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Publicação:
Um olhar decolonial sobre infância(s), Matemática(s) e currículos regionalizados da Bolívia

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Orientador

Gonçalves, Harryson Júnio Lessa

Coorientador

Pós-graduação

Educação para a Ciência - FC

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Tese de doutorado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

Esse relatório de pesquisa de doutoramento teve como objetivo criar, por meio da autoetnografia, uma experiência de pesquisa pautada nas afetações que me atravessaram, ao longo do processo de construção da compreensão da infância boliviana, articulando a educação infantil com a educação matemática, tendo como base a decolonialidade e a interculturalidade. A autoetnografia admite que o pesquisador traga para seu estudo a sua experiência pessoal no contexto das interações sociais e práticas culturais, dando visibilidade as suas emoções. Foi isso que procurei realizar ao longo da escrita, refletindo sobre as implicações e as inquietações que me tomaram na construção do caminho metodológico, até chegar à decisão de vivenciar e depois comunicar o processo de pesquisa por meio de uma autoetnografia que envolveu as minhas vivências e experiências. As diversas formas de adentrar o território boliviano, por meio da viagem ao país, das conversas informais e das visitas não oficiais aos departamentos educacionais, criaram condições para que eu pudesse desenvolver as leituras da legislação, dos textos curriculares e outros escritos com mais significado, ampliando a minha compreensão. As crianças, nos discursos dos textos curriculares, são consideradas como sujeitos de direitos dentro da família e da comunidade, um ser único em permanente desenvolvimento, com características próprias e participantes ativas na construção de sua própria história, em diálogo permanente com seu entorno. O documento orienta que a educação matemática deva ser desenvolvida a partir de diferentes experiências cotidianas da família e da comunidade, para favorecer o desenvolvimento de sua identidade cultural e linguística, no contexto em que vivem. As noções matemáticas destacadas no documento (tamanho, peso, volume, números, distância, espaço e tempo) devem ser articuladas em conjunto com o idioma materno, contribuindo para o desenvolvimento da língua e do pensamento, dentro da cosmovisão originária de sua história de vida e de seu contexto. Embora o sistema educacional não seja a única instituição social que deva reconhecer e expressar a diversidade cultural para promover a interculturalidade, talvez seja a única com maiores possibilidades de impactar a população em grande escala, principalmente as crianças. Ao olhar para os textos curriculares, notei que eles abrem a possibilidade para o desenvolvimento de um pensamento decolonial, criando um espaço epistêmico, a partir dos conhecimentos e saberes elaborados pelas nações e povos do sul global, mostrando outras perspectivas para que se possa olhar para o conhecimento a partir de outras bases, compondo novas linhas de pensamento e posicionamentos. Durante a pesquisa, tive que me voltar constantemente a mim mesma, atenta aos sentidos e aos afetos que me detinham ou me faziam avançar e em muitos momentos me vi obrigada a voltar a minha essência, para me ver e entender os fenômenos que me cercavam. Tudo isso me permitiu explorar outros modos de produção durante a investigação, na relação estabelecida comigo mesma, compreendendo-me como parte do processo, conforme transitava pelos diferentes territórios: geográficos, metodológicos, teóricos, epistemológicos e o meu próprio território existencial. Como conclusão, entendo que algo em minha subjetividade mudou, impactando o meu modo de enxergar o mundo e a cultura.

Resumo (espanhol)

