Associação entre sensação de dispneia e composição de corpo com a capacidade física em pacientes com covid longa e sintomas de fadiga
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Data
Autores
Orientador
Prudente, Robson Aparecido 

Coorientador
Pós-graduação
Programa de Residência em Saúde do Adulto e do Idoso da Faculdade de Medicina - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de residência
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A pandemia de Covid-19 causou um impacto significativo nos sistemas de saúde globais, com mais de 775 milhões de casos e 7,05 milhões de mortes até maio de 2024. Apesar da redução da gravidade e mortalidade dos casos, muito em consequência do desenvolvimento de vacinas, a covid longa continua sendo uma preocupação, afetando aproximadamente 65 milhões de pessoas em todo o mundo. Dentre os sinais e sintomas da doença, destaca-se a perda de massa muscular,
fadiga e dispneia, com consequente redução da tolerância ao exercício e da capacidade física, o que pode impactar significativamente a qualidade de vida dos acometidos. Objetivo: analisar a correlação entre sensação de dispneia e composição de corpo com a capacidade física de pacientes com covid longa. Métodos: Pacientes com diagnóstico de covid longa e sintomas persistentes de fadiga foram avaliados em relação à sensação de dispneia pelo Baseline Dispneia Index (BDI) e escala Medical Research Council modificada (mMRC), capacidade física pelo Teste de Caminhada de Seis Minutos (TC6), composição de corpo pela bioimpedância elétrica e espessura dos músculos diafragma, peitoral maior, bíceps braquial, reto femoral e vasto medial bilateralmente pela ultrassonografia. Resultados: Foram incluídos 58 pacientes vacinados contra a covid-19 [74% sexo feminino, idade média de 52,5±12,4 anos e IMC de 31,2 (27,7-36,4) kg/m2]. A distância média percorrida no TC6 foi de 437±95,6m, sendo que 40,4% apresentaram distâncias abaixo de 80% do previsto. O mMRC foi de 1(1-2) e BDI de 7(6-9). Não foram encontradas fortes correlações entre capacidade física, espessura muscular e sensação de dispneia, contudo, na análise de regressão múltipla, com modelo ajustado para redução do TC6 abaixo de 80% do previsto como variável dependente e covariáveis que incluíram espessura diafragmática, músculo peitoral esquerdo, IMC, mMRC e sexo, viu-se que o aumento da espessura do musculo peitoral esquerdo se associou a uma menor chance de redução no teste (OR: 0,12; 95%CI: 0,01-0,96; p=0,046), ao passo que o IMC elevado e maior mMRC se associaram a uma maior probabilidade de redução no TC6 (OR: 1,28; 95%CI: 1,04-1,57; p=0,016 e OR: 29,6; 95%CI: 1,92-457,26; p=0,015, respectivamente). Conclusão: O aumento da espessura do músculo peitoral esquerdo reduziu a chance de pior desempenho no TC6, ao passo que o IMC elevado e maior sensação de dispneia aumentaram as chances de piores desfechos no mesmo teste em pacientes com covid longa.
Resumo (inglês)
Introduction: The COVID-19 pandemic has had a significant impact on global healthcare systems, with over 775 million cases and 7.05 million deaths reported by May 2024. Despite the reduced severity and mortality of cases—largely due to vaccine development—long COVID remains a concern, affecting approximately 65 million people worldwide. Among the signs and symptoms of the disease, muscle mass loss, fatigue, and dyspnea are prominent, leading to decreased exercise tolerance and physical capacity, which can significantly impact the quality of life of affected individuals. Objective: To analyze the correlation between the sensation of dyspnea and body composition with the physical capacity of patients with long COVID. Methods: Patients diagnosed with long COVID and persistent fatigue symptoms were assessed for dyspnea using the Baseline Dyspnea Index (BDI) and the modified Medical Research Council (mMRC) scale, physical capacity using the Six-Minute Walk Test (6MWT), body composition via bioelectrical impedance analysis, and muscle thickness of the diaphragm, pectoralis major, biceps brachii, rectus femoris, and vastus medialis bilaterally using ultrasound. Results: Fifty-eight vaccinated patients were included [74% female, mean age 52.5±12.4 years, BMI 31.2 (27.7–36.4) kg/m²]. The mean 6MWT distance was 437±95.6 meters, with 40.4% walking less than 80% of the predicted distance. The median mMRC score was 1 (1–2), and BDI score was 7 (6–9). No strong correlations were found between physical capacity, muscle thickness, and sensation of dyspnea. However, in the multiple regression analysis—using a model adjusted for reduction in 6MWT distance below 80% of predicted as the dependent variable, and covariates including diaphragmatic thickness, left pectoralis muscle thickness, BMI, mMRC score, and sex—it was observed that increased thickness of the left pectoralis muscle was associated with a lower likelihood of reduced performance in the test (OR: 0.12; 95% CI: 0.01–0.96; p = 0.046). In contrast, higher BMI and greater mMRC scores were associated with a higher likelihood of reduced 6MWT performance (OR: 1.28; 95% CI: 1.04–1.57; p = 0.016 and OR: 29.6; 95% CI: 1.92–457.26; p = 0.015, respectively). Conclusion: Increased thickness of the left pectoralis muscle was associated with a lower chance of poor performance on the 6MWT, whereas higher BMI and greater sensation of dyspnea were associated with worse outcomes on the same test in patients with long COVID.
Descrição
Palavras-chave
Covid longa, Fadiga, Dispneia, Capacidade funcional
Idioma
Português