Publicação:
Associação entre idade de introdução de alimentos ultraprocessados e estado nutricional de bebês com 1 ano de idade: estudo CLaB

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2024-11-06

Orientador

Gomes, Caroline de Barros

Coorientador

Pós-graduação

Curso de graduação

Botucatu - FMB - Enfermagem

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Tipo

Trabalho de conclusão de curso

Direito de acesso

Acesso restrito

Resumo

Resumo (português)

Introdução: A alimentação nos primeiros dois anos de vida é decisiva para o crescimento e desenvolvimento da criança, bem como para a formação de hábitos e manutenção da saúde, refletindo na vida adulta. De acordo com o Guia alimentar para crianças brasileiras menores de 2 anos, os alimentos ultraprocessados “não devem ser oferecidos à criança e devem ser evitados pelos adultos”. O consumo dessa classe de alimentos gera uma maior ingestão de energia e carboidratos, e menor ingestão de fibras, proteína e da maioria dos micronutrientes, tendo sido associado a desfechos adversos de saúde, como excesso de peso corporal. Objetivos: Investigar a associação entre a idade de introdução de alimentos ultraprocessados no primeiro ano de vida e o estado nutricional de bebês aos doze meses. Metodologia: Estudo de coorte prospectiva com 656 bebês nascidos entre 2015-2016 realizado em Botucatu, São Paulo. Os dados foram coletados ao decorrer do primeiro ano de vida em sete momentos: 1) recrutamento e coleta sociodemográfica na primeira semana de vida, em um serviço de triagem neonatal, com assinatura de termo de consentimento livre e esclarecido (CAAE- 67214217.5.0000.541); 2) entrevista telefônica aos dois meses sobre a introdução de 48 itens alimentares; 3) visita domiciliar aos três meses para coleta de dados antropométricos e atualização da introdução alimentar; 4) repetição da coleta alimentar aos quatro meses; 5, 6 e 7) coleta de dados alimentares e antropométricos aos seis, nove e doze meses. Os alimentos foram agrupados em dezenove categorias, sendo que nove foram ultraprocessados. O estado nutricional foi avaliado pelo escore-z de IMC/idade, utilizando o software Anthro e avaliado segundo as recomendações da OMS (2006). A associação entre a idade de introdução de ultraprocessados e o estado nutricional aos 12 meses foi analisada por regressão linear, com significância estatística definida como p<0,05 no software SPSS v.20.0. Resultados: Aos 12 meses foram entrevistadas 518 mães / bebês, sendo que em torno da metade (49,3%) já não estava mais em aleitamento materno exclusivo (AME) aos três meses de idade. Dentre os alimentos introduzidos de maneira mais precoce, estiveram a fórmula láctea (mediana = 70 dias), as frutas e os sucos de frutas (ambos com idade mediana de introdução de 150 dias). Já o grupo do pão, biscoitos salgados e pizza foi o que teve o consumo mais tardio (330 dias). Em relação a consumir pelo menos alguns alimentos dos grupos investigados até os 12 meses de idade, 90,9% dos bebês consumiram algum alimento do grupo do queijo, iogurte e petit suisse, frente a 9,8% que consumiram margarina ou requeijão. Em relação ao estado nutricional, 14,3% dos bebês estavam com excesso de peso e pouco mais de um quarto (26,1%) em risco de sobrepeso aos 12 meses de idade e 95,4% com estatura adequada para a idade. Não foi encontrada associação entre a idade de introdução do consumo dos grupos de alimentos ultraprocessados e o escore-z de IMC/idade aos 12 meses. Conclusão: Foi elevado o percentual de bebês com um ano de idade em risco de sobrepeso e o consumo de ultraprocessados ocorreu em quase todos os bebês (97,9%) nesse período, ainda que de forma mais tardia comparada aos outros alimentos. Ainda que não tenha sido encontrada associação entre idade de introdução desse grupo de alimentos e o estado nutricional dos bebês com um ano de idade, os achados apontam para a necessidade de atenção dos profissionais de saúde acerca das orientações dos profissionais de saúde no que tange a alimentação complementar.

Resumo (inglês)

Introduction: Feeding in the first two years of life is decisive for the growth and development of the child, as well as for the formation of habits and maintenance of health, reflecting on adult life. According to the Food Guide for Brazilian children under 2 years old, ultra-processed foods "should not be offered to children and should be avoided by adults". The consumption of this class of foods generates a higher intake of energy and carbohydrates, and lower intake of fiber, protein, and most micronutrients, and has been associated with adverse health outcomes such as excess body weight. Objectives: To investigate the association between the age at which ultra-processed foods are introduced in the first year of life and the nutritional status of babies at twelve months. Methodology: A prospective cohort study with 656 babies born between 2015 and 2016 was conducted in Botucatu, São Paulo. Data were collected during the first year of life at seven moments: 1) recruitment and sociodemographic collection in the first week of life in a public service that focuses on the care of infants in the municipality, with the signing of an informed consent form (CAAE- 67214217.5.0000.541); 2) telephone interview at two months about the introduction of 48 food items; 3) home visit at three months to collect anthropometric data and update food introduction; 4) repeat food collection at four months; 5, 6 and 7) collection of food and anthropometric data at six, nine and twelve months. The foods were grouped into nineteen categories, nine of which were ultra-processed. Nutritional status was assessed by the BMI/age z-score, using the Anthro software and assessed according to the WHO recommendations (2006). The association between the age of introduction of ultra-processed foods and nutritional status at 12 months was analyzed by linear regression, with statistical significance defined as p<0.05 in the SPSS v.20.0 software. Results: At 12 months, 518 mothers/babies were interviewed, and approximately half (49.3%) were no longer exclusively breastfed (EBF) at three months of age. Among the foods introduced earliest were formula milk (median = 70 days), fruits and fruit juices (both with a median age of introduction of 150 days). The bread, crackers and pizza group was the one that was consumed the latest (330 days). Regarding the consumption of at least some foods from the groups investigated up to 12 months of age, 90.9% of the babies consumed some food from the cheese, yogurt and petit suisse group, compared to 9.8% who consumed margarine or cream cheese. Regarding nutritional status, 14.3% of babies were overweight and just over a quarter (26.1%) were at risk of overweight at 12 months of age, and 95.4% were of adequate height for their age. No association was found between the age at which ultra-processed food groups were introduced and the BMI/age z-score at 12 months. Conclusion: The percentage of one-year-old babies at risk of overweight was high, and consumption of ultra-processed foods occurred in almost all babies (97.9%) during this period, although later compared to other foods. Although no association was found between the age of introduction of this food group and the nutritional status of one-year-old babies, the findings point to the need for health professionals to pay attention to the guidelines of health professionals regarding complementary feeding.

Descrição

Idioma

Português

Como citar

SIQUEIRA, Julia Silva. Associação entre idade de introdução de alimentos ultraprocessados e estado nutricional de bebês com 1 ano de idade: estudo CLaB. Orientador: Caroline de Barros Gomes. 2024. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Enfermagem) - Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP). 2024.

Itens relacionados

Unidades

Departamentos

Cursos de graduação

Programas de pós-graduação