O percurso Isotópico da maldade em Grande sertão: veredas

Abstract

Esse estudo tem por objetivo examinar como se dá o percurso isotópico da maldade em Grande sertão: veredas de Guimarães Rosa; para tanto, valemo-nos do escopo teórico da semiótica de linha francesa. Aplicamos, dessa forma, o conceito de isotopia ressignificado por Greimas; Courtés (1979, p. 245-248) e Bertran (2003, p. 187-188), no quadro da teoria semiótica, como a permanência de um efeito de sentido ao longo da cadeia do discurso, respondendo, portanto, pela sua coerência semântica (temática e figurativa). Além do escopo teórico desses precursores, buscamos também revisitar as discussões propostas por José Luiz Fiorin (2008, 2018, 2020), Diana Luz Pessoa de Barros (2001) e nos modelos de análise aplicadas, apresentados por ambos, acerca do percurso gerativo de sentido, com especial atenção à semântica discursiva. Uma vez que o foco de nossa análise é o percurso isotópico da maldade, nos atemos a observar como os lexemas se comportam no léxico da língua, ou seja, como esse traço sêmico é disseminado a partir do discurso de Riobaldo. À medida que Riobaldo narra seus causos ao jovem doutor da cidade, as pessoas, a natureza e os locais vão sendo projetados pela sintaxe discursiva e passam a ser tematizados, recebendo assim um investimento figurativo.

This study aims to analyse how the isotopic trajectory of evil takes place in Grande Sertão: veredas by Guimarães Rosa; thereby, we use the French theoretical scope. Thus, we apply the concept of isotopy resignified by Greimas; Courtés (1993, p. 197-198) and Bertran (2003, p. 187-188), in the semiotic theory framework, as the continuation of an effect of meaning along the discurse chain, therefore responding to its semantic coherence (thematic and figurative). Besides the theoretical scope from these precursors. We also seek to revisit the discussions proposed by José Luiz Fiorin (2008, 2018, 2020), Diana Luz Pessoa de Barros (2001) and in the models of applied analysis, presented by both, regarding the generative trajectory of meaning, with special attention to discursive semantics. Once the focus of our analysis is the isotopic trajectory of evil, we are committed to observe how the lexemes behave in the language’s lexicon, in other words, how this semic trait is disseminated from Riobaldo’s speech. As Riobaldo narrates his stories to the young doctor of the city, people, nature and places are projected by the discursive syntax and they become thematized receiving then a figurative investiment.