Análise do perfil imunológico através de imuno-histoquímica para desenvolvimento de um imunoscore para melanoma oral em cães

Abstract

O melanoma oral canino (MOC) é a neoplasia maligna mais frequente na cavidade oral de cães, caracterizando-se pelo comportamento agressivo e prognóstico reservado. Este estudo teve como objetivo desenvolver um imunoscore para o MOC, avaliando o microambiente tumoral por meio da imuno-histoquímica e sua correlação com o estadiamento TNM e a sobrevida dos pacientes. Foram analisados prontuários clínicos e amostras histológicas de 16 cães atendidos no Hospital Veterinário da UNESP – Jaboticabal. O perfil imunológico foi determinado pela expressão de CD3, CD8, CD4, PD-L1, FOXP3, CD163, CTLA-4, CX3CR1, CD68 e Ki-67. Os resultados revelaram que 87,5% (14/16) dos pacientes era idosos, sem raça definida (50% - 8/16) e fêmeas castradas (68,7% - 11/16), predominando o estadiamento TNM III (81,2% - 13/16), com maior frequência de tumores na mandíbula caudal (43,7% - 7/16) e melanomas pigmentados (81,2% - 13/16). O microambiente apresentou perfil imunogênico, com altos níveis de CD8 e CD3, porém associado à expressão elevada de PD-L1 e moderada de CTLA-4 e FOXP3, indicando mecanismos de evasão imunológica. A baixa expressão de CX3CR1, CD163, CD68 e CD4 sugere menor recrutamento de células auxiliares. Foram desenvolvidos quatro modelos de imunoscore, baseados e adaptados de literatura precedente. O binário apresentou associação significativa com maior probabilidade de sobrevida na curva de Kaplan-Meier (p = 0.00023). O trinário não demonstrou associação com o prognóstico (p = 0.1827). O Imunoscore denominado como S1 apresentou melhor capacidade de discriminação prognóstica, enquanto o S2 não foi estatisticamente significativo (p = 0.62). O imunoscore binário e o S1 mostraram potencial para estratificação prognóstica, complementando a classificação TNM e contribuindo na tomada de decisões terapêuticas. No entanto, devido ao baixo tamanho amostral, estudos futuros são necessários para validar esses achados e avaliar a aplicabilidade clínica do imunoscore na oncologia veterinária.

Canine oral melanoma (MOC) is the most common malignant neoplasm of the oral cavity in dogs, characterized by aggressive behavior and poor prognosis. This study aimed to develop an immunoscore for MOC by evaluating the tumor microenvironment through immunohistochemistry and assessing its correlation with TNM staging and patient survival. Medical records and histological samples from 16 dogs treated at the Veterinary Hospital of UNESP – Jaboticabal were analyzed. The immune profile was determined based on the expression of CD3, CD8, CD4, PD-L1, FOXP3, CD163, CTLA-4, CX3CR1, CD68, and Ki-67. The results showed that 87.5% (14/16) of the patients were elderly, 50% (8/16) were mixed-breed, and 68.7% (11/16) were spayed females, with a predominance of TNM stage III (81.2% – 13/16), tumors located in the caudal mandible (43.7% – 7/16), and pigmented melanomas (81.2% – 13/16). The tumor microenvironment exhibited an immunogenic profile with high CD8 and CD3 expression but was also associated with elevated PD-L1 and moderate CTLA-4 and FOXP3 expression, indicating immune evasion mechanisms. Low expression of CX3CR1, CD163, CD68, and CD4 suggested limited recruitment of auxiliary immune cells. Four immunoscore models were developed, based on and adapted from previous literature. The binary model showed a significant association with higher survival probability in the Kaplan-Meier curve (p = 0.00023). The ternary model showed no association with prognosis (p = 0.1827). The S1 immunoscore demonstrated better prognostic discrimination, while the S2 model was not statistically significant (p = 0.62). Both the binary immunoscore and S1 showed potential for prognostic stratification, complementing the TNM classification and assisting in therapeutic decision-making. However, due to the small sample size, further studies are needed to validate these findings and assess the clinical applicability of the immunoscore in veterinary oncology