Publicação: Fatores associados às cervicites prevalentes em mulheres em idade reprodutiva de acordo com os diferentes tipos de parcerias sexuais atuais
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Data
Autores
Orientador
Ignacio, Mariana Alice de Oliveira 

Coorientador
Duarte, Marli Teresinha Cassamassimo 

Pós-graduação
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de residência
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A literatura científica, nacional e internacional, é escassa quanto aos dados relativos à prevalência e fatores associados às infecções sexualmente transmissíveis (IST) não virais em mulheres com diferentes práticas sexuais, bem como, suas repercussões negativas à saúde dessas mulheres. Assim, o objetivo deste estudo foi estimar a prevalência e analisar se fazer sexo exclusivamente com mulher, com mulher e com homem e exclusivamente com homem se associa às IST não virais em mulheres em idade reprodutiva. Método: Estudo transversal, recorte de estudo mais amplo denominado “Infecções do Trato Genital Inferior em Mulheres que fazem sexo exclusivamente com Mulheres, Mulheres que fazem sexo com Mulheres e Homens e Mulheres que fazem sexo exclusivamente com Homens”, que incluiu 443 mulheres, sendo 141 mulheres que fazem sexo exclusivamente com mulheres (MSM), 80 mulheres que fazem sexo com mulheres e homens (MSMH) e 222 mulheres que fazem sexo exclusivamente com homens (MSH). Consideraram-se critérios de inclusão no estudo: ter idade entre 18 e 49 anos, estar na menacme e ter vida sexual ativa. Foram excluídas as mulheres que não aceitaram participar de todas as etapas propostas pelo estudo - responder ao questionário e realizar exame ginecológico, ser homem transgênero e aquelas cujas amostras de conteúdo cervical foram inadequadas para realização dos exames diagnósticos. A presente pesquisa utilizou dados já coletados em dois estudos anteriores que foram obtidos por meio de aplicação de questionários e exame ginecológico. Foi considerada variável desfecho no presente estudo: ter diagnóstico de ao menos uma das IST - C. trachomatis, N. gonorrhoeae, T. vaginalis. A variável independente foi o tipo de parceria sexual relatada nos últimos 12 meses que antecederam à coleta de dados. As variáveis de confundimento incluíram, condições sociodemográficas, comportamento e prática sexual, consumo de substâncias e clínicas. Quanto as análises laboratoriais, foram empregados PCR para diagnóstico de C. trachomatis e N. gonorrhoeae e cultura para identificação de T. vaginalis. Os dados de interesse para a presente pesquisa foram extraídos do banco de dados das pesquisas anteriores, digitados duplamente em planilha, no programa Excel® e conferidos. O perfil comparativo dos três grupos foi realizado empregando-se estatística descritiva e testes Qui-quadrado ou Exato de Fisher. Para verificação da associação entre tipo de parceria sexual e prevalência de IST não virais foram ajustados modelos de regressão múltipla com resposta Poisson, corrigida pelos potenciais confundidores identificados por associações bivariadas, com nível descritivo de triagem de p<0,20. Diferenças e associações foram consideradas estatisticamente significativas se p < 0,05. Todas as análises foram realizadas com software SPSS 22.0. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da FMB-UNESP e recebeu parecer favorável sob o Protocolo Nº. 7.299.042. Resultados: A maioria das participantes incluídas no estudo era branca (74,7%), não vivia com parceria (79,9%) e 22,1% trocaram de parceria sexual nos últimos 3 meses. Apenas 18,1% das participantes fazia uso consistente de preservativos. A prevalência geral de IST não viral foi de 5,4%, não havendo diferenças significativas das prevalências entre os grupos (5,0% vs. 7,5% vs. 5,0%; p= 0,669). Também, não houve diferença significativa entre os grupos quanto à positividade isolada para infecções pela C. trachomatis (3,5% vs. 6,3% vs. 5,0%; p= 0,663) e por T. vaginalis (1,4% vs. 1,3% e 0,0%; p= 0,172). Não foram diagnosticados casos de gonorréia. Embora o tipo de parceria sexual não tenha sido associado a prevalência de IST MSM [RP: 1,00 (0,38 - 2,58); p= 0,997] e MSMH [RP: 1,51 (0,56 - 4,09); p= 0,414], o diagnóstico de vaginose bacteriana foi independentemente associado ao desfecho [RPaj: 3,27 (1,40 – 7,63) p= 0,006]. Conclusão: A prevalência de IST não virais foi equivalente entre os grupos estudados. O diagnóstico positivo de vaginose bacteriana aumentou em mais de três vezes a prevalência de IST não virais, o que coincide com os achados de que a vaginose bacteriana aumenta a vulnerabilidade às IST. Ações de saúde são necessárias para enfrentamento dessa condição.
