Publicação: Desvendando contos populares: o revisionismo feminista de Vita Murrow e os contos ancestrais de Daniel Munduruku
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Data
Autores
Orientador
Nigro, Cláudia Maria Ceneviva 

Coorientador
Pós-graduação
Letras - IBILCE
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Dissertação de mestrado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
A presente pesquisa analisa dois livros de literatura para as infâncias: Lute como uma princesa (2019) de Vita Murrow e As serpentes que roubaram a noite e outros mitos (2001) de Daniel Munduruku. O principal objetivo do trabalho está em comparar os livros supracitados considerando as aproximações e os distanciamentos entre diferentes vertentes dos contos populares: os contos de fadas e os contos ancestrais dos povos originários brasileiros. A partir dessa comparação evidenciam-se os aspectos compartilhados pelas obras em especial a força da tradição, subvertida por Murrow e reforçada por Munduruku. De maneira mais específica, procura-se ressaltar a relevância do revisionismo (Rich, 1972; Martins, 2015) ao acrescentar perspectivas às histórias, inscrevendo nelas os aspectos culturais dos povos que as reproduzem, e destacar a representatividade desse tipo de narrativa. Para tanto, fundamentando-se nos Estudos Culturais e nos Estudos de Gênero (Butler, [1993] 2019; Curiel, 2020; Lugones, 2019; Crenshaw, 2002; Collins; Bilse, 2021), investiga-se o próprio gênero conto e os contos de fadas, mais especificamente, a fim de apreender a maneira como o revisionismo (tanto o revisionismo feminista quanto a reescritura da História feita pelos povos nativos) inscreve nas histórias aspectos de gênero e raça e outras questões culturais, principalmente nos contos de Murrow e Munduruku. Ademais, busca-se difundir a literatura indígena demonstrando sua potência e sua relevância no cenário brasileiro a partir de textos críticos e literários de autores indígenas (Munduruku, 2009, 2012, 2016, 2018; Krenak, 2020a, 2020b, 2018, 2022; Kambeba, 2018; Jekupé, 2018). Por fim, vale evidenciar a importância desta pesquisa ao retomar, por meio da literatura, a cultura dos povos originários tão cara à identidade brasileira, destacando discussões de gênero e de raça, utilizando-se para tal do revisionismo e de perspectivas decoloniais significantes para o avanço da nossa sociedade ainda patriarcal e racista.
Resumo (inglês)
This research analyzes two literature books for children: Lute como uma princesa (2019) by Vita Murrow (Fight Like a Girl in English) and As serpentes que roubaram a noite e outros mitos (2001) by Daniel Munduruku. The primary objective of this study is to compare the mentioned books, considering the similarities and differences between these strands of folk tales: fairytales and ancestral stories of Brazilian indigenous peoples. Through this comparison, the shared aspects of the works are highlighted, particularly the strength of tradition, which is subverted by Murrow and reinforced by Munduruku. More specifically, the study seeks to emphasize the relevance of revisionism (Martins, 2015; Rich, 1972;) by adding new perspectives to the stories, embedding people’s cultural elements who reproduce them, and underscoring the representativity of such narratives. To this end, drawing on Cultural Studies and Gender Studies (Butler, [1993] 2019; Curiel, 2020; Lugones, 2019; Crenshaw, 2002; Collins; Bilse, 2021), the research investigates the genre of the fairytale, with a particular focus on how revisionism (both feminist revisionism and the rewriting of history by indigenous peoples) embeds gender, race, and other cultural issues within the stories, especially in the works of Murrow and Munduruku. Furthermore, the research aims to promote indigenous literature, demonstrating its power and relevance within the Brazilian literary landscape through critical and literary texts by indigenous authors (Munduruku, 2009, 2012, 2016, 2018; Krenak, 2020a, 2020b, 2018, 2022; Kambeba, 2018; Jekupé, 2018). Lastly, the importance of this study is emphasized by revisiting, through literature, the culture of Brazilian indigenous peoples, which is integral to the nation’s identity, highlighting discussions of gender and race through revisionism and decolonial perspectives that are crucial for advancing a society still entrenched in patriarchy and racism.
Descrição
Palavras-chave
Contos de fadas, Revisionismo, Feminismo, Literatura indígena, Ancestralidade, Fairytales, Feminism, Indigenous literature, Ancestry
Idioma
Português
Como citar
LOPES, Maria Clara Teixeira. Desvendando contos populares: o revisionismo feminista de Vita Murrow e os contos ancestrais de Daniel Munduruku. 2025. 124 f. Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Biociências Letras e Ciências Exatas, São José do Rio Preto, 2025.