Música e Geografia: a relação entre música instrumental e o urbano

Abstract

A música vem se constituindo como um objeto de estudo na Geografia brasileira. Entendida como expressão cultural, a música possui uma dimensão espacial que nas últimas décadas vem se apresentando como temática abordada pelas geógrafas e pelos geógrafos de nosso país. Originada e difundida no tempo e no espaço, a música é um veículo por meio do qual identidades conformam lugares, territórios e paisagens, e/ou consolidam diferenças, da mesma forma, pode nos permitir a compreensão de processos e dinâmicas sócioespaciais numa perspectiva mais ampla daquela tradicionalmente relacionada à linguagem científica, na medida em que incorpora uma das manifestações artísticas mais exploradas pela capacidade criativa do ser humano e a mais abstrata de todas as artes. Neste trabalho realizamos, num primeiro momento, um levantamento e posterior sistematização de teses e dissertações em Geografia da Música realizadas junto à programas brasileiros de pós-graduação em geografia. Essa escolha se deu devido ao fato de que, nas ciências sociais, essas pesquisas acadêmicas refletem o “Estado de Conhecimento” de um determinado tema e uma determinada disciplina e, por fim, em um determinado período. Num segundo momento realizamos um estudo de caso que buscou verificar como que o Festival de Música Instrumental de Araçatuba, o MIA, potencializa a manutenção de uma cena musical na cidade a partir da mobilização dos atores sociais envolvidos no processo, sobretudo no que tange à atuação da POESIS, Organização Sociais responsável por implantar políticas culturais no estado de São Paulo.