Publicação: Desejo virtuoso na Ética a Nicômaco de Aristóteles
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Data
Autores
Orientador
Pereira, Reinaldo Sampaio 

Coorientador
Pós-graduação
Filosofia - FFC
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Esta dissertação investiga o problema da formação do desejo virtuoso, que é uma das condições para a aquisição da virtude. O problema surge da interpretação que Aristóteles reconhece o conflito moral da acrasia como conflito entre a razão e o desejo. Consequentemente, tem-se que o filósofo parece também advogar em favor da tese da involuntariedade da virtude, pois é possível ao agente realizar a ação correta de modo não virtuoso, ou seja, não a desejando pelo motivo apropriado. Para se passar ao estado ético é necessário fazê-lo, i.e, é necessário que o agente faça a ação virtuosa virtuosamente, desejando ser virtuoso pela virtude em si mesma, mas Aristóteles limita a atividade racional da deliberação aos meios, excluindo-a em relação aos fins. Se a aquisição da virtude depende da formação do desejo virtuoso, que por sua vez é o desejar pelo motivo apropriado, é preciso entender como isso pode ocorrer considerando a supressão da deliberação sobre os fins. O exame da proposta aristotélica de aquisição de virtude, contudo, mostra que esta quadra-se com a tese que o conhecimento não é condição suficiente para a educação ética, sendo necessário que se constitua o desejo virtuoso, o que postula a possibilidade da passagem ao momento propriamente ético. Também infere-se que o filósofo postula a necessidade da educação do desejo, por considerar que a maioria dos indivíduos não agem virtuosamente, o que atribui à predominância da satisfação dos apetites em detrimento dos desejos conforme à razão.
Resumo (inglês)
This dissertação investigates the problem of the formation of virtuous desire, which is one of the conditions for acquiring virtue. The problem arises from the interpretation that Aristotle recognizes the moral conflict of acrasia as the conflict between reason and desire. As a consequence, it appears that the philosopher also seems to advocate in favor of the involuntary virtue thesis, since it is possible for the agent to perform the correct action in a non-virtuous way, that is, not wanting it for the appropriate reason. To move to the ethical state it is necessary to do so, i.e., it is necessary that the agent does the virtuous action virtuously, desiring to be virtuous by virtue in itself, but Aristotle limits the rational activity of deliberation to the means, excluding it in relation to the ends. If the acquisition of virtue depends on the formation of the virtuous desire, which in turn is the desire for the appropriate reasons, it is necessary to understand how this occurs considering the suppression of the deliberation on the ends. The examination of the Aristotelian proposal for the acquisition of virtue, however, shows that this is based on the thesis that knowledge is not a sufficient condition for ethical education, and that virtuous desire must be constituted, which postulates the possibility of passing to the properly ethical moment.
Descrição
Palavras-chave
Desejo, Razão, Virtude, Educação ética, Desire, Reason, Virtue, Ethical education
Idioma
Português