Publicação:
Alterações no ângulo de fase e vetores de impedância bioelétrica em adultos envolvidos em programa de treinamento resistido

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Data

2020-10-30

Orientador

Gobbo, Luís Alberto

Coorientador

Pós-graduação

Ciências da Motricidade - FCT

Curso de graduação

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Dissertação de mestrado

Direito de acesso

Acesso abertoAcesso Aberto

Resumo

Resumo (português)

A impedância bioelétrica (BIA) é um método duplamente indireto de avaliação da composição corporal (CC), cada vez mais utilizado devido ao seu elevado custo-benefício. A BIA permite mensurar a água corporal total (ACT), agua intra e extracelular (AIC, AEC) , massa gorda (MG) e massa livre de gordura (MLG) por meio da mensuração dos biomarcadores de resistência (R) e reatância (Xc), os quais possibilitam o cálculo do ângulo de fase (AnF), um importante marcador de integridade celular. Tais marcadores são diretamente impactados pela idade, sexo, estatura e CC do indivíduo. A análise vetorial da BIA (BIVA) torna possível uma melhor classificação da CC dos indivíduos e, um método mais recente, conhecido como BIVA específica (BIVA.sp), se mostra superior neste quesito. A prática do treinamento resistido (TR), além de induzir alterações de força muscular (FM), também é conhecida por ser uma forte provedora de modificações na CC, induzindo assim, possível impacto nos biomarcadores. Com isso, dois artigos científicos foram produzidos visando elucidar esses efeitos. O primeiro artigo se tratou de uma revisão sistemática com metanálise com o objetivo de determinar os efeitos do TR nos parâmetros de BIA em idosos. Com o estudo registrado no PROSPERO e realizado seguindo as recomendações do PRISMA e adotando a estratégia PICOS, foram selecionados através dos principais meios de busca literária, ensaios clínicos randomizados que aplicaram algum protocolo de TR sistematizado no público idoso, e que reportaram alterações nos marcadores de BIA em comparação com um grupo controle inativo. Medição de qualidade metodológica e de evidência, bem como avaliação e extração de dados foram efetuadas independentemente pelos autores por meio da utilização da escala PEDro e sistema GRADE. Metanálise utilizando-se de um modelo de efeito-fixo foi realizada, calculando a diferença média (MD) agrupada e o intervalo de confiança (CI) entre o grupo TR e o grupo controle para cada uma das variáveis. Seis estudos, contendo totalmente 288 indivíduos adentraram a metanálise. Alterações de AnF entre aqueles que praticaram TR foram estatisticamente significantes (MD = 0.39; CI 95%: 0.27, 0.52; P <0.00001). Mudanças de Xc também foram significantes (MD = 3.53; CI 95%: 1.68, 5.39; P <0.0002). Variações de R significantes também ocorreram (MD = -25.48; CI 95%: -40.81, -10.14; P <0.001). A heterogeneidade foi classificada como baixa para todas as variáveis. Não foram encontrados sinais de viés de publicação e a qualidade metodológica geral foi classificada como de moderada a alta. Assim, conclui-se que o TR se mostra eficaz em elevar os valores de Xc e diminuir R, onde a combinação destes resulta em aumento no AnF de idosas. Já o segundo artigo foi um estudo original e teve como objetivo analisar e comparar o efeito de um programa de TR de 12 semanas sobre os parâmetros de FM e os vetores da BIVA.sp em mulheres jovens adultas e idosas. Para isso, 9 mulheres jovens adultas e 10 idosas foram submetidas a um programa de TR com 12 semanas de duração, onde foram avaliadas, em momentos pré e pós intervenção, por meio de BIA e dinamometria eletrônica, buscando coletar os valores de R, Xc e AnF, e de FM isométrica de preensão manual (FPM), extensão de tronco (FTR), membros superiores (FMS) e inferiores (FMI), e força total (FT). Medidas antropométricas foram também coletadas para cálculo de BIVA.sp, assim como valores de peso corporal, estatura e índice de massa corporal. Elipses de confiança foram produzidas para comparação entre grupos e momentos. Possíveis correlações entre as variáveis de BIA e FM foram também analisadas. Em comparação as idosas, as mulheres jovens, em momento inicial, apresentaram maiores valores de Xc (59,78 contra 43,70, em ohms) e AnF (5,33 contra 4,07, em graus), também de FMI (30,74 contra 22,19, em kg.f). Após o período de TR, as jovens apresentaram redução em R (Δ% -10,70 ± 5,74) e aumento de FMI (Δ% 26,39 ± 31,53) e FT (Δ% 21,76 ± 27,91). As idosas também tiverem redução em R (Δ% -9,92 ± 2,87), porém observou-se diminuição em FPM (Δ% -16,59 ± 10,27) e FMS (Δ% -10,8 ± 10,16). Na comparação entre os grupos, ao longo das semanas de TR, diferenças estatisticamente significantes foram percebidas para variáveis de FM (exceto FTR) e FT. Através da BIVA.sp, por meio de elipses de confiança, verificou-se que as mulheres jovens expuseram, inicialmente, valores clinicamente superiores AnF e Xc.sp, ainda que não estatisticamente significantes. Nas comparações entre momentos, e nas correlações entre as variáveis de BIA e FM não foram encontradas diferenças significantes. Conclui-se assim que o TR em pessoas jovens e idosas promoveu redução nos valores de R. Estas reduções aumentaram os valores de AnF, ainda que de modo apenas clinicamente relevante.

