Publicação: Uso de serviços odontológicos por crianças de 5 anos de idade matriculadas em creches municipais de Araraquara, SP: fatores associados e barreiras de acesso
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Data
Autores
Orientador
Tagliaferro, Elaine Pereira da Silva 

Coorientador
Pós-graduação
Ciências Odontológicas - FOAR
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Estudos sobre os determinantes do uso e acesso aos serviços odontológicos por crianças em idade pré-escolar são escassos. A realização de pesquisas com tal abordagem pode contribuir na organização e aprimoramento das políticas públicas de saúde bucal direcionadas à população infantil, bem como para atingir um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, o ODS 3 (Saúde de Qualidade), que tem como meta garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades. Assim, os objetivos deste estudo foram: 1. analisar as variáveis associadas ao tempo da última consulta odontológica em crianças de 5 anos de idade matriculadas em creches municipais da cidade de Araraquara, SP (n=591) (Publicação 1) e 2. analisar os motivos pelos quais crianças de 5 anos nunca visitaram o dentista (n=101) (Publicação 2). O estudo foi realizado com crianças de 5 anos matriculadas em pré-escolas da cidade de Araraquara/SP, Brasil. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de questionário aos responsáveis e dados coletados em exame bucal dos respectivos filhos (as). O questionário abordou informações sociodemográficas, uso de serviços odontológicos, características odontológicas, conhecimento sobre saúde bucal e aspectos da rotina familiar. O exame clínico seguiu a metodologia do SB Brasil 2020 e coletou dados sobre cárie dentária, maloclusão e necessidade de tratamento. Em um segundo momento, foram selecionadas as crianças que nunca visitaram o dentista, e seus pais foram contatados por um aplicativo de mensagens (WhatsApp), com a seguinte pergunta: “Qual foi o motivo pelo qual seu/sua filho/filha nunca foi ao dentista até o momento da pesquisa? ”. Os dados foram analisados por meio de análises descritivas e modelos de regressão logística múltipla, com nível de significância de 5% (Publicação 1) e através do Software Iramuteq, por meio das análises de Similitude e de Classificação Hierárquica Descendente (Publicação 2). A maioria das crianças (56,5%) teve sua última consulta odontológica há mais de um ano, nunca foi ou a mãe não se lembra da última consulta; 38,4% das crianças nunca foram ao dentista; 37,9% das mães classificaram a saúde bucal da criança como muito ruim, ruim ou regular. Crianças sem plano odontológico (OR=4,69; IC95%: 2,84-7,74) e cujos médicos pediatras não perguntaram sobre a visita ao dentista (OR=3,90; IC95%: 2,44-6,27) apresentaram maior chance de ter ido à última consulta odontológica há mais de um ano (p<0,05) (Publicação 1). A falta de necessidade percebida foi o motivo mais citado como barreira para a 1ª consulta odontológica; questões de acesso, como a ausência de plano odontológico e as condições financeiras das famílias também foram relatadas (Publicação 2). Conclui-se que a maioria das crianças de 5 anos não teve uma consulta odontológica recente. A falta de acesso a um plano odontológico e a ausência de incentivo por parte do médico pediatra para consultas odontológicas regulares foram identificados como indicadores de risco relevantes. O principal motivo pelo qual crianças de 5 anos nunca haviam ido ao dentista foi a falta de percepção dos pais sobre a necessidade de cuidados odontológicos, evidenciando a importância da conscientização e educação para incentivar visitas preventivas precoces. Os impactos práticos dessa pesquisa sugerem a criação de programas de conscientização para pais sobre a importância das consultas odontológicas precoces, a integração entre médicos pediatras e dentistas e a ampliação do acesso a serviços odontológicos. Além disso, é essencial desenvolver políticas públicas de prevenção, distribuir materiais educativos e capacitar profissionais de saúde para orientar melhor as famílias, melhorando a saúde bucal infantil de forma acessível e eficaz.
Resumo (inglês)
Studies on the determinants of preschool children's use of and access to dental services are scarce. Conducting research from this perspective could contribute to the organization and improvement of public oral health policies aimed at the child population and to achieving one of the Sustainable Development Goals, SDG 3 (Quality Health), which aims to ensure access to quality health care and promote well-being for all, at all ages. Thus, the objectives of this study were: 1) To analyze the variables associated with the time of the last dental appointment in 5-year-old children enrolled in municipal daycare centers in the city of Araraquara, SP (n=591) (Publication 1), and 2) To analyze the reasons why 5-year-old children had never visited the dentist (n=101) (Publication 2). The study was conducted with 5-year-old children enrolled in preschools in Araraquara, SP, Brazil. Data was collected by applying a questionnaire to guardians and gathering data during oral examinations of their children. The questionnaire covered sociodemographic information, dental service utilization, dental characteristics, knowledge about oral health, and family routines. The clinical examination followed the SB Brasil 2020 methodology, collecting data on dental caries, malocclusion, and treatment needs. In the second stage, children who had never visited the dentist were selected, and their parents were contacted via a messaging application (WhatsApp) with the following question: “What was the reason why your son/daughter had never been to the dentist until the time of the survey?” The data were analyzed using descriptive analyses and multiple logistic regression models, with a significance level of 5% (Publication 1), and through the Iramuteq Software, using Similarity Analysis and Descending Hierarchical Classification (Publication 2). Most children (56.5%) had their last dental appointment more than one year ago, had never been to a dentist, or their mother did not remember the last appointment. Additionally, 38.4% of the children had never been to the dentist, and 37.9% of the mothers classified their child's oral health as very poor, poor, or fair. Children without dental insurance (OR=4.69; 95% CI: 2.84-7.74) and those whose pediatricians did not ask about their dental visit (OR=3.90; 95% CI: 2.44-6.27) were more likely to have had their last dental appointment more than one year ago (p<0.05) (Publication 1). Lack of perceived need was the most frequently cited barrier to the first dental appointment. Access issues, such as the lack of dental insurance and the families' financial conditions, were also reported (Publication 2). It is concluded that most 5-year-old children had not had a recent dental visit. The lack of access to a dental plan and the lack of encouragement from pediatricians for regular dental visits were identified as relevant risk indicators. The main reasons for 5-year-old children never having visited the dentist were parents' lack of knowledge about the need for a visit, access limitations, and the costs of dental treatments. The practical implications of this research suggest developing awareness programs for parents on the importance of early dental visits, greater integration between pediatricians and dentists, and expanding access to dental services. In addition, it is essential to develop public prevention policies, distribute educational materials, and train health professionals to better guide families, thereby improving children's oral health in an accessible and effective way.
Descrição
Palavras-chave
Pré-escolar, Saúde bucal, Acesso efetivo aos serviços de saúde, Child, preschool, Oral health, Effective access to health services
Idioma
Português
Como citar
Oliveira CC. Uso de serviços odontológicos por crianças de 5 anos de idade matriculadas em creches municipais de Araraquara, SP: fatores associados e barreiras de acesso [dissertação de mestrado]. Araraquara: Faculdade de Odontologia da UNESP; 2025.