Resumo (inglês)
Introduction: The scientific literature, both national and international, is scarce regarding data on the prevalence and factors associated with non-viral sexually transmitted infections (STIs) in women with different sexual practices, as well as their negative health repercussions for these women. Therefore, the aim of this study was to estimate the prevalence and analyze whether having sex exclusively with women, with both women and men, or exclusively with men is associated with non-viral STIs in reproductive-aged women. Method: This is a cross-sectional study, a subset of a broader study entitled "Infections of the Lower Genital Tract in Women Who Have Sex Exclusively with Women, Women Who Have Sex with Women and Men, and Women Who Have Sex Exclusively with Men," which included 443 women: 141 women who have sex exclusively with women (WSW), 80 women who have sex with both women and men (WSWM), and 222 women who have sex exclusively with men (WSM). The inclusion criteria for the study were: age between 18 and 49 years, being in the reproductive phase, and having an active sex life. Women who did not agree to participate in all the stages of the study—answering the questionnaire and undergoing a gynecological examination—were excluded, as well as transgender men and those whose cervical content samples were inadequate for diagnostic tests. This research used data already collected in two previous studies, obtained through questionnaire application and gynecological examination. The outcome variable in this study was having a diagnosis of at least one of the STIs: C. trachomatis, N. gonorrhoeae, and T. vaginalis. The independent variable was the type of sexual partnership reported in the 12 months prior to data collection. The confounding variables included sociodemographic conditions, sexual behavior and practice, substance use, and clinical factors. Laboratory analyses employed PCR for the diagnosis of C. trachomatis and N. gonorrhoeae and culture for T. vaginalis identification. The data of interest for this research were extracted from the database of previous studies, double-entered into an Excel® spreadsheet, and checked. The comparative profile of the three groups was performed using descriptive statistics and Chi-square or Fisher's Exact tests. To verify the association between the type of sexual partnership and the prevalence of non-viral STIs, multiple regression models with Poisson response, adjusted for potential confounders identified through bivariate associations, with a descriptive screening level of p<0.20, were used. Differences and associations were considered statistically significant if p < 0.05. All analyses were performed using SPSS software version 22.0. The project was submitted to the Research Ethics Committee of FMB-UNESP and received favorable approval under Protocol No. 7.299.042. Results: The majority of participants included in the study were white (74.7%), did not live with a partner (79.9%), and 22.1% had changed sexual partners in the last 3 months. Only 18.1% of participants used condoms consistently. The overall prevalence of non-viral STIs was 5.4%, with no significant differences in prevalence between the groups (5.0% vs. 7.5% vs. 5.0%; p = 0.669). There was also no significant difference between the groups regarding the isolated positivity for C. trachomatis infections (3.5% vs. 6.3% vs. 5.0%; p = 0.663) and T. vaginalis (1.4% vs. 1.3% vs. 0.0%; p = 0.172). No cases of gonorrhea were diagnosed. Although the type of sexual partnership was not associated with STI prevalence, WSW [RP: 1.00 (0.38 - 2.58); p = 0.997] and WSWM [RP: 1.51 (0.56 - 4.09); p = 0.414], the diagnosis of bacterial vaginosis was independently associated with the outcome [adjusted RP: 3.27 (1.40 – 7.63) p = 0.006]. Conclusion: The prevalence of non-viral STIs was similar across the groups studied. The positive diagnosis of bacterial vaginosis increased the prevalence of non-viral STIs by more than three times, which coincides with findings that bacterial vaginosis increases susceptibility to STIs. Health actions are needed to address this condition.
Descrição
Palavras-chave
Mulheres, Minorias sexuais e de gênero, Infecções sexualmente transmissíveis, Women, Sexual and gender minorities, Sexually transmitted infections
Idioma
Português
Como citar
SILVA, Julia Roquim Gonçalves da. Fatores associados às cervicites prevalentes em mulheres em idade reprodutiva de acordo com os diferentes tipos de parcerias sexuais atuais. Orientadora: Mariana Alice de Oliveira Ignacio. 2025. Trabalho de conclusão de residência ( Residência em em Saúde da Família) - Falculdade Medicina, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2025