Resumo (inglês)

Bioelectrical impedance (BIA) is a doubly indirect method of assessing body composition (BC), which is increasingly used due to its high cost benefit. The BIA allows the measurement of total body water (TBW), intra and extracellular water (ECW, ICW), fat mass (FM) and fat free mass (FFM) by measuring the biomarkers of resistance (R) and reactance (Xc), which make it possible to calculate the phase angle (PA), an important marker of cell integrity. Such markers are directly impacted by the individual's age, sex, height and BC. The BIA vector analysis (BIVA) makes possible a better classification of BC of individuals and, a more recent method, known as specific BIVA (BIVA.sp), is superior in this regard. The practice of resistance training (RT), in addition to inducing changes in muscle strength (MS), is also known to be a strong provider of changes in BC, inducing so, a possible impact on biomarkers. Therefore, two scientific articles were produced aiming to elucidate these effects. The first study was a systematic review with meta-analysis in order to determine the effects of RT on BIA parameters in the elderly. With the study registered in PROSPERO and carried out following the recommendations of PRISMA and adopting the PICOS strategy, were selected by the principal means of literary search, randomized clinical trials that applied some RT protocol systematized in the elderly population, and who reported changes in the BIA markers compared to a control group inactive. Measurement of methodological quality and evidence, as well as evaluation and data extraction were carried out independently by the authors using the PEDro scale and the GRADE system. A meta-analysis using a fixed-effect model was performed, calculating the grouped mean difference (MD) and confidence interval (CI) between the RT group and control group for each of the variables. Six studies, with a total of 288 individuals, entered the meta-analysis. PA changes among those who practiced RT were statistically significant (MD = 0.39; CI 95%: 0.27, 0.52; P <0.00001). Changes in Xc were also statistically significant (MD = 3.53; CI 95%: 1.68, 5.39; P <0.0002). Statistically significant R variations also occurred (MD = -25.48; CI 95%: -40.81, -10.14; P <0.001). Heterogeneity was classified as low for all variables. No signs of publication bias were found and the general methodological quality was classified as moderate to high. Thus, it’s concluded that RT is effective in increasing the values of Xc and decreasing R, where the combination of these results in an increase in the AnF of elderly women. The second study was an original study and aimed to analyze and compare the effect of a 12-week RT program on the MS parameters and the BIVA.sp vectors in young adult and elderly women. For this, 9 young adult women and 10 elderly women were submitted to a 12-week RT program, where they were evaluated, in pre and post intervention, using BIA and electronic dynamometry, seeking to collect the values of R, Xc and PA, and isometric MS of handgrip (HGS), trunk extension (TRS), upper limbs (ULS) and lower limbs (LLS), and total strength (TS). Anthropometric measurements were also collected to calculate BIVA.sp, as well as body weight, height and body mass index values. Confidence ellipses were produced for comparison between groups and moments. Possible correlations between BIA and MS variables were also analyzed. In comparison to elderly women, young women, at an initial moment, presented higher values of Xc (59.78 against 43.70, in ohms) and PA (5.33 against 4.07, in degrees), also of LLS (30.74 against 22.19, in kg.f). After the RT period, young women showed a reduction in R (Δ% -10.70 ± 5.74) and an increase in LLS (Δ% 26.39 ± 31.53) and TR (Δ% 21.76 ± 27.91). The elderly women also had a reduction in R (Δ% -9.92 ± 2.87), but a decrease was observed in HGS (Δ% -16.59 ± 10.27) and ULS (Δ% -10.8 ± 10.16). In the comparison between the groups, over the weeks of RT, statistically significant differences were noticed for variables of MS (except TRS) and TS. Through BIVA.sp, with the use of confidence ellipses, it was found that young women initially exhibited clinically higher values of PA and Xc.sp, although not statistically significant. In the comparisons between moments, and in the correlations between the variables of BIA and FM, no significant differences were found. In conclusion, RT in young and elderly promoted reduction in R values. These reductions increased the ANF values, although only in a clinically relevant way.

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