Fatores associados à violência contra mulherpraticada pela parceria íntima: estudo transversal
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Data
Orientador
Carvalheira, Ana Paula Pinho 

Coorientador
Almeida, Raíssa Janine de 

Pós-graduação
Curso de graduação
Botucatu - FMB - Enfermagem
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Trabalho de conclusão de curso
Direito de acesso
Acesso restrito
Resumo
Resumo (português)
Introdução: A violência perpetrada por parceiros íntimos (VPI) constitui a modalidade mais comum de violência de gênero. Esta, denota qualquer conduta direcionada a uma e/ou um parceiro íntimo que resulte em danos, englobando formas de violência emocional, verbal, física e sexual, e também, comportamentos de controle como a restrição da liberdade de movimento e o acesso a recursos financeiros. Quando tais violações estão presentes e a motivação da prática de violência é a vítima ser do sexo feminino, dá-se o nome de Violência Contra a Mulher (VCM). Objetivo: Analisar os fatores associados à violência contra mulher praticada por parceria íntima no período de 2016 a 2022 no Brasil. Método: Trata-se de um estudo transversal e analítico, de âmbito nacional entre os anos de 2016 e 2022, norteado pela ferramenta Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), que utilizou dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) fornecidos pelo Ministério da Saúde brasileiro. Foram incluídas as notificações de casos suspeitos ou confirmados de violência interpessoal contra mulheres acima de 18 anos. As notificações de violência em que o gênero da vítima foi 'ignorado(a)' e de casos suspeitos ou confirmados de violência autoprovocada foram excluídas. Foram analisadas variáveis relacionadas às características sociodemográficas das mulheres, da violência e da parceria íntima. Inicialmente, realizou-se análise descritiva das variáveis de interesse e, em seguida, foram investigados os fatores associados à violência contra mulher praticada por parceria íntima, por meio de modelos multivariados de regressão de Poisson. Os resultados foram expressos como razões de prevalência (RP) com intervalos de confiança de 95% (IC) e valores de p, considerando p<0,05 como nível de significância estatística. Análises realizadas com o software SPSS v.21. Por tratar-se de estudo com banco de dados de domínio público, não houve necessidade de aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Foram notificados 738.971 (97,0%) casos de mulheres que sofreram algum tipo de violência pela parceria íntima no período de 2016 a 2022 em todo o país. Observou-se que a maioria das mulheres possuía entre 18 e 34 anos, declararam-se pardas e brancas, cursaram o ensino médio. Além disso, a violência ocorreu com maior frequência em mulheres casadas ou em união consensual, não gestantes e não que possuíam algum tipo de deficiência/transtorno. De acordo com as notificações, a maioria das vítimas declarou-se heterossexual e, considerando a identidade de gênero, eram mulheres transexuais. De maneira independente, associaram-se a violência contra mulher, aumentando sua ocorrência: idade entre 18-34 (RP: 1,04; IC95%:
1,02–1,07) e 35-59 anos (RP: 1,04; IC95%: 1,02–1,07) quando a referência foi as mulheres com ≥60 anos e o(a) agressor(a) ser do sexo masculino (RP: 1,02; IC95%: 1,00–1,03), comparado com feminino. Por outro lado, também de maneira independente, associou-se à diminuição da ocorrência de violência contra mulher possuir algum tipo de deficiência/transtorno (RP: 0,97; IC95%: 0,95–0,99) e o(a) autor(a) da agressão ser de ambos os sexos (RP: 0,96; IC95%: 0,93–0,99). Considerações Finais: Diante desse cenário, salienta-se a necessidade de fortalecimento de políticas públicas de enfrentamento à violência de gênero, a qualificação das redes de apoio e atendimento e o desenvolvimento de estratégias que promovam a equidade, bem-estar, segurança e a proteção das mulheres, especialmente dentro do espaço doméstico, onde ainda ocorre a maioria das agressões.
Resumo (inglês)
Introduction: Intimate partner violence (IPV) is the most common form of gender-based violence. It denotes any conduct directed at an intimate partner that results in harm, encompassing forms of emotional, verbal, physical, and sexual violence, as well as controlling behaviors such as restricting freedom of movement and access to financial resources. When such violations are present and the motivation for the practice of violence is the victim being female, it is called Violence Against Women (VAW). Objective: To analyze the factors associated with violence against women practiced by intimate partners in the period from 2016 to 2022 in Brazil. Method: This is a cross-sectional and analytical study, nationwide between the years 2016 and 2022, guided by the Strengthening tool. the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), which used secondary data from the Notifiable Diseases Information System (SINAN) provided by the Brazilian Ministry of Health. Reports of suspected or confirmed cases of interpersonal violence against women over 18 years of age were included. Reports of violence in which the victim's gender was 'ignored' and of suspected or confirmed cases of self-inflicted violence were excluded. Variables related to the sociodemographic characteristics of women, violence, and intimate partnership were analyzed. Initially, a descriptive analysis of the variables of interest was performed. Then, the factors associated with violence against women committed by intimate partners were investigated using multivariate Poisson regression models. The results were expressed as prevalence ratios (PR) with 95% confidence intervals (CI) and p values, considering p<0.05 as the level of statistical significance. Analyses performed with SPSS v.21 software. Since this was a study with a public domain database, there was no need for approval by the Research Ethics Committee. Results: A total of 738,971 (97.0%) cases of women who suffered some type of intimate partner violence were reported from 2016 to 2022 throughout the country. It was observed that most of the women were between 18 and 34 years old, declared themselves to be brown or white, and had completed high school. In addition, the violence occurred more frequently among women who were married or in consensual unions, were not pregnant, and did not have any type of disability/disorder. According to the reports, most of the victims declared themselves to be heterosexual and, considering gender identity, were transgender women. Independently, the following were associated with increased occurrence of violence against women: age between 18-34 (PR: 1.04; 95% CI: 1.02–1.07) and 35-59 years (PR: 1.04; 95% CI: 1.02–1.07) when the reference was women aged ≥60 years and the aggressor was male (PR: 1.02; 95% CI: 1.00–1.03), compared to female. On the other hand, also independently, having some type of disability/disorder (PR: 0.97; 95% CI: 0.95–0.99) and the perpetrator of the aggression being of both sexes (PR: 0.96; 95% CI: 0.93–0.99) were associated with a decreased occurrence of violence against women. Final Considerations: Given this scenario, the need to strengthen public policies to combat gender-based violence, to qualify support and service networks, and to develop strategies that promote equity, well- being, safety, and protection of women is highlighted, especially within the domestic space, where most aggressions still occur.
Descrição
Palavras-chave
Violência contra mulher, Violência por parceiro íntimo, Violência de gênero, Violação de direitos humanos
Idioma
Português
Citação
NOGUEIRA, Sophia Cheyenne Meschiatti Reis. Fatores associados à violência contra mulher praticada pela parceria íntima: estudo transversal. 2025. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) - Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, 2025

