Argumentação e ensino de ciências: uma revisão da literatura à luz do agir comunicativo

Abstract

O arsenal teórico da Teoria do Agir Comunicativo, proposto por Jurgen Habermas, fundamenta esta dissertação ao explorar o potencial de luta e resistência em espaços sociais dominados pela racionalidade instrumental. O objetivo é garantir que as dimensões morais e éticas da dignidade humana não sejam reduzidas a interpretações utilitárias, promovendo relações sociais reificadas e orientadas pelo capitalismo. Este estudo divide-se em duas subseções: a crise da razão e a crítica da racionalidade, e a virada linguística e a Teoria do Agir Comunicativo. Habermas defende que uma sociedade menos violenta é assegurada pelo entendimento mútuo, cooperação e construção de consensos legítimos através do discurso racional. Metodologicamente, esta pesquisa qualitativa adota uma abordagem documental, conforme Alves-Mazzotti (2002), valorizando a subjetividade e as experiências individuais para uma análise aprofundada dos processos educacionais no Ensino de Ciências. Foram analisados indicadores como objetivo de pesquisa, metodologias e referenciais teóricos utilizados, além das contribuições e limitações dessas abordagens na formação argumentativa de estudantes. Os resultados apontam uma predominância do agir comunicativo no ensino de ciências, destacando a necessidade de práticas pedagógicas que promovam a comunicação dialógica e o desenvolvimento crítico. Ao final, são apresentadas sugestões para o aprimoramento das investigações futuras nessa área, visando contribuir para a formação de cidadãos críticos e participativos.

The theoretical framework of the Theory of Communicative Action, proposed by Jurgen Habermas, underpins this dissertation by exploring the potential for struggle and resistance in social spaces dominated by instrumental rationality. The objective is to ensure that the moral and ethical dimensions of human dignity are not reduced to utilitarian interpretations, which promote reified, capitalist-oriented social relations. This study is divided into two subsections: the crisis of reason and the critique of rationality, and the linguistic turn and the Theory of Communicative Action. Habermas argues that a less violent society is ensured through mutual understanding, cooperation, and the construction of legitimate consensus via rational discourse. Methodologically, this qualitative research adopts a documentary approach, following Alves-Mazzotti (2002), valuing subjectivity and individual experiences for an in-depth analysis of educational processes in science education. Indicators such as research objectives, methodologies, and theoretical frameworks were analyzed, along with the contributions and limitations of these approaches in the argumentative development of students. The results highlight a predominance of communicative action in science education, emphasizing the need for pedagogical practices that foster dialogic communication and critical development. Finally, suggestions are presented for the improvement of future research n this area, aiming to contribute to the formation of critical and participatory citizens.