Na contramão do jornalismo Fast: as relações de subordinação entre mercado e universidade e a necessidade de se repensar a pedagogia do jornalismo

Abstract

The Brazilian Journalism graduation was created in 1947, when Casper Líbero Foundation has teamed up with Philosophy's Faculty of the São Paulo's Catholic University and built the first Communication course in the country. Since then, the journalism curriculum has undergone several renovations, which influenced the profession in the country: five Currículos mínimos were created in 20 years, with the purpose of regulate journalism in the country, according to differents interests. These Curriculum left marks in Journalism that we feel today, like the perception that Journalism is a Communication's license, forcing students to be a versatile professional. Moreover, Journalism has serious teaching deficit, which separates theory from practice (functionalist perception). For the reasons above, experts in Communication, with the purpose of change the negative influence of these Currículos Mínimos, released a report in 2009, approved in 2013, with the Journalism's National Guidelines for the Journalism's graduation. The document intend to guide the discussion of the reformulation for the Journalism's curriculum in Brazil. Specifically, this paper seeks to contribute to the discussion of curriculum, of Political Pedagogic Project and national guidelines in the São Paulo State University - Universidade Estadual Paulista, UNESP. In this regard, the paper's applicant makes a study of the guidelines contained in the previous and current curriculum proposals, dissects the Journalism's National Curriculum Guidelines and offers help to speed up the discussion of the new Political Pedagogic Project for the journalism course

O ensino de Jornalismo teve origem no Brasil apenas em 1947, quando a Fundação Cásper Líbero aliou-se à Faculdade de Filosofia da PUC de São Paulo e montou a primeira escola superior de Comunicação do país. Desde então, a matriz curricular de Jornalismo passou por várias reformas, as quais influenciaram decisivamente a concepção da profissão no país: foram pelo menos cinco Currículos Mínimos, em 20 anos, a fim de normatizar o Jornalismo brasileiro, segundo interesses de diversas ordens. Os currículos formulados nesta época deixaram marcas que sentimos até hoje, que vão desde a concepção de Jornalismo enquanto habilitação de Comunicação Social - polivalente - até um ensino deficitário, que separa teoria da prática e, muitas vezes, funcionalista. Foi então que especialistas, a fim de alterar a influência negativa desses Currículos Mínimos, lançaram um relatório em 2009, aprovado em 2013, com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Jornalismo. Esse documento objetiva nortear as discussões sobre a reformulação do currículo de Jornalismo nas Universidades. O presente trabalho procura contribuir para a discussão do Plano Político-Pedagógico, da matriz curricular e das Diretrizes Curriculares na Universidade Estadual Paulista. Para isso, o proponente faz um estudo das orientações contidas em propostas de currículos anteriores e atuais, esmiúça as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Jornalismo de 2013 e se propõe a contribuir para acelerar a discussão dos novos Projetos Político-pedagógicos dos cursos de Jornalismo