the Teaching Orchard of FCA/UNESP, Botucatu, São Paulo, Brazil. The levels of α and β-acids in the cones were evaluated at different stages of maturation and under varying drying temperatures. The essential oil content and chemical profile were also analyzed in response to different hydrodistillation durations and storage periods. The results showed that harvesting at 20% maturation the α-acid levels obtained were approximately 39% higher than observed at 28% maturation. For β-acids, levels were about 45% higher at 22% maturation compared to 24%. Moreover, bitter acids responded to changes in drying temperature. At 45°C, the levels of α and β-acids were approximately 36% and 31%, 16% and 7%, and 23% and 24% higher compared to drying temperatures of 35°C, 55°C, and 65°C, respectively. Hydrodistillation time influenced both the yield and composition of the essential oil. At 240 and 180 minutes, yields were approximately 28% and 22% higher than at 60 minutes, respectively. Additionally, longer extraction times led to the elution of heavier compounds but also caused the loss of more volatile ones. Regarding storage, α-acid degradation began after 58 days, whereas no consistent degradation pattern was observed for β-acids. A decrease in essential oil content was also observed, with a more pronounced decline after 60 days, though no significant changes occurred between 60 and 120 days. As for the oil’s chemical profile, 33 compounds were identified, and overall chemical stability was maintained throughout the storage period. The results are unprecedented and provide relevant insights for the cultivation of the Comet hop variety in Brazil, particularly in the Southeast region. It was demonstrated that this variety should not be harvested too late or dried at temperatures above 45°C, as advanced maturation and high drying temperatures compromise the quality of bitter compounds. It was also shown that hydrodistillation time significantly affects the content and composition of the essential oil, making it essential to adjust extraction time according to its intended use and associated costs. The storage method adopted proved effective in preserving aroma compounds, while α-acids remained stable for up to proximately two months. Therefore, it can be concluded that the Comet hop, cultivated under subtropical conditions, met the expected quality standards, and that the methodologies employed in this study were effective for optimizing and evaluating hop quality, thus contributing to the development of national production.

Descrição

Palavras-chave

Humulus lupulus, Óleo essencial, Perfil fitoquímico, Ácidos amargos, Índices de colheita e pós-colheita

Idioma

Português

Citação

CAMPOS, O. P. Ponto de maturação e pós-colheita de cones de lúpulo (Humulus lupulus L., Cannabaceae), variedade “Comet”, cultivado em condição subtropical. 2025. Tese (Doutorado em Horticultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2025.

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