Publicação: Prevalência de sintomas depressivos e fatores associados em pessoas idosas atendidas em um ambulatório de geriatria
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Data
2024-06-26
Autores
Orientador
Mendes-Chiloff, Cristiane Lara Mendes 

Coorientador
Cerqueira, Ana Teresa de Abreu Ramos 

Pós-graduação
Saúde Coletiva - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Introdução: Sintomas depressivos podem afetar significativamente a saúde e a qualidade de vida, em especial de pessoas idosas, com prejuízos ao bem-estar emocional, relacionamentos interpessoais, funcionalidade, adesão a tratamentos, elevar o risco de comorbidades e agravar doenças crônicas, além de ser elemento de risco para processos demenciais. Sintomas depressivos são, muitas vezes, subnotificados e equivocadamente naturalizados como característica inerente ao processo de envelhecimento. Objetivo: Estimar a prevalência de sintomas depressivos e identificar os fatores associados em idosos atendidos em um ambulatório de geriatria. Método: Estudo quantitativo observacional, de corte transversal, realizado em um ambulatório de geriatria de um hospital universitário do interior do Estado de São Paulo, Brasil. Dados foram obtidos a partir de prontuários eletrônicos, questionários e instrumentos validados, abrangendo informações sociodemográficas, autopercepção de saúde e qualidade de vida, avaliação cognitiva (MEEM), sintomas depressivos (GDS-15), capacidade funcional (índice KATZ e escala de Lawton e Brody), funcionalidade familiar (APGAR de Família), apoio social (MOS-SSS) e sintomas de solidão (escala UCLA). Os dados foram armazenados em planilha eletrônica, utilizou-se o programa Stata 10.0 para análise estatística. As variáveis foram organizadas em contínuas e categóricas. Realizou-se análise descritiva e univariada com significância de p < 0,05. Na regressão logística stepwise-backward, foram incluídas variáveis com p < 0,25 na análise univariada e as relevantes para controle de confundimento. Resultados: Participaram do estudo 100 idosos com média etária de 74,5 anos (IC 95%: 75,9 – 78,4), predominando sexo feminino (59,0%), com até três anos de escolaridade (37,0%), pele branca (85,0%), católicos (59,6%) e renda de até um salário-mínimo (50,6%). A prevalência de sintomas depressivos foi de 41,0%, com 28,0% de casos leves e 13,0% de casos graves. Na análise multivariada, os fatores associados aos sintomas depressivos foram a autoavaliação insatisfatória da qualidade de vida (OR=3,71), disfuncionalidade familiar (OR=5,38) e residir com pessoas que não fossem o cônjuge (OR=5,12). Conclusão: Foram identificadas condições adversas nesta amostra que podem ser significativas para a manifestação de sintomas depressivos, especialmente na velhice: o falecimento do cônjuge, doenças crônicas não transmissíveis e agravamento nas condições de saúde, comprometimento da autonomia, suporte social e convivência inadequados, disfunções familiares, baixa escolaridade, renda insuficiente e qualidade de vida insatisfatória. Destaca-se a importância do rastreio de sintomas depressivos na população idosa, de intervenções outras além das farmacológicas e necessárias, atuação de equipe transdisciplinar e de estudos que forneçam evidências científicas que orientem a tomada de decisões em serviço de saúde e de políticas públicas pertinentes.
Resumo (inglês)
Introduction: Depressive symptoms can significantly affect health and quality of life, especially of elderly people, compromising their emotional well-being, interpersonal relationships, functionality and adherence to treatments, increasing the risk of comorbidities and aggravating chronic diseases, besides constituting a risk element for dementia processes. Depressive symptoms are often underreported and mistakenly considered an inherent feature of the aging process. Objective: To estimate the prevalence of depressive symptoms and identify the associated factors in the elderly treated in a geriatric outpatient clinic. Method: Quantitative observational cross-sectional study conducted in a geriatric outpatient clinic of a university hospital in the interior of São Paulo State, Brazil. Data were obtained from electronic medical records, questionnaires and validated instruments, covering sociodemographic information, self-perception of health and quality of life, cognitive assessment (MMSE), depressive symptoms (GDS-15), functional capacity (KATZ index and Lawton and Brody scale), family functionality (family APGAR), social support (MOS-SSS) and symptoms of loneliness (UCLA scale). The data were stored in an electronic spreadsheet, and Stata 10.0 software was used for statistical analysis. The variables were organized into continuous and categorical. Descriptive and univariate analysis was performed considering significance of p < 0.05. According to the stepwise-backward logistic regression, variables showing p < 0.25 were included in the univariate analysis and the relevant ones were used for confounding control. Results: Participants in the study were 100 elderly people with mean age of 74.5 years (95% CI: 75.9 – 78.4), predominantly female (59.0%), with up to three years of schooling (37.0%), white skin (85.0%), Catholic (59.6%) and income of up to one minimum wage (50.6%). The prevalence of depressive symptoms was 41.0%, of which 28.0% were mild cases and 13.0% severe cases. In the multivariate analysis, the factors associated with depressive symptoms were unsatisfactory self-assessment of quality of life (OR=3.71), family dysfunctionality (OR=5.38) and coexistence with people other than the spouse (OR=5.12). Conclusion: Adverse conditions were identified in this sample, which can be significant for the manifestation of depressive symptoms, especially in old age: the death of a spouse, chronic noncommunicable diseases and worsening of health conditions, impaired autonomy, inadequate social support and coexistence, family dysfunctions, low education, insufficient income and unsatisfactory quality of life. The importance of screening for depressive symptoms in the elderly population is highlighted, as well as interventions other than pharmacological and needed ones, involvement of a transdisciplinary team, and studies that provide scientific evidence to guide decision-making in the health service and relevant public policies.
Descrição
Palavras-chave
Idioma
Português