Prova de Trabalho de Parto Após uma Cesárea Anterior

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2002-01-01

Autores

Calderon, Iracema de Mattos Paranhos [UNESP]
Frade, Jacqueline Leite [UNESP]
Abbade, Joelcio Francisco [UNESP]
Diniz, Carolina Prado [UNESP]
Dalben, Ivete [UNESP]
Rudge, Marilza Vieira Cunha [UNESP]

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia

Resumo

Objetivo: estudar a validade da prova de trabalho de parto (PTP) em gestantes com uma cesárea anterior. Métodos: estudo retrospectivo, tipo coorte, incluindo 438 gestantes com uma cesárea anterior ao parto em estudo e seus 450 recém-nascidos (RN), divididas em dois grupos - com e sem PTP. O tamanho amostral mínimo foi de 121 gestantes/grupo. Considerou-se variável independente a PTP e as dependentes relacionaram-se à ocorrência de parto vaginal e à freqüência de complicações maternas e perinatais. Foram efetuadas análises uni e multivariada, respectivamente. A comparação entre as freqüências (%) foi analisada pelo teste do qui-quadrado (chi²) com significância de 5% e regressão logística com cálculo do odds ratio (OR) e do intervalo de confiança a 95% (IC95%). Resultados: a PTP associou-se a 59,2% de partos vaginais. Foi menos indicada nas gestantes com mais de 40 anos (2,7% vs 6,5%) e nas portadoras de doenças associadas e complicações da gravidez: síndromes hipertensivas (7,0%) e hemorragias de 3º trimestre (0,3%). A PTP não se relacionou às complicações maternas e perinatais. As gestantes que tiveram o parto por cesárea, independente da PTP, apresentaram maior risco de complicações puerperais (OR = 3,53; IC95% = 1,57-7,93). A taxa de mortalidade perinatal foi dependente do peso do RN e das malformações fetais e não se relacionou à PTP. Ao contrário, as complicações respiratórias foram mais freqüentes nos RN de mães não testadas quanto à PTP (OR = 1,92; IC95% = 1,20-3,07). Conclusões: os resultados comprovaram que a PTP em gestantes com uma cesárea anterior é estratégia segura - favoreceu o parto vaginal em 59,2% dos casos e não interferiu com a morbimortalidade materna e perinatal. Portanto, é recurso que deve ser estimulado.
Purpose: to study trial of labor (TOL) for vaginal birth after one previous cesarean section. Methods: this is a retrospective cohort study that included 438 pregnant women with one previous cesarean section and their 450 newborns. They were divided into two groups - with and without TOL. The minimum sample size was 121 pregnant mothers per group. TOL was considered as an independent variable and vaginal birth and maternal and perinatal complication frequency as dependent variables. Both univariate and multivariate analyses were performed. The comparison of observed frequencies (%) was analyzed by the chi-squared test (chi²) with 5% significance, and linear regression from the odds ratio (OR) and confidence interval of 95% (CI95%). Results: TOL was used in 59.2% of vaginal deliveries. It was less used in women over 40 years (2.7% vs 6.7%) and in those with clinical or obstetrical diseases such as arterial hypertension (7.0%) and bleeding in the third trimester (0.3%). There was a higher risk for puerperal complications with cesarean deliveries (OR = 3.53, CI 95% = 1.57-7.93), independent of TOL. Perinatal mortality was dependent on neonatal weight and fetal malformations, not on TOL. Newborns from mothers not submitted to TOL were at a higher risk for developing breathing complications (OR = 1.92 CI 95% = 1.20-3.07). Conclusions: The results confirm that trial of labor after a previous cesarean section is a safe method - assisting vaginal delivery in 59.2% of births and not interfering with maternal and perinatal mortality. It is a treatment that should be stimulated.

Descrição

Palavras-chave

Prova de trabalho de parto, Cesárea prévia, Complicações do parto, Mortalidade perinatal, Cesárea, Trial of labor, Previous cesarean section, Maternal and perinatal complications

Como citar

Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia, v. 24, n. 3, p. 161-166, 2002.