Publicação: A política externa russa no século XXI (2000-2024): um estudo de caso do conflito russo-ucraniano
Carregando...
Data
Orientador
Pecequilo, Cristina Soreanu
Coorientador
Pós-graduação
Relações Internacionais - IPPRI
Curso de graduação
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Tipo
Tese de doutorado
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
Resumo (português)
Durante os anos 1990 e início dos 2000, a Rússia buscou uma postura conciliatória para superar as divergências da Guerra Fria e harmonizar as relações com o ocidente. Contudo, a liderança ocidental – leia-se EUA e Europa – transferiu a rivalidade outrora dedicada a URSS para a Rússia. Diante da fragilidade russa pós dissolução da URSS, o ocidente expandiu a OTAN e a União Europeia para tradicional esfera de influência russa, tendo as duas instituições, praticamente, dobrado o número de membros com antigos aliados de Moscou. Paralelamente, a região asiática ressurge como polo de poder no cenário internacional com significativo crescimento econômico e consequentemente, também político. Moscou identifica a oportunidade e redireciona sua política externa para o oriente, aproximando-se, sobretudo, da China. A parceria formada com Pequim somada à recuperação econômica russa e diversificação das relações internacionais, possibilitou à Moscou uma atuação internacional mais assertiva na defesa de seus interesses, dentre eles, a manutenção e recuperação de sua influência no espaço pós-soviético. Assim, a Rússia interveio na Geórgia (2008) e na Ucrânia (2014) sob argumentos humanitários de proteção dos russos residentes no exterior. A resposta ocidental – leia-se sanções econômico-financeiras – foram (e são, até o momento) insuficientes para interromper as empreitadas russas. Tanto que em fevereiro de 2022, a Rússia sobe o tom e invade à Ucrânia, ainda sob sanções ocidentais devido a anexação da Crimeia em 2014. Essa pesquisa pretende, a partir de um Estudo do Caso do conflito russo-ucraniano e da aplicação da Análise de Política Externa, responder as seguintes perguntas: Qual o objetivo russo com a Guerra na Ucrânia? E como esse conflito contribui para a consecução dos objetivos da política externa russa? Para isso, estrutura-se em três partes: a primeira, apresenta a política externa russa de 2000 a 2024; a segunda, investiga o relacionamento russo-ucraniano de 1991 a 2021; e, a terceira, apresenta a invasão em larga escala na Ucrânia desde fevereiro de 2022 e analisa o(s) objetivo(s) russo com tal conflito. Parte-se da hipótese de que a política externa russa do século XXI, que inclui a Guerra na Ucrânia, objetiva, sobretudo, frear a influência ocidental no leste europeu bem como recuperar e manter a sua influência no espaço pós-soviético. Conclui-se, porém, que os objetivos russos com a Guerra na Ucrânia são ainda maiores: além de garantir a segurança nacional do país – nesse caso, exigindo um compromisso ucraniano de não adesão à OTAN – busca-se também revisar a liderança ocidental da ordem internacional que negligencia as preocupações securitárias russas e não a reconhece como equal partner.
Resumo (inglês)
During the 1990s and early 2000s, Russia sought a conciliatory stance to overcome Cold War differences and harmonize relations with the West. However, Western leadership – that is, the United States and Europe – transferred the rivalry that had once been focused on the USSR to Russia. Given Russia's weakness after the dissolution of the USSR, the West expanded NATO and the European Union into Russia's traditional sphere of influence, with both institutions practically doubling the number of members with former allies of Moscow. At the same time, the Asian region re-emerged as a center of power on the international scene, with significant economic and, consequently, political growth. Moscow identified the opportunity and redirected its foreign policy to the East, drawing closer, above all, to China. The partnership formed with Beijing, combined with Russia's economic recovery and diversification of international relations, enabled Moscow to act more assertively internationally in the defense of its interests, including the maintenance and recovery of its influence in the post-Soviet space. Thus, Russia intervened in Georgia (2008) and Ukraine (2014) under humanitarian arguments of protecting Russians living abroad. The Western response – read economic and financial sanctions – were (and are, to date) insufficient to stop Russian endeavors. So much so that in February 2022, Russia raised its tone and invaded Ukraine, still under Western sanctions due to the annexation of Crimea in 2014. Based on a Case Study of the Russian-Ukrainian conflict and the application of Foreign Policy Analysis, this research aims to answer the following questions: What is Russia's objective with the War in Ukraine? And how does this conflict contribute to the achievement of Russian foreign policy objectives? To this end, it is structured in three parts: the first presents Russian foreign policy from 2000 to 2024; the second investigates Russian-Ukrainian relations from 1991 to 2021; and the third presents the large-scale invasion of Ukraine since February 2022 and analyzes the Russian objective(s) with such conflict. It is based on the hypothesis that Russian foreign policy in the 21st century, which includes the War in Ukraine, aims, above all, to curb Western influence in Eastern Europe as well as to recover and maintain its influence in the post-Soviet space. It is concluded, however, that the Russian objectives with the War in Ukraine are even greater: in addition to guaranteeing the country's national security – in this case, demanding a Ukrainian commitment not to join NATO – it also seeks to review the Western leadership of the international order that neglects Russian security concerns and does not recognize it as an equal partner.
