Dispersão territorial dos Contact Centers para a região Nordeste: o caso de Alagoas e Sergipe

Abstract

O setor de Contact Center no Brasil foi conhecido por um longo período como um grande empregador no setor de serviços. A migração de operações para a região Nordeste é intensificada no começo do século XXI, juntamente com as terceirizações e reduções salariais. Esse movimento é possível de ser explicado a partir da análise dos benefícios fiscais oferecidos pelos entes federativos e pela fragilidade socioeconômica presente na Região. A análise foi realizada com base em dados trabalhistas do RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), em relatórios do setor e em leis municipais e estaduais que apontam os benefícios fiscais.A dispersão territorial dos Contact Centers para o Nordeste é marcada por incentivos fiscais de longa duração e pela exploração de mão de obra jovem e de baixa qualificação, com destaque para Alagoas e Sergipe, que se destacam como áreas emergentes para esse tipo de operação. Apesar do aumento da formalização do trabalho na região, o emprego no setor ainda é caracterizado pela precarização, baixa remuneração e alta rotatividade.

The Contact Center sector in Brazil has long been recognized as a major employer within the service industry. The migration of operations to the Northeast region intensified in the early 21st century, alongside increasing outsourcing and wage reductions. This movement can be explained through an analysis of the tax incentives offered by government entities and the socio-economic fragility prevalent in the region. The analysis was based on labor data from RAIS (Annual Social Information Report), sector reports, and municipal and state laws outlining tax benefits. The territorial dispersion of Contact Centers to the Northeast is driven by long duration tax incentives and the exploitation of a young, low-skilled workforce, with Alagoas and Sergipe emerging as key areas for this type of operation. Despite the increase in formal employment in the region, jobs in the sector remain characterized by precarious working conditions, low wages, and high employee turnover.