Publicação: Prevalência de síndrome de burnout e associação com fatores relacionados ao trabalho em médicos anestesiologistas brasileiros
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Autores
Orientador
Módolo, Norma Sueli Pinheiro 

Coorientador
Pós-graduação
Anestesiologia - FMB 33004064076P6
Curso de graduação
Título da Revista
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Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Introdução e objetivos: Existe uma elevada prevalência de burnout entre os anestesiologistas. Dados apoiam que esta condição pode afetar a saúde mental dos médicos e a segurança dos procedimentos durante a prática clínica da anestesia. Apesar disto, temos conhecimento limitado sobre os fatores do local de trabalho associados ao burnout em anestesiologistas e falta de estudos de intervenção direcionados a fatores ambientais. Métodos: Estudo transversal com anestesiologistas brasileiros para conhecer os fatores do local de trabalho relacionados à síndrome de burnout e seus componentes (taxa de resposta 973/11.419; 8,52%). A pesquisa incluiu características basais da amostra, um escore “Pontuação de Dificuldade no Trabalho” e o Maslach Burnout Inventory (versão Human Services Survey for Medical Personnel). Resultados: A prevalência de burnout foi de 7,2%, de exaustão emocional alta 28%, de despersonalização alta 10,9% e de baixa realização pessoal 17,8%. Burnout se relacionou à desgaste de relações interpessoais (RP 3,05, 1,64-5,68, p= 0,00), não se sentir respeitado no trabalho (RP 2,45, 1,37-4,40, p= 0,00) e pontuar na "pontuação de dificuldade no trabalho" (RP 1,26, 1,16- 1,37, p = 0,00). Exaustão emocional relacionou-se à pressão por produtividade (RP 1,34, 1,01-1,78, p= 0,46), trabalhar doente por falta de substituto (RP 1,67, 1,22-2,30, p= 0,00), ter sofrido assédio moral no trabalho (RP 1,54, 1,15-2,05, p= 0,00), desgaste de relações interpessoais (RP 2,09, 1,55-2,84, p= 0,00), conflito de valores (RP 1,42, 1,05-1,92, p= 0,02), manejar vias aéreas de pacientes durante a pandemia de covid-19 (RP 1,52, 1,06-2,18, p= 0,02) e pontuar na “pontuação de dificuldade no trabalho” (RP 1,15, 1,10-1,2, p= 0,00). Despersonalização relacionou-se a desgaste de relações interpessoais (RP 2,30, 1,41-3,78, p= 0,00), não se sentir respeitado no trabalho (RP 1,87, 1,16-3,02, p= 0,01) e pontuar na "pontuação de dificuldade no trabalho" (RP 1,21, 1,13- 1,29, p = 0,00). A baixa realização pessoal relacionou-se com não ter acesso a decisões que afetam o local de trabalho (RP 1,27, 1,02-1,57, p= 0,02), pontuar na “pontuação de dificuldade no trabalho” (RP 1,26, 1,16-1,37, p= 0,00) e trabalhar de forma mista em hospitais públicos e privados (RP 0,78, 0,62-0,98, p = 0,03). Conclusão: Existem vários fatores no local de trabalho que afetam os escores de burnout em anestesiologistas. É possível desenhar intervenções direcionadas a esta população a partir dos fatores levantados visando a cada um dos componentes do burnout separadamente ou à síndrome como um todo.
Resumo (inglês)
Background and objectives: There is a high prevalence of burnout among anesthesiologists and data support that this condition may affect physicians' mental health and safety in anesthesia. Despite that, we have limited knowledge about workplace factors associated with burnout in anesthesiologists. Furthermore, we lack interventional studies targeting the anesthesiologist’s work environment. Methods: We designed a cross-sectional study with Brazilian anesthesiologists to know the workplace factors related to burnout syndrome and its components (response rate 973/11,419; 8.52%). The survey comprised baseline characteristics, a "Job Difficulty Score," and the Maslach Burnout Inventory - Human Services Survey for Medical Personnel. Results: The prevalence of burnout was 7.2%, of high emotional exhaustion 28%, of high depersonalization 10.9%, and of low personal accomplishment 17.8%. Burnout related to strained relationships (PR 3.05, 1.64-5.68, p= 0.00), not feeling respected at work (PR 2.45, 1.37-4.40, p= 0.00), and scoring the "job difficulty score" (PR 1.26, 1.16-1.37, p= 0.00). Emotional exhaustion related to productivity pressure (PR 1.34, 1.01-1.78, p= 0.46), working sick because of shortages (PR 1.67, 1.22-2.30, p= 0.00), moral harassment (PR 1.54, 1.15-2.05, p= 0.00), strained relationships (PR 2.09, 1.55-2.84, p= 0.00), conflict of values (PR 1.42, 1.05-1.92, p= 0.02), managing patients' airways during covid-19 pandemic (PR 1.52, 1.06-2.18, p= 0.02) and scoring the "job difficulty score" (PR 1.15, 1.10-1.2, p= 0.00). Depersonalization related to strained relationships (PR 2.30, 1.41-3.78, p= 0.00), not feeling respected at work (PR 1.87, 1.16-3.02, p= 0.01), and scoring the "job difficulty score" (PR 1.21, 1.13-1.29, p= 0.00). The low personal accomplishment related to not having access to decisions that affect the workplace (PR 1.27, 1.02-1.57, p= 0.02), scoring the "job difficulty score" (PR 1.26, 1.16-1.37, p= 0.00), and working part-time in public and part-time in private hospitals (PR 0.78, 0.62-0.98, p= 0.03). Conclusion: Overall, there are various workplace factors affecting burnout in anesthesia. New interventions could target these factors selectively to address the burnout components separately or the syndrome as a whole according to the needs of the target population.
Descrição
Palavras-chave
Burnout, Psicologia, Saúde ocupacional, Anestesiologia, Ambiente de trabalho, Psychological, Occupational health, Anesthesiology, Workplace
Idioma
Português