Investigação do papel de polimorfismos do gene ADIPOQ na resposta à terapia anti-hipertensiva em Pré-eclâmpsia e identificação de novos genes relacionados à disfunção endotelial regulados pela metformina
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Data
Autores
Supervisor
Sandrim, Valéria Cristina 

Coorientador
Pós-graduação
Curso de graduação
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Editor
UNESP
Tipo
Relatório de pós-doc
Direito de acesso
Acesso aberto

Resumo
A pré-eclâmpsia (PE) é a principal causa global de mortalidade e morbidade materna e perinatal. Está associada à liberação dos fatores antiangiogênicos sFLT-1 e sENG, à redução do óxido nítrico (NO), à disfunção endotelial e ao aumento do risco cardiovascular. A adiponectina estimula a liberação de NO via ativação da eNOS, e polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) no gene ADIPOQ influenciam seus níveis circulantes. Como 40% das gestantes com PE não respondem à terapia anti-hipertensiva, a metformina surge como possível tratamento, por reduzir sFLT-1, sENG e melhorar a função endotelial. Na primeira linha do projeto avaliamos se SNPs e haplótipos do gene ADIPOQ afetam os níveis de adiponectina em síndromes hipertensivas gestacionais (SHG). Foram analisados: 1) níveis plasmáticos de adiponectina em gestantes saudáveis (HP), com hipertensão gestacional (GH) e PE; 2) associação dos SNPs rs266729, rs2241766 e rs1501299 com SHG; 3) influência desses SNPs nos níveis de adiponectina. Os níveis foram mais altos em PE comparado a HP. O genótipo GG (rs266729) foi ligado ao risco de GH, enquanto o CG pode proteger contra PE. Portadoras de CG e GG apresentaram mais adiponectina do que CC. O haplótipo “G, T, G” elevou os níveis em PE, e o “C, T, T” pode ter efeito protetor contra GH. Nenhum estudo anterior investigou a relação entre SNPs do gene ADIPOQ e a resposta à terapia anti-hipertensiva em PE. Analisamos, então, em 215 pacientes com PE: os níveis de adiponectina entre responsivas e não responsivas ao tratamento, os SNPs rs17300539, rs266729, rs2241766 e rs1501299, além dos respectivos haplótipos. Pacientes não responsivas apresentaram adiponectina mais elevada. O genótipo TG (rs2241766) foi mais frequente nas responsivas. As não responsivas com os genótipos GG, GA+AA, CC, TT, GT+TT e com os haplótipos “G, C, T, G” e “G, C, T, T” mostraram níveis mais altos que as responsivas com os mesmos perfis. A metformina apresenta potencial terapêutico na PE, por reduzir disfunção endotelial e induzir angiogênese, embora seus mecanismos moleculares ainda não estejam completamente elucidados. Na segunda linha do projeto, investigamos genes associados à disfunção endotelial modulada pela metformina em células endoteliais de veia umbilical humana (HUVECs), incubadas com plasma de gestantes com PE e tratadas com metformina. As células foram expostas a 20% de plasma de PE precoce ou tardio (n=10) e 1 µM de metformina por 48 horas. Após extração de RNA e RT-qPCR, avaliamos 17 genes-alvo e 2 genes endógenos. Em HUVECs incubadas com plasma de PE precoce, comparado ao tardio, CASP3 e END1 foram regulados negativamente, enquanto ALOX5 e SELE foram regulados positivamente. Em PE precoce comparada a PE precoce tratada com metformina, CASP3 foi regulado negativamente. Em PE tardio comparada a PE tardio tratada, VWF, ALOX5 e SELE foram regulados positivamente (VWF e SELE com P<0,05). Segundo o Reactome Pathways 2024, utilizando todos os genes que foram diferencialmente expressos em uma ou mais análises, a via de Organização de matriz extracelular foi a mais relevante. Concluímos então que SNPs e haplótipos do gene ADIPOQ afetam os níveis de adiponectina, a suscetibilidade à GH e PE, e a resposta ao tratamento. A metformina pode modular genes ligados à disfunção endotelial e à inflamação na PE.
Descrição
Palavras-chave
Adiponectina, Polimorfismo (Genética), Pré-eclâmpsia, Metforminas, Endotélio
Idioma
Português
Citação
PEREIRA, Daniela Alves. Investigação do papel de polimorfismos do gene ADIPOQ na resposta à terapia anti-hipertensiva em Pré-eclâmpsia e identificação de novos genes relacionados à disfunção endotelial regulados pela metformina. 2025. Relatório (Pós-doutorado) - Instituto de Biociências, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, 2025.

