Publicação:
Extrato da Cannabis sativa: ação na pele (cicatrizante das lesões resultantes das picadas do carrapato do cão) e no fígado (toxicidade) de coelhas hospedeiras a ele expostas

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Data

2024-11-29

Orientador

Camargo, Maria Izabel Souza

Coorientador

Pós-graduação

Ciências Biológicas (Biologia Celular, Molecular e Microbiologia) - IB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

A espécie de carrapato Rhipicephalus linnaei, conhecida popularmente como carrapato-vermelho-do-cão, está amplamente distribuída e causa grandes prejuízos devido à espoliação sanguínea, além de ser vetora de patógenos tanto para cães, seus hospedeiros preferenciais, quanto para humanos. O uso de carrapaticidas sintéticos para o controle vem sendo utilizado, porém embora eficazes os mesmos são tóxicos para os organismos não alvos. Assim, a busca por alternativas mais sustentáveis tem revelado que muitas plantas possuem bioativos importantes que auxiliam no combate desses ectoparasitas. Entre elas, a Cannabis sativa tem se destacado, visto seu potencial carrapaticida já ter sido comprovado em laboratório contra R. linnaei. No presente trabalho são apresentados resultados que demonstram como os bioativos presentes no extrato da inflorescência dessa planta, aplicado topicamente, atuou sobre a pele de coelhas pós infestadas, cujo desprendimento do hospedeiro deixou lesões importantes com características inflamatórias. Para tanto foram feitas exposições com as seguintes concentrações do extrato: 0,2; 0,4; e 0,8 mg/mL, e posteriormente procedeu-se a análise histológica. As coelhas foram divididas em grupos, e os resultados encontrados em cada um deles foram: grupo controle GNI (coelhas que não foram infestadas): a pele permaneceu íntegra; grupo GINT (infestadas e não expostas aos extratos): exibiu um processo inflamatório intenso com proliferação celular na epiderme e formação de edema na derme; grupo GPA (infestadas e expostas ao azeite): apresentou resultados semelhantes aos encontrados no GINT, ou seja, o azeite não diminuiu o processo inflamatório nem na epiderme nem na derme; grupo GT02 (infestadas e expostas a 0,2 mg/mL): a epiderme permaneceu desorganizada, com a presença de estruturas arredondadas e translúcidas (lipídeos) por entre os estratos e espessamento do estrato córneo. A derme manteve-se íntegra, houve redução da inflamação, mas sem cicatrização completa; grupo GT04 (infestadas e expostas a 0,4 mg/mL): a epiderme se recompôs e se espessou, houve aumento das estruturas arredondadas e translúcidas, principalmente nos estratos superficiais. A derme estava íntegra, apenas com pequenas áreas de edema. A inflamação foi reduzida; GT08 (infestadas e expostas a 0,8 mg/mL): houve aumento dos danos. A epiderme perdeu sua organização, ficou mais fina e a inflamação persistiu. Além da pele, também realizaram-se análises histológicas do fígado das coelhas expostas aos extratos: GT1- expostas a 0,2 mg/mL. Houve alteração hepática com vacuolização citoplasmática nos hepatócitos e núcleos irregulares, indício de morte celular. GT2- expostas a 0,4 mg/mL. Os cordões hepáticos se desorganizaram, e os hepatócitos sofreram hipertrofia. GT3- expostas a 0,8 mg/mL. Desorganização tecidual e vacuolização celular, porém em menor intensidade do que no GT2. Bioquímicamente verficou-se que apenas o GT2 teve aumento na enzima TGP. No fígado a concentração de 0,4 mg/mL foi a mais tóxica. Embora o extrato de inflorescência da Cannabis sativa mostrou-se eficiente nas concentrações de 0,2 e 0,4 mg/mL para reduzir a inflamação e promover a cicatrização da pele, a concentração de 0,8 mg/mL intensificou os danos morfológicos cutâneos. Em contrapartida, todas as concentrações testadas (0,2; 0,4 e 0,8 mg/mL) causaram danos histopatológicos no fígado, sendo a concentração de 0,4 mg/mL a mais agressiva no mesmo. Ainda que o extrato contribua para a cicatrização das lesões cutâneas causadas por carrapatos, ele apresenta significativa toxicidade hepática no hospedeiro.

Resumo (inglês)

The tick species Rhipicephalus linnaei, commonly known as the red dog tick, is widely distributed and causes significant damage due to blood spoliation, in addition to being a vector of pathogens for both dogs, its preferred hosts, and humans. The use of synthetic tickicides for control has been implemented, but although effective, they are toxic to non-target organisms. Therefore, the search for more sustainable alternatives has revealed that many plants possess important bioactive compounds that help combat these ectoparasites. Among them, Cannabis sativa has stood out, as its tickicidal potential has already been proven in the laboratory against R. linnaei. This study presents results demonstrating how the bioactive compounds present in the extract of the inflorescence of this plant, applied topically, acted on the skin of post-infested rabbits, whose detachment from the host left significant lesions with inflammatory characteristics. To this end, exposures were made using the following extract concentrations: 0.2, 0.4, and 0.8 mg/mL, followed by histological analysis. The rabbits were divided into groups, and the results found in each of them were: control group GNI (non-infested rabbits): the skin remained intact; group GINT (infested and not exposed to the extracts): showed an intense inflammatory process with epidermal cell proliferation and dermal edema formation; group GPA (infested and exposed to olive oil): presented similar results to those found in GINT, meaning that olive oil did not reduce the inflammatory process in either the epidermis or dermis; group GT02 (infested and exposed to 0.2 mg/mL): the epidermis remained disorganized, with the presence of rounded and translucent structures (lipids) among the layers and thickening of the stratum corneum. The dermis remained intact, inflammation was reduced, but without complete healing; group GT04 (infested and exposed to 0.4 mg/mL): the epidermis reorganized and thickened, with an increase in rounded translucent structures, mainly in the superficial strata. The dermis was intact, with only small areas of edema. Inflammation was reduced; group GT08 (infested and exposed to 0.8 mg/mL): damage increased. The epidermis lost its organization, became thinner, and inflammation persisted. In addition to the skin, histological analyses of the liver of rabbits exposed to the extracts were also performed: GT1 - exposed to 0.2 mg/mL. There was hepatic alteration with cytoplasmic vacuolation in hepatocytes and irregular nuclei, indicating cell death. GT2 - exposed to 0.4 mg/mL. The hepatic cords disorganized, and the hepatocytes hypertrophied. GT3 - exposed to 0.8 mg/mL. Tissue disorganization and cellular vacuolation were observed, but less intense than in GT2. Biochemically, only GT2 showed an increase in the TGP enzyme. In the liver, the 0.4 mg/mL concentration was the most toxic. Although the Cannabis sativa inflorescence extract proved effective at concentrations of 0.2 and 0.4 mg/mL in reducing inflammation and promoting skin healing, the concentration of 0.8 mg/mL exacerbated cutaneous morphological damage. Conversely, all tested concentrations (0.2, 0.4, and 0.8 mg/mL) caused histopathological damage to the liver, with the 0.4 mg/mL concentration being the most aggressive. While the extract contributes to the healing of skin lesions caused by ticks, it exhibits significant hepatic toxicity in the host.

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Português

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