Mapeamento de estudos brasileiros sobre a escola promotora de saúde: um recorte de estudos sobre a família

Abstract

Atualmente, mais de 23% dos adultos e 80% dos adolescentes não praticam atividade física suficiente. Quando estabelecidas de forma precoce, os costumes relativos à atividade física saudável, o sedentarismo e os hábitos de sono ajudam a moldar hábitos através da infância, adolescência e idade adulta. Poucos estudos tratam sobre o tema de saúde na escola com a participação e envolvimento da família. Este estudo objetivou identificar e analisar os estudos produzidos no cenário brasileiro acerca das Escolas Promotoras de Saúde, com um olhar centrado na participação das famílias promovendo hábitos saudáveis. O estudo conta com o mapeamento da literatura a partir de um levantamento de teses e dissertações sobre hábitos saudáveis na escola publicados entre 2015 e 2020. Como resultados, foram identificados 12 estudos que abordam tanto a saúde como a família. Entre os temas mais trabalhados, foram identificados aspectos de analisas e discussão sobre o Programa Saúde na Escola, educação sexual, saúde bucal e práticas de autocuidado. Foram encontrados resultados que evidenciam estratégias e ações que as famílias são incluídas, participação da família e aspectos que dificultaram ou facilitaram a inclusão dentro das intervenções na escola. As dificuldades relatadas nesses projetos se referiram ao observou-se a questão da compreensão conceitual de saúde, a participação da família em atividades e propostas na escola, transferência dos cuidados dos filhos para a escola, falta de ações específicas para a participação dos pais e a falta de participação dos pais na vida dos filhos, enquanto aspectos facilitadores da realização desses projetos foram identificados a mudança de concepção sobre saúde por parte dos envolvidos nos projetos, o envolvimento da família, o papel das crianças como vetores de propagação de informações e cuidados sobre saúde e o papel dos pares (colegas) na difusão e influência para a participação em projetos e atividades voltadas à saúde na escola.

Nowadays, more than 23% of adults and 80% of adolescents do not practice enough physical activity. When established early, habits related to healthy physical activity, physical inactivity and sleeping habits help to shape habits through childhood, adolescence, and adulthood. Few studies address the issue of health at school with the participation and involvement of the family. This study aimed to identify and analyze the studies produced in the Brazilian scenario about Health Promoting Schools, with a focus on the participation of families promoting healthy habits. The study relies on mapping the literature from a survey of theses and dissertations on healthy habits in school published between 2015 and 2020. As a result, 12 studies were identified that address both health and family. Among the most developed themes, aspects of analysis and discussion about the Health at School Program, sexual education, oral health and self-care practices were identified. The results show strategies and actions that families are included, family participation and aspects that hindered or facilitated inclusion within school interventions. The difficulties reported in these projects referred to the issue of conceptual understanding of health, the participation of the family in activities and proposals at school, the transfer of children's care to school, the lack of specific actions for the participation of parents and the lack of parental participation in the lives of children, while facilitating aspects of carrying out these projects, the change in conception of health by those involved in the projects was identified, family involvement, the role of children as vectors for the spread of information and care about health and the role of peers (colleagues) in disseminating and influencing participation in health-related projects and activities at school.