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Publicação:
Qualidade da escrita em escolares de 6 a 9 anos nascidos prematuros: fatores de risco e proteção

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Orientador

Perosa, Gimol Benzaquen

Coorientador

Pós-graduação

Saúde Coletiva - FMB

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução. Os avanços científicos e tecnológicos dos últimos anos levaram ao aumento da taxa de sobrevida de prematuros. Consequentemente, profissionais de saúde e pesquisadores passaram a direcionar sua atenção aos problemas e cuidados necessários para que essa população apresente um bom desenvolvimento. Apesar das pesquisas constatarem que prematuros podem apresentar prejuízos em todas as áreas do desenvolvimento, poucos autores se preocuparam em estudar o desempenho da escrita durante a fase escolar e a repercussão em sua qualidade de vida. Objetivos. Identificar, dentre variáveis clínicas, sociodemográficas e habilidades de integração visomotora, percepção visual e coordenação motora, fatores de risco e proteção para o desempenho e a qualidade da escrita de escolares prematuros, de 6 a 9 anos de idade, e sua possível associação com sua qualidade de vida. Método. Uma amostra de 26 crianças nascidas prematuras, em idade escolar, alfabetizadas, que frequentavam o Ambulatório de Seguimento de Prematuros de Muito Baixo Peso, foi avaliada a partir do Protocolo McMaster de Avaliação da Escrita. Suas habilidades de integração visomotora, percepção visual e coordenação motora foram avaliadas através do Beery-VMI e sua qualidade de vida, pelo Autoquestionnaire Qualité de Enfant Imagé (AUQEI). Foram coletados, também, dados sociodemográficos e clínicos, através dos prontuários médicos e completados com dados fornecidos pelas mães. Além da análise estatística descritiva e inferencial dos dados, foi feita a análise qualitativa das três crianças com o melhor desempenho e das três com o pior desempenho na avaliação da escrita. Resultados. A idade média das crianças foi de 8 anos, com idade média gestacional de 30,3 semanas e mais da metade eram muito baixo peso ao nascer. A maioria frequentava os três primeiros anos de escolas públicas. Nos testes de integração visomotora, coordenação motora e percepção visual, mais de 60% da amostra obteve pontuação na média e acima da média. Quanto à qualidade de escrita, a maioria das crianças apresentou na tarefa Ditado uma velocidade esperada para seu ano escolar, mas apenas 46,2%, conseguiu atingir velocidade esperada para o seu ano escolar na tarefa Cópia de perto e 96,2% da amostra apresentou erros de escrita, em especial desrespeito às regras ortográficas e omissão de letras, sílabas e palavras. Com relação à elaboração textual, apenas 7,7% das crianças produziu uma história incoerente, mas 23,1% das crianças escreveu um texto pobre em detalhes e 38,5% não inferiram qualidades aos personagens. A maioria das crianças avaliou que sua qualidade de vida não estava prejudicada. Os modelos de regressão múltipla, montados a partir de variáveis com significância de p < 0,20 nas análises bivariadas, evidenciaram que, a um nível de 0,05% de significância, crianças que tiveram um desempenho abaixo da média no teste de integração visomotora apresentaram mais prejuízos no espaçamento entre palavras que crianças com pontuação na média (0,042). Outras habilidades percepto-motoras mostraram tendência à significância (de 0,06 a 0,09) em velocidade de escrita na tarefa Cópia de perto e na tarefa Ditado. Conclusão. A análise qualitativa dos casos individuais reforçou a hipótese que o desempenho na escrita é um fenômeno multideterminado, em que tanto variáveis clínicas como ambientais, às vezes, atuando conjuntamente, podem influenciar na qualidade da escrita. Dentre todas as variáveis explanatórias contempladas, as habilidades percepto-motoras se mostraram importantes preditoras para a qualidade da escrita manual.

Resumo (inglês)

Introduction. Recent scientific and technological advances have led to an increase in premature children survival rate. Consequently, health professionals and researchers started to focus their attention on problems and care needed for a good development of this population. Although researches verify that premature children can present damage in all development areas, few authors concerned about studying handwriting performance during the school phase and its repercussion in their quality of life. Objective. Identifying, among clinical and sociodemographic variables, as well as visual-motor integration, visual perception and motor coordination, risk and protection factors for handwriting performance and quality of premature children, from 6 to 9 years old, and the possible association with quality of life. Method. A sample of 26 prematurely born children, school aged, literate, who were attending the follow-up clinic of very-low-weight premature, was assessed by The McMaster Handwriting Assessment Protocol. Their visual- motor integration, visual perception and motor coordination abilities were assessed with Beery-VMI and the quality of life was assessed with Autoquestionnaire Qualité de Enfant Imagé (AUQEI). The sociodemographic and clinical data were collected from patients charts and completed with data provided by the mothers. Besides descriptive and inferential data analysis, qualitative analysis was carried out with the three best performance children and the three worst performance ones in handwriting evaluation. Results. The average age of the children was 8 years old, with average gestational age of 30.3 weeks and more than a half were very-low-weight children. Most of them attended the three first years of public school. In visual-motor integration, motor coordination and visual perception tests, more than 60% of the sample was average and above average score. Regarding handwriting quality, most of the children presented a speed in accordance with the school year in the Dictation task, but only 46.2% could reach expected speed in the Close Copy task and 96.2% of the sample presented handwriting mistakes, especially considering orthographic rules, as well as words, syllables and letters omission. Concerning textual elaboration, only 7.7% of the children produced an incoherent story, but 23.1% of them wrote a text which was poor in details and 38.5% did not write qualities for the characters. Most of the children assessed their quality of life as not damaged. The models of multiple regression, built by variables with significance p < 0.20 in the bivariate analysis show that, to a significance level 0.05%, children who had below average performance in visual-motor integration presented more damages in the space between words than children with average score (0.042). Other perceptual-motor abilities show tendency to significance (from 0.06 to 0.09) in handwriting speed both in the Close Copy task and in the Dictation one. Conclusion. The qualitative analysis of individual cases strengthened the hypothesis that the performance in handwriting is a multidetermined phenomenon, in which both clinical variables and environmental ones, when acting together, may influence handwriting quality. Among all the explanatory variables observed, the perceptual-motor abilities can be considered important predictors for handwriting quality.

Descrição

Palavras-chave

Caligrafia (Ensino), Capacidade motora nas crianças, Fatores de risco, Qualidade de vida, Prematuros, Handwriting, Protection factors, Risk factors, Premature, Quality of life

Idioma

Português

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