Nunca pensei nisso como problema: estudo sobre gênero e uso de benzodiazepínicos na estratégia saúde da família

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2011-12-16

Autores

Rabelo, Ionara Vieira Moura [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

No Brasil, existe um alto consumo de medicamentos benzodiazepínicos (BZD), maior entre as mulheres, principalmente, idosas. A dependência ao BZD ocorre com o apoio do sistema de saúde, que permite a prescrição e repetição de receitas por tempo prolongado. Contribuem para esta prática: a hegemonia do discurso biomédico sem problematizar a categoria gênero e demais indicadores sociais; a falta de uma legislação e fiscalização mais eficazes, sobre o comércio e dispensação de BZD. Percebe-se que as práticas de atenção à saúde reafirmam uma objetivação do corpo feminino, contribuindo para a medicalização das relações de gênero. Essa pesquisa objetiva investigar a interface saúde mental e gênero, dentro das práticas de cuidado das equipes da estratégia saúde da família (ESF), com foco, na utilização de ansiolíticos. Esse estudo utilizou a pesquisa-ação, contemplando dois momentos: uma aproximação e diagnóstico do campo, utilizando metodologia quantitativa e, logo após, uma proposta de intervenção com metodologia qualitativa. Transversaliza esse estudo, a perspectiva de gênero que tenta compreender como as relações e dinâmicas sociais são capazes de atualizar-se, para promover uma organização social da diferença sexual. A pesquisa foi realizada em seis equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) de duas cidades brasileiras: Assis e Goiânia. No primeiro momento, de diagnóstico, foram avaliados todos os prontuários de usuários e usuárias dos ansiolíticos Diazepam e Clonazepam, das seis ESF selecionadas, aplicando um questionário que avaliava questões relacionadas ao uso de BZD, totalizando 132 participantes
In Brazil, there is a high consumption of Benzodiazepine-based medicine (BZD), greater among women, mostly elderly ones. Dependence on BZD happens with the support of the healthcare system, which allows repeated prescriptions over a long period of time. The following also contribute to this practice: the hegemony of the biomedical speech without problematizing the gender category and other social indicators; the lack of a more effective legislation and control of the commerce and dispense of BZD. It is noticed that the healthcare practices reassure an objectivation of the female body, contributing to medicalization of the gender relations. This research aims to investigate the interface between mental health and gender within the practices of the healthcare teams of the Family Health Strategy (FHS), with a focus on anxiolytics. This study made use of action research, considering two moments: a field approach and diagnosis using quantitative methodology and then an intervention proposal with qualitative methodology. This study is transversed by a gender perspective that tries to understand how the social relationships and dynamics are capable of updating themselves in order to promote a social organization of sexual difference. The research was accomplished in six teams of the Family Health Strategy (FHS) from two Brazilian cities: Assis and Goiania. At the first stage, that of diagnosis, all the anxiolytic Diazepam and Clonazepam users were evaluated, from the six FHS selected, by means of a questionnaire that assesses issues related to the use of BZD, in a total of 132 participants

Descrição

Palavras-chave

Genero, Saúde pública, Saude mental, Benzodiazepínicos, Família - Saúde e higiene, Mental health. eng, Family health, Benzodiazepines

Como citar

RABELO, Ionara Vieira Moura. Nunca pensei nisso como problema: estudo sobre gênero e uso de benzodiazepínicos na estratégia saúde da família. 2011. 190 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Letras de Assis, 2011.