Potencial de biomateriais xenógeno e sintético associados à membrana absorvível para aumento ósseo em calvária de ratos: estudo prospectivo e randomizado

Abstract

As propriedades e respostas clínicas dos biomateriais usados na regeneração óssea guiada tem ganhado cada vez mais destaque na literatura. Os diferentes padrões de reabsorção, osteocondução e bioatividade associados ao tipo de reconstrução desejada influenciam a escolha do substituto ósseo. Este estudo comparou a neoformação óssea vertical e a topografia entre biomaterial xenógeno e sintético. Trinta e dois ratos machos Wistar foram divididos aleatoriamente em dois grupos e submetidos à reconstrução óssea vertical em calvária com biomaterial xenógeno (Bio-Oss®/GBO) ou sintético (GenPhos XP®/GGP), ambos recobertos com membrana absorvível (Techgraft®). A eutanásia foi realizada após 60 e 90 dias da cirurgia, seguida por análise microarquitetural, topográfica e histométrica. Comparação estatística inferencial por Teste T (histometria) e Mann-Whitney (microarquitetura) foi realizada adotando significância de 5%. Parâmetros semelhantes de microarquitetura óssea foram observados (p>0,05), com maior neoformação, trabéculas mais espessas e menos espaçadas e menor porosidade para o grupo GGP. Na caracterização topográfica, o grupo GGP apresentou superfície mais rugosa e complexa, com visualização de trabéculas em maior aumento. A avaliação histométrica indicou maior neoformação no grupo GGP (p=0,001) e menor remanescente de biomaterial (p=0,003). O grupo GBO apresentou diminuição do osso neoformado entre os tempos (p=0,013) e maior redução da altura do volume reconstruído (p=0,03). Ambos os biomateriais demonstraram papel osteocondutor, com padrões de neoformação e reabsorção diferentes. Apesar da maior absorção do biomaterial sintético, esse apresentou neoformação óssea otimizada e manutenção do volume em avaliação de 90 dias.

The properties and clinical responses of biomaterials used in guided bone regeneration have gained increasing prominence in literature. Differences in resorption, osteoconduction, and bioactivity, along the bone reconstruction desired, influence the choice of bone substitute. This study compared vertical bone formation and surface topography between xenogenic and synthetic biomaterials. Thirty-two male Wistar rats were randomly divided into two groups and underwent vertical bone reconstruction in the calvaria using either a xenogeneic (Bio-Oss®/GBO) or a synthetic biomaterial (GenPhos XP®/GGP), both covered with an absorbable membrane (Techgraft®). Euthanasia was performed at 60 and 90 days post-surgery, followed by microarchitectural, topographic, and histometric analyses. Inferential statistical analysis was performed using the T-test (histometry) and Mann-Whitney test (microarchitecture), adopting a 5% significance level. Similar bone microarchitectural parameters were observed between groups (p>0.05). GGP group show greater bone formation, thicker and less spaced trabeculae, and lower porosity. Topographic characterization of GGP group exhibited a rougher and more complex surface, with visualization of trabeculae at higher magnification. Histometric analysis indicated greater bone formation in the GGP group (p=0.001) and lower residual biomaterial (p=0.003). The GBO group exhibited a decrease in the newly formed bone (p=0.013) and in the reconstructed volume height (p=0.03) over time. Both biomaterials demonstrated osteoconductive potential, with distinct patterns of bone formation and resorption. Despite greater resorption of the synthetic biomaterial, it showed optimized bone formation and volume maintenance at 90 day evaluation.