Resumo (espanhol)
Durante la década de 1990 y principios de la década de 2000, Rusia buscó una postura conciliadora para superar las diferencias de la Guerra Fría y armonizar las relaciones con Occidente. Sin embargo, los dirigentes occidentales –léase EE.UU. y Europa– trasladaron a Rusia la rivalidad que antaño tenía con la URSS. Ante la fragilidad de Rusia tras la disolución de la URSS, Occidente amplió la OTAN y la Unión Europea a la esfera de influencia tradicional de Rusia, y ambas instituciones prácticamente duplicaron el número de miembros con antiguos aliados de Moscú. Al mismo tiempo, la región asiática está resurgiendo como un centro de poder en la escena internacional con un importante crecimiento económico y, en consecuencia, político. Moscú identifica la oportunidad y reorienta su política exterior hacia el Este, acercándose, sobre todo, a China. La alianza formada con Pekín, combinada con la recuperación económica de Rusia y la diversificación de sus relaciones internacionales, permitió a Moscú actuar de manera más asertiva a nivel internacional en la defensa de sus intereses, incluido el mantenimiento y la recuperación de su influencia en el espacio postsoviético. Así, Rusia intervino en Georgia (2008) y Ucrania (2014) bajo argumentos humanitarios de proteger a los rusos residentes en el extranjero. La respuesta occidental – léase sanciones económicas y financieras – fue (y es hasta la fecha) insuficiente para detener las inversiones rusas. Tanto es así que en febrero de 2022, Rusia subió el tono e invadió Ucrania, todavía bajo sanciones occidentales debido a la anexión de Crimea en 2014. Esta investigación pretende, a partir de un Estudio de Caso del conflicto ruso-ucraniano y la aplicación del Análisis de Política Exterior, responder a las siguientes preguntas: ¿Cuál es el objetivo de Rusia con la Guerra en Ucrania? ¿Y cómo contribuye este conflicto al logro de los objetivos de la política exterior rusa? Para ello, se estructura en tres partes: la primera presenta la política exterior rusa desde 2000 hasta 2024; el segundo investiga la relación ruso-ucraniana desde 1991 hasta 2021; y el tercero presenta la invasión a gran escala de Ucrania desde febrero de 2022 y analiza los objetivos rusos con tal conflicto. La hipótesis es que la política exterior rusa en el siglo XXI, que incluye la guerra en Ucrania, tiene como objetivo, sobre todo, frenar la influencia occidental en Europa del Este, así como recuperar y mantener su influencia en el espacio postsoviético. Se concluye, sin embargo, que los objetivos rusos con la guerra en Ucrania son aún mayores: además de garantizar la seguridad nacional del país – en este caso, exigiendo el compromiso de Ucrania de no unirse a la OTAN – también busca revisar el liderazgo occidental del orden internacional que descuida las preocupaciones de seguridad rusa y no la reconoce como un socio igualitario.
Descrição
Palavras-chave
Rússia, Russia, Rusia, Guerra na Ucrânia, Guerra en Ucrania, War in Ukraine, Relacionamento russo-ucraniano, Russian Ukrainian relations, Relaciones ruso-ucranianas
Idioma
Português
Como citar
ALBUQUERQUE, Fernanda Patrícia Silva. A política externa russa no século XXI (2000-2024): um estudo de caso do conflito russo-ucraniano. Orientadora: Cristina Soreanu Pecequilo. 2025. 165 f. Tese (Doutorado em Relações Internacionais) – UNESP/UNICAMP/PUC-SP, Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais San Tiago Dantas, 2025.