As revoltas dos trabalhadores em Jirau (RO): degradação do trabalho represada na produção de energia elétrica na Amazônia

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2014-05-15

Autores

Alves, José [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O Brasil se insere na temporalidade da crise estrutural do capital nesse início de século XXI, vivenciando um processo intenso de reorganização do capitalismo nacional, denominado de “Novo Desenvolvimentismo”. Dentre as estratégias do Estado há a retomada do planejamento nos governos petistas, tanto nos mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, como de Dilma Rousseff, sendo o PAC o programa articulador, como no caso da política de infraestrutura energética. É nessa conjuntura que a Amazônia se reinsere como a nova fronteira hidroenergética a partir da transformação da mercantilização da natureza em territórios do hidronegócio-energético, como as UHEs de Jirau e Santo Antônio, no Complexo Hidrelétrico Madeira (RO). O problema norteador da investigação constitui-se em evidenciar qual o papel da Amazônia na produção de energia hidrelétrica, bem como quais mediações e formas de controle do trabalho são mantidas entre capital, trabalho e Estado para a construção desses empreendimentos, enquanto expressões da irracionalidade sistêmica do capital. Disso, objetiva-se analisar a superexploração do trabalho atrelada à construção da UHE de Jirau e os conflitos decorrentes das revoltas de trabalhadores nos anos de 2011 e 2012. São nas complexas relações espaço-temporais postas em movimento que o desigual e o combinado, enquanto relações de controle e de superexploração do trabalho, se expressam no território revelando momentos distintos da história, porém consentâneos de (des)realização do capital, ou seja, a partir de mecanismos de acumulação primitiva e acumulação/reprodução ampliada do capital. Condições análogas à de trabalho escravo, intensa migração e mobilidade do trabalho, força de trabalho excedente à disposição do capital, mecanismos de degradação, precarização, fundamentados na superexploração e nos descumprimentos contratuais etc...
Brasil se encuentra temporalmente incluido en la crisis estructural del capital del comienzo del siglo XXI, viviendo un proceso intenso de reorganización del capitalismo nacional, denominado “Nuevo Desarrollismo”. Una de las estrategias del Estado ha sido retomar la planificación en los gobiernos petistas, tanto en el mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como en el de Dilma Rousseff, y el PAC su programa articulador, como en el caso de la política de infraestructura energética. Es en esta coyuntura que la región Amazónia surge como la nueva frontera hidroenergética a partir de la transformación y de la mercantilización de la naturaleza en territorios del hidronegocio energético, como las UHEs de Jirau y Santo Antonio, en el Complejo Hidroeléctrico Madera (RO). La preocupación de la investigación es entender cuál es el papel de Amazonia en la producción de energía hidroeléctrica y también qué medidas y formas de control del trabajo prevalecen entre capital, trabajo y Estado para la construcción de esos emprendimientos, muestras de la irracionalidad sistémica del capital. El objetivo de la tesis es analizar la superexplotación del trabajo en la construcción de la UHE de Jirau y los conflictos sucesivos a las revueltas de trabajadores en los años 2011 y 2012. El movimento de las complejas relaciones espacio temporales de control y superexplotación del trabajo, nos muestra como el desenvolvimiento desigual y lo combinado del capitalismo se expresan en el territorio, revelando momentos distintos de la historia, no obstante convergentes de (des)realización del capital, o sea, a partir de mecanismos de acumulación primitiva y acumulación/reproducción ampliada del capital. Condiciones análogas a las de trabajo esclavo, intensa migración y movilidad del trabajo...
Brazil fits into the temporality of capital structural crisis in the beginning of the XXI century, experiencing an intense reorganization of the national capitalism, called new developmentalism. Among the strategies of the State is the recovering of planning in PT governments, both in terms of Luiz Inácio Lula da Silva, as well as Dilma Rousseff’s, being PAC the articulator program,as in the case of energy infrastructure policy. It is at this conjuncture that the Amazon reinstates itself as the new hydropower frontier from the transformation of the commodification of nature in territories of hydro-energy business, such as the hydropower plants of Jirau and Santo Antônio, in the Madeira Hydroelectric Complex (RO). The guiding problem of the research consists in highlighting what role the Amazon is in the production of hydroelectric power, as well as which mediations and forms of labour control are maintained among capital, labour and State for the construction of these projects, as expressions of systemic irrationality of capital. Thus, the objective is to analyse labour exploitation linked to the construction of the UHE of Jirau and the conflicts arising from the riots of workers in the years 2011 and 2012. It is in the complex temporal-space relations set in motion that the uneven and the combined , as relations of control and overexploitation of labour, are expressed in the territory revealing distinct moments in history, although consistent (de)realization of capital, that is, from mechanisms of primitive accumulation and expanded capital accumulation/reproduction. Slave-like work, intense migration and labour mobility, surplus labour available to the capital, mechanisms of degradation, impoverishment, based on overexploitation and contractual breaches etc...

Descrição

Palavras-chave

Usina hidrelétrica de Jirau, Geografia, Geografia - Amazônia, Trabalho - Amazônia, Trabalhadores, Geography

Como citar

ALVES, José. As revoltas dos trabalhadores em Jirau (RO): degradação do trabalho represada na produção de energia elétrica na Amazônia. 2014. 671 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, 2014.