Diferença e educação: potências ético-estético-políticas de uma vida docente

Abstract

O objetivo deste trabalho é defender a tese da urgência na criação de processos de subjetivação docentes disparadores de vidas educadoras mais atentas à diferença nos encontros educacionais. Analisa a abordagem da diferença no âmbito de perspectivas educacionais progressistas e constata nestas as marcas de ideais alheios à presença viva dos corpos nos territórios escolares. Monta um mosaico da filosofia da diferença para encontrar neste pensamento-vida conceitos e linhas de fuga das formas dogmáticas e ideais de se pensar e viver a educação escolar. Propõe a escavação de si como movimento da força de uma subjetividade que se dobra sobre si mesma para fazer surgir outras expressões de vida. Tais vidas educadoras possíveis, e ainda por vir, esculpem-se em meio a tensão da diferença e ao esforço estratégico de buscar expressões mais ético-estético-políticas no educar. Isto para que uma vida educadora possa se tornar mais suscetível à diferença, agenciadora de outras temporalidades e disparadora das potências singulares de cada educando. Destaca a importância de uma disposição aos deslocamentos na formação de professores e ao aumento da suportabilidade de habitar um não lugar na educação como desejos germinais de uma vida docente que se pretende atenta a diferença. Pretende provocar vidas docentes a uma abertura a experiências inventivas de ensinar e aprender, bem como a criação de processos educativos outros em que sejam notáveis as marcas da diferença.

This work defend the thesis of the urgency in the creation of teachers subjectivation processes that trigger educators' lives that are more attention to the difference in educational encounters. It analyzes the approach to difference in the context of progressive educational perspectives and finds in these the marks of ideals alien to the living presence of bodies in school territories. It assembles a mosaic of the philosophy of difference to find in this thought-life concepts and lines of escapes from dogmatic and ideal ways of thinking and living school education. It proposes the excavation of the self as a movement of the force of a subjectivity that bends over itself to bring out other expressions of life. Such possible educating lives, and yet to come, are carved out amidst the tension of difference and the strategic effort to seek more ethicalaesthetic-political expressions in education. This is so that an educating life can become more susceptible to difference, brokering other temporalities and triggering the unique potencies of each student. It highlights the importance of a willingness to shift in teacher training and to increase the bearability of inhabiting a non-place in education as germinal desires of a teaching life that intend to be careful whith the difference. It intends to provoke teachers' lives towards an openness to inventive experiences of teaching and learning, as well as the creation of other educational processes in which the marks of difference are notable.