Verificação do papel de Mycobacterium leprae na ativação de MAPKs em nervos periféricos humanos e murinos
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Autores
Orientador
Nogueira, Maria Renata Sales 

Coorientador
Pós-graduação
Patologia - FMB
Curso de graduação
Título da Revista
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Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
As neuropatias periféricas podem ter várias causas, incluindo a hanseníase, e afetam significativamente a qualidade de vida dos indivíduos. Este estudo verificou o papel das principais MAPKs (ERK1/2, p38α MAPK, JNK) e do fator de transcrição c-Jun na infecção experimental por Mycobacterium leprae (M. leprae) e nas neuropatias periféricas em indivíduos com e sem hanseníase. Foram coletados fragmentos de nervos de indivíduos com neuropatia periférica, realizada uma avaliação epidemiológica e comparados dois modelos de lesão neural em camundongos. As funções motoras e nociceptivas foram avaliadas, e a expressão proteica das MAPKs e
c-Jun foi analisada por ensaios celulares, buscando compreender os mecanismos subjacentes à neuropatia hansênica. A caracterização sociodemográfica e clínica revelou que o grupo de indivíduos com neuropatia hansênica (LepN) apresentava maior prevalência de indivíduos mais jovens (73,59% com menos de 60 anos) e do sexo masculino (73,59%). A maioria dos casos era de indivíduos brancos (86,79%) com educação primária incompleta (22,64%). No grupo de outras formas de neuropatia periférica (oPN), observaram-se características semelhantes, mas com uma proporção ligeiramente maior de indivíduos com 60 anos ou mais (46,67 %). A caracterização clínica revelou que os indivíduos com LepN apresentavam incapacidades mais graves, maior espessamento neural e uma maior prevalência de mononeuropatia múltipla em comparação com o grupo oPN. Os fatores de risco associados à LepN incluíam diabetes, HIV com tratamento quimioterápico e exposição prolongada a pesticidas. O modelo murino de lesão do nervo isquiático demonstrou impactos significativos na função motora e nociceptiva, com diferenças na resposta à estimulação mecânica ao longo do tempo. Na análise da expressão proteica das MAPKs e c-Jun, observaram-se níveis elevados de ERK1/2 em camundongos infectados com M. leprae, indicando seu papel nas fases iniciais da infecção. Em amostras humanas, os nervos oPN apresentaram níveis mais altos de ERK1/2 em comparação com os nervos LepN. Houve ativação da via de sinalização p38α MAPK no grupo de lesão por esmagamento, e a expressão de c-Jun foi significativamente maior no grupo infectado por M. leprae. Esses resultados sugerem uma regulação temporal da expressão de ERK1/2 durante a infecção por M. leprae e a importância de p38α MAPK e c-Jun na neuropatia hansênica. Em conclusão, este estudo fornece informações relevantes sobre o perfil sociodemográfico e clínico da neuropatia associada à hanseníase, e indica uma regulação diferencial das vias de sinalização intracelular, ERK1/2, p38α MAPK, JNK, e do fator de transcrição c-Jun, em modelo murino de trauma por esmagamento e infecção por M. leprae. Compreender esses mecanismos pode contribuir para o desenvolvimento de terapias direcionadas para o tratamento da neuropatia hansênica, melhorando a qualidade de vida dos indivíduos afetados.
Descrição
Palavras-chave
M. leprae, Células de Schwann, Proteínas quinases ativadas por mitógenos
Idioma
Português
Citação
CASALENOVO, Mariane Bertolucci. Verificação do papel de Mycobacterium leprae na ativação de MAPKs em nervos periféricos humanos e murinos. Orientadora: Maria Renata Sales Nogueira. 2023. Tese (Doutorado em Patologia) – Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, 2023.