Efeito do alginato de sódio na determinação da digestibilidade aparente em rações comerciais para Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)

Abstract

Conhecer o coeficiente de digestibildiade é de grande importância para empresas formuladoras de ração animal e favorece as boas práticas de manejo e a sustentabilidade na aquicultura. Nos peixes, a digestibilidade é avaliada por um método indireto, que consiste na adição de um marcador inerte à mistura durante o processo de fabricação da ração, antes de esta ser peletizada ou extrusada. Contudo, esses marcadores não são incorporados nas formulações de rações comerciais, limitando as análises de digestibilidade a rações de caráter experimental. Para contornar essa limitação, desenvolvemos duas formulações de rações que imitam as comerciais destinadas a tilápias na fase de recria. A diferença entre as rações reside no fato de uma delas ser extrusada com a adição do marcador óxido de cromo III (Cr2O3), funcionando como controle positivo, enquanto a outra não contém o marcador, servindo como dieta base. Seis dietas experimentais foram produzidas a partir da ração base, utilizando o alginato de sódio em diferentes concentrações e protocolos para aglutinar o óxido de cromo na ração, reticulados ou não com uma solução de 0,5% de cloreto de cálcio. Foi realizado um experimento de digestibilidade delineados em DIC com 4 repetições, utilizando 336 tilápias de 102,3 ± 4,18 g distribuídas em 28 tanques de alimentação com 300 L. Verificou-se que o uso de revestimento (top-coating) superestima a digestibilidade, não sendo recomendado. O uso do alginato em concentração de 0,8%, reticulados ou não com 0,5% de cloreto de cálcio, para incorporação do marcador óxido de cromo III demonstra-se como uma estratégia promissora para a análise de digestibilidade aparente de macronutrientes pelo método indireto em rações comerciais destinadas à Tilápia do Nilo.

Knowing the digestibility coefficient is of great importance for animal feed formulation companies and favors good management practices and sustainability in aquaculture. In fish, digestibility is assessed using an indirect method, which consists of adding an inert marker to the mixture during the feed manufacturing process, before it is pelleted or extruded. However, these markers are not incorporated into commercial feed formulations, limiting digestibility analyzes to experimental feeds. To overcome this limitation, we developed two feed formulations that imitate commercial ones intended for tilapia in the rearing phase. The difference between the diets lies in the fact that one of them is extruded with the addition of the marker chromium III oxide (Cr2O3), functioning as a positive control, while the other does not contain the marker, serving as a base diet. Six experimental diets were produced from the base feed, using sodium alginate in different concentrations and protocols to bind the chromium oxide to the feed, cross-linked or not with a 0.5% solution of calcium chloride. A digestibility experiment designed in DIC was carried out with 4 replications, using 336 tilapia weighing 102.3 ± 4.18 g distributed in 28 feeding tanks with 300 L. It was found that the use of top-coating overestimates the digestibility, not recommended. The use of alginate at a concentration of 0.8%, cross-linked or not with 0.5% calcium chloride, to incorporate the chromium III oxide marker proves to be a promising strategy for analyzing the apparent digestibility of macronutrients using the method indirect in commercial feed intended for Nile Tilapia.