Avaliação comparativa entre Endobon® associado ao i-PRF e enxerto de osso autógeno em seio maxilar humano: análise histomorfométrica

Abstract

A reabsorção do rebordo alveolar e pneumatização do seio maxilar podem impedir a instalação de implantes dentários na região posterior da maxila, sendo recomendada a elevação da membrana sinusal e utilização de enxertos ósseos. O osso autógeno é padrão ouro para reconstrução destas áreas, mas biomateriais foram desenvolvidos na tentativa de substituí-lo. Objetivos: avaliar através de análise histomorfométrica o comportamento do biomaterial Endobon® associado ao i-PRF, um fator de crescimento autólogo, e compará-lo ao enxerto exclusivamente de osso autógeno puro, descrever suas características e classificar a qualidade deste biomaterial para a enxertia óssea em seios maxilares de humanos. Materiais e métodos: foi determinado um grupo de 10 seios maxilares enxertados exclusivamente com Endobon® associado ao i-PRF (E + iPRF) e outro de 10 seios maxilares enxertados exclusivamente com osso autógeno (AB) seguindo a proporção de inserção 1:1. Para o preparo do i-PRF obteve-se 30mL de sangue periférico na fossa anticubial com scalps, o qual foi adicionado a uma centrífuga com um rotor horizontal em tubos de plástico de 10mL com aceleração de 2000g durante 3 minutos e com uma seringa em cm3 foi misturado o biomaterial Endobon® com o i-PRF na proporção 1:1. Para obtenção do osso autógeno coletado do ramo ascendente da mandíbula ou mento foi utilizada uma lâmina de bisturi, broca, irrigação com soro fisiológico, cinzéis, triturador ósseo e fios de sutura absorvíveis de poligalactina. Para acesso ao seio maxilar utilizou-se uma lâmina número 15 fazendo uma incisão crestal no osso maxilar e uma broca diamantada esférica com irrigação de soro fisiológico. Uma fenestração foi feita para acesso à membrana do seio maxilar, foram utilizados elevadores de membrana sinusal e então, a cavidade foi preenchida com os biomateriais propostos. Os implantes dentários foram feitos após 6 meses de reparo ósseo com um guia cirúrgico. Foram realizadas biópsias do material enxertado com brocas trefinas colocadas em solução de formalina tamponada na orientação ápico-coronal. Resultados: o grupo AB apresentou média de novo osso formado de 37,8% na região do osso intacto; 38,1% na região intermediária e 44,5% na região apical. Tecido conjuntivo: 57,6% em osso intacto; 58,8% na região intermediária e 54,0% na região apical. A mediana de biomaterial restante: 1,5 em osso intacto, 0,5 em região intermediária e 2,5 em região apical. O gruo E + i-PRF apresentou média de novo osso formado de 48,1% na região do osso intacto; 40,1 na região intermediária e 44,6% na região apical. Tecido conjuntivo: 47,3% em osso intacto; 48,8% na região intermediária e 48,3% na região apical. A mediana de biomaterial restante: 4,0 em osso intacto, 6,5 em região intermediária e 7,0 em região apical. Conclusão: o biomaterial E + i-PRF apresentou uma formação óssea e reabsorção semelhantes às do AB e não apresenta como desvantagem quantidade limitada em regiões intraorais nem necessidade de outro sítio cirúrgico para a remoção do material para enxerto. O biomaterial proposto é promissor na substituição do osso autógeno.

Resorption of the alveolar ridge and pneumatization of the maxillary sinus may prevent Resorption of the alveolar ridge and pneumatization of the maxillary sinus may prevent the installation of dental implants in the posterior region of the maxilla, and elevation of the sinus membrane and use of bone grafts are recommended. Autogenous bone is the gold standard for reconstructing these areas, but biomaterials have been developed in an attempt to replace it. Objectives: to evaluate, through histomorphometric analysis, the behavior of the Endobon® biomaterial associated with i-PRF, an autologous growth factor, and compare it to the graft exclusively made from pure autogenous bone, describe its characteristics and classify the quality of this biomaterial for bone grafting in human maxillary sinuses. Materials and methods: a group of 10 maxillary sinuses grafted exclusively with Endobon® associated with i-PRF (E + iPRF) and another of 10 maxillary sinuses grafted exclusively with autogenous bone (AB) were determined, following the 1:1 insertion ratio. To prepare the i-PRF, 30mL of peripheral blood was obtained from the anticubial fossa with scalps, which was added to a centrifuge with a horizontal rotor in 10mL plastic tubes with an acceleration of 2000g for 3 minutes and with a cm3 syringe. the Endobon® biomaterial was mixed with i-PRF in a 1:1 ratio. To obtain the autogenous bone collected from the ascending branch of the mandible or chin, a scalpel blade, drill, irrigation with saline solution, chisels, bone crusher and absorbable polygalactin suture threads were used. To access the maxillary sinus, a number 15 blade was used, making a crestal incision in the maxillary bone and a spherical diamond drill with saline irrigation. A fenestration was made to access the maxillary sinus membrane, sinus membrane elevators were used and then the cavity was filled with the proposed biomaterials. Dental implants were placed after 6 months of bone repair with a surgical guide. Biopsies of the grafted material were taken with trephine drills placed in a buffered formalin solution in the apico-coronal orientation. Results: the AB group presented an average of 37.8% of new bone formation in the intact bone region; 38.1% in the intermediate region and 44.5% in the apical region. Connective tissue: 57.6% in intact bone; 58.8% in the intermediate region and 54.0% in the apical region. The median amount of biomaterial remaining: 1.5 in intact bone, 0.5 in the intermediate region and 2.5 in the apical region. The E + i-PRF group presented an average of 48.1% of new bone formation in the intact bone region; 40.1 in the intermediate region and 44.6% in the apical region. Connective tissue: 47.3% in intact bone; 48.8% in the intermediate region and 48.3% in the apical region. The median amount of biomaterial remaining: 4.0 in intact bone, 6.5 in the intermediate region and 7.0 in the apical region. Conclusion: the E + i-PRF biomaterial presented bone formation and resorption similar to those of AB and does not present the disadvantage of limited quantity in intraoral regions nor the need for another surgical site to remove the graft material. The proposed biomaterial is promising in replacing autogenous bone.