Formas de carbono e suas relações com a disponibilidade de manganês para a cultura do milho

Abstract

A fração lábil do carbono orgânico do solo tem relação com a disponibilidade de nutrientes e permite avaliar mudanças de manejo em curto prazo. Dentre as formas do carbono lábil, o carbono oxidável em solução de permanganato de potássio (COxP) tem se mostrado uma das mais promissoras como indicadoras de qualidade do solo. Deste modo, os objetivos com este trabalho foram avaliar a interação do carbono orgânico total e do COxP com a disponibilidade de manganês para milho, assim como a resposta do milho à adubação com manganês via solo, em função do teor de COxP. Para atender aos objetivos propostos foram coletados solos em treze locais, na camada de 0-20 cm de profundidade, com variação nos teores de argila, matéria orgânica e manganês disponível. Os solos foram usados na condução de dois experimentos realizados em vasos, em casa de vegetação, utilizando o milho como planta teste. Ambos os experimentos foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado. No primeiro experimento os solos tiveram a acidez corrigida e receberam adubação completa menos manganês. As plantas cresceram por 39 dias, a parte aérea foi colhida e foram obtidos a produção de matéria seca (MS) e o manganês acumulado (Mnac). Considerando o conjunto dos treze solos as correlações obtidas entre COxP e Mnac foram baixas e, por isso, os solos foram agrupados com base no teor de argila em: solos arenosos e argilo-arenosos, com teor < 33%, e solos argilo-arenosos e argilosos, com teor ≥ 33%. Foram obtidas correlações entre as variáveis apenas para os solos com teor de argila <33%, e o teor de argila e o carbono oxidável por permanganato foram as variáveis que melhor explicaram a variação no Mnac. No segundo experimento foram usados três solos do grupo com teor de argila menor que 33%, os quais foram adubados com quatro doses de manganês (0, 2, 4 e 6 mg dm-3). Nesse experimento foi observado que, independentemente do COxP e do teor de Mn no solo, as plantas de milho não responderam à adubação e, ainda, cresceram mais e acumularam mais MS na condição sem adubação, indicando que há necessidade de trabalhar com um conjunto maior de solos para poder estabelecer relações mais sólidas entre a disponibilidade de Mn e as formas de carbono do solo.

The labile fraction of soil organic carbon is closely related to nutrient availability and provides a tool for assessing short-term management changes. Among the forms of labile carbon, potassium permanganate-oxidizable carbon (POxC) has emerged as one of the most promising indicators of soil quality. Therefore, the objectives of this study were to evaluate the interaction between total organic carbon and POxC with manganese availability for maize, as well as the response of maize to soil-applied manganese fertilization in relation to POxC levels. To achieve these objectives, soils were collected from thirteen locations at a depth of 0–20 cm, representing a range of clay content, organic matter, and available manganese levels. These soils were used in two experiments conducted in pots under greenhouse conditions, with maize as the test plant. Both experiments were set up in a completely randomized design. In the first experiment, soil acidity was corrected, and complete fertilization, excluding manganese, was applied. Plants grew for 39 days, after which shoot dry matter (DM) production and accumulated manganese (Mnac) were measured. Across all thirteen soils, correlations between POxC and Mnac were low. Thus, the soils were grouped based on clay content: sandy and sandy-loam soils with <33% clay, and sandy-loam and clayey soils with ≥33% clay. Correlations between variables were observed only for soils with <33% clay content. In these soils, clay content and POxC were the variables that best explained variations in Mnac. In the second experiment, three soils with <33% clay content were selected and fertilized with four manganese rates (0, 2, 4, and 6 mg dm³). Results showed that regardless of POxC levels and manganese content in the soil, maize plants did not respond to manganese fertilization. Moreover, they exhibited greater growth and higher DM accumulation in the unfertilized condition. This indicates the need for a larger set of soils to establish stronger relationships between manganese availability and soil carbon forms.