Resistência camponesa, construção da consciência/ pertencimento a classe trabalhadora nos assentamentos rurais do pontal do Paranapanema-SP

Abstract

Esta tese é resultado da pesquisa de doutorado intitulada “Organização, Resistência e Pertencimento de Classe nos Assentamentos Rurais do Pontal do Paranapanema-SP”, que teve como objetivo apreender o processo de construção da consciência/pertencimento a classe trabalhadora dos camponeses assentados, que vivenciaram e vivenciam inserções ocupacionais/laborais, processos de lutas intensas, com aprendizados próprios no âmbito da plasticidade do trabalho, que os impõem/motivam o retorno ou a busca do acesso à terra para viver e trabalhar. Nesse processo de construção os camponeses assentados participam coletivamente de ações político-organizativas que objetivam a resistência na terra, condição para a viabilização da produção, da comercialização de alimentos, processo esse que requer atuações perenes para a manutenção e ampliação das políticas públicas relacionadas à melhoria das condições de vida e trabalho na terra, no lote e, com vistas a garantir a produção e circulação de alimentos. Ao mesmo tempo, vêm protagonizando relações que fortalecem vínculos de classe com trabalhadores pobres, desempregados e em situação de insegurança alimentar, esses, sem-terras acampados e moradores nos centros urbanos. Isto, pois, considerando a amplitude e dimensão dos conflitos com os quais os camponeses assentados se defrontam para continuar apostando na reprodução da vida na terra, ou sua manutenção/permanência no lote, como expressão de luta e resistência, seja diante do direcionamento político e econômico que o Estado proporciona ao modelo agroindustrial vigente no Brasil, em detrimento da reprodução camponesa, da produção de alimentos, seja diante da dinâmica territorial destrutiva do agrohidronegócio canavieiro

Esta tesis es resultado de la investigación de doctorado titulada “Organización, Resistencia y Pertenencia de Clase en los Asentamientos Rurales de Pontal do Paranapanema-SP”, que tuvo como objetivo aprehender el proceso de construcción de la conciencia/pertenencia a la clase trabajadora de los campesinos assentados, que vivieron y viven inserciones ocupacionales/laborales, procesos de intensas luchas, con aprendizajes propios en el ámbito de la plasticidad del trabajo, que les imponen/motivan a regresar o buscar el acceso a la tierra para vivir y trabajar. En este proceso de construcción, los campesinos asentados participan colectivamente de acciones político-organizativas que apuntan a la resistencia sobre la tierra, condición para la viabilidad de la producción y comercialización de alimentos, proceso que requiere acciones perennes para el mantenimiento y ampliación de las políticas públicas relacionadas a la mejora de las condiciones de vida y de trabajo en la tierra, en la parcela y, con miras a asegurar la producción y circulación de alimentos. Al mismo tiempo, han venido propiciando relaciones que fortalecen lazos de clase con trabajadores pobres, desempleados y en situación de inseguridad alimentaria, estos, campistas sin tierra y residentes de centros urbanos. Ello, por tanto, considerando la amplitud y dimensión de los conflictos a los que se enfrentan los campesinos asentados para seguir apostando a la reproducción de la vida en la tierra, o a su mantenimiento/permanencia en el lote, como expresión de lucha y resistencia, ya sea en frente a las políticas y que el Estado brinda al actual modelo agroindustrial en Brasil, en detrimento de la reproducción campesina, la producción de alimentos, o frente a las dinámicas territoriales destructivas del agrohidronegocio cañero.