Avaliação do potencial hidrológico da estação ecológica de Avaré (SP) para segurança hídrica local

Abstract

Este trabalho foi desenvolvido para ampliar o conhecimento sobre a área da Estação Ecológica de Avaré (EEcAv), especialmente sobre a presença de água subterrânea, mostrando a importância das áreas de conservação do Estado de São Paulo. O entorno da EEcAv tem ocupação do solo por atividades agrícolas e florestais e tem no uso da água por irrigação uma contribuição para a produção dependente do regime de chuvas sazonais. A área de estudo, localizada no município de Avaré / SP, ocupa uma extensão territorial de aproximadamente 720 hectares. Para este trabalho, foram utilizadas informações dos satélites TRMM, TERRA/AQUA e LANDSAT 8; e os seguintes softwares para subsidiar a análise: QGIS, SAGA e MapWindow (extensão TauDEM). Com a ajuda dessas ferramentas, foi possível: construir os mapas hipsométrico e clinográfico; avaliar índices de vegetação (NDVI e NDWI); estimar e modelagem o fluxo de água subterrânea por meio da Direção do Fluxo, Fluxo Cumulativo e Índice de Umidade Topográfica (ITU); e estimar o volume explorável das águas subterrâneas da área. Com os resultados obtidos, verificou-se que os dados climatológicos do radar de precipitação do TRMM apresentaram melhor correlação com os dados de estação meteorológica de superfície do que os dados de evapotranspiração do produto MODIS 16 do TERRA/AQUA; os índices vegetativos indicam que durante a estação chuvosa há maior atividade fotossinteticamente ativa e, confirma uma maior concentração de umidade na superfície das folhas; a modelagem do fluxo e os dados do poço indicam que o volume infiltrado flui para o Rio Novo e o Ribeirão Água da Canela, também indicam a existência de caminhos hídricos preferenciais formados pela presença desses riachos, localizados ao sul e ao norte da área, respectivamente. Finalmente, com o volume explorável estimado de água subterrânea sob a área de estudo, foi possível calcular a possibilidade de irrigar mais de 3.000 hectares de milho, soja e citros com essas águas sem ameaças ecossistêmicas.