El objetivo de este informe de investigación doctoral es crear, a través de la autoetnografía, una experiencia de investigación basada en los afectos que me atravesaron a lo largo del proceso de construcción de una comprensión de la infancia boliviana, articulando la educación parvularia con la educación matemática, desde la decolonialidad y la interculturalidad. La autoetnografía permite al investigador aportar a su estudio su experiencia personal en el contexto de las interacciones sociales y las prácticas culturales, incluyendo la visibilidad de sus emociones. Eso es lo que he tratado de hacer a lo largo de este escrito, reflexionando sobre las implicaciones y preocupaciones que he tenido mientras construía el camino metodológico hasta llegar a la decisión de experimentar y luego comunicar el proceso de investigación a través de una autoetnografía que involucrara mis diversas experiencias. Las diferentes formas de ingresar al territorio boliviano, ya sea a través de viajes al país, conversaciones informales as visitas no oficiales a departamentos educativos, crearon las condiciones para que pueda desarrollar lecturas más significativas de la legislación, textos curriculares y otros escritos, ampliando mi comprensión. En los discursos de los textos curriculares, el niño es considerado un sujeto de derechos dentro de la familia y la comunidad, un ser único en permanente desarrollo, con características propias y participante activo en la construcción de su propia historia, en permanente diálogo con su entorno. El documento aconseja que la educación matemática se desarrolle a partir de diferentes experiencias cotidianas en la familia y la comunidad, para favorecer el desarrollo de su identidad cultural y lingüística en el contexto en el que viven. Las nociones matemáticas destacadas en el documento (tamaño, peso, volumen, números, distancia, espacio y tiempo) deben articularse junto con la lengua materna, contribuyendo al desarrollo del lenguaje y el pensamiento dentro de la cosmovisión, la historia vital y el contexto originales. Si bien el sistema educativo no es la única institución social que debe reconocer y expresar la diversidad cultural para promover la interculturalidad, es quizás la única con mayores posibilidades de impactar a gran escala en la población, especialmente en los niños. Cuando observé los textos curriculares, noté que abrían la posibilidad para el desarrollo del pensamiento decolonial, creando un espacio epistémico basado en los conocimientos y saberes desarrollados por las naciones y pueblos del sur global, mostrando otras perspectivas para que podamos mirar el conocimiento desde otras bases, componiendo nuevas líneas de pensamiento y posiciones. Durante la investigación tuve que volver constantemente a mí misma, atenta a los sentidos y afectos que me frenaban o me hacían avanzar; en muchos momentos me vi obligada a volver a mi esencia para verme y entender los fenómenos que me rodeaban. Todo esto me permitió explorar otros modos de producción durante la investigación, en la relación establecida conmigo misma, entendiéndome como parte del proceso al transitar por los diferentes territorios: geográfico, metodológico, teórico, epistemológico y mi propio territorio existencial. Concluyo que algo en mi subjetividad cambió, impactando mi forma de ver el mundo y la cultura.

Resumo (inglês)

The aim of this doctoral research report is to create, through autoethnography, a research experience based on the affections that crossed me throughout the process of building an understanding of Bolivian childhood, articulating early childhood education with mathematics education, based on decoloniality and interculturality. Autoethnography allows the researcher to bring to their study their personal experience in the context of social interactions and cultural practices, including the visibility of their emotions. That's what I've tried to do throughout this writing, reflecting on the implications and concerns that I've had while constructing the methodological path until I came to the decision to experience and then communicate the research process through an autoethnography that involved my various lives and experiences. The different ways in which I entered Bolivian territory, whether through traveling to the country, informal conversations or unofficial visits to educational departments, created the conditions for me to develop more meaningful readings of legislation, curricular texts and other writings, broadening my understanding. In the discourses of the curriculum texts, children are considered to be subjects of rights within the family and the community, a unique being in permanent development, with their own characteristics and active participants in the construction of their own history, in permanent dialogue with their surroundings. The document states that mathematics education should be developed from the different daily experiences of the family and community, to encourage the development of their cultural and linguistic identity in the context in which they live. The mathematical notions highlighted in the document (size, weight, volume, numbers, distance, space and time) should be articulated together with the mother tongue, contributing to the development of language and thought within the original worldview, life history and context. Although the education system is not the only social institution that should recognize and express cultural diversity in order to promote interculturality, it is perhaps the only one with the greatest possibilities of impacting the population on a large scale, especially children. Looking at the curricular texts, I noticed that they open up the possibility of developing decolonial thinking, creating an epistemic space based on the knowledge and know-how developed by the nations and peoples of the global south, showing other perspectives so that we can look at knowledge from other bases, composing new lines of thought and positions. During the research I had to constantly return to myself, attentive to the senses and affections that held me back or made me move forward. At many moments I was forced to return to my essence, to see myself and understand the phenomena that surrounded me. All of this allowed me to explore other modes of production during the investigation, in the relationship established with myself, understanding myself as part of the process as I moved through the different territories: geographical, methodological, theoretical, epistemological and my own existential territory. I conclude that something in my subjectivity changed, impacting on my way of seeing the world and culture.

Descrição

Palavras-chave

Autoetnografia, Educação infantil, Decolonialidade, Interculturalidade, Educação Matemática, Educación parvularia, Decolonialidad, Interculturalidad, Educación matemática, Autoethnography, Early childhood education, Decoloniality, Interculturality, Mathematics education

Idioma

Português

Como citar

NOVAES. Joana Inês. Um olhar decolonial sobre infância (s), Matemática (s) e currículos regionalizados da Bolívia. Orientador: Harryson Júnio Lessa Gonçalves. 2024. 119 f. Tese (Doutorado em Educação para Ciência) - Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Bauru, 2024.

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