O muro da escola: pichar ou pintar

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Data

2001

Autores

Silva, José Marcos Romão da [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Com o objetivo de evitar as pichações tão freqüentes nos muros e paredes das escolas públicas, desenvolvo com alunos há quatro anos uma proposta educacional de pintura mural. Esse tipo de proposta é executado em forma de mutirão, com a participação espontânea dos alunos das escolas públicas, coordenados por estudantes de Educação Artística da Unesp de Bauru e consiste em uma seqüência de pinturas alinhadas lado a lado, cobrindo toda a extensão da área a ser ocupada. Para que exista uma unidade no conjunto, é previamentre escolhido um tema e selecionadas as cores que serão utilizadas. Para a escolha das obras que serão pintadas nos muros, tenho utilizado duas metodologias: a) uma consiste na criação das obras pelos alunos de Educação Artística, que as ampliam sobre o muro e as pintam com a ajuda dos alunos das escolas públicas; b) outra que consiste na seleção de trabalhos realizados pelos próprios alunos das escolas públicas e sua posterior ampliação pelos alunos de Educação Artística e subseqüente pintura em conjunto. Em relação à segunda opção temos observado que a escolha dos trabalhos provoca uma certa rivalidade entre os alunos das escolas, fato que estamos analisando se é positivo ou não. Já em relação à primeira proposta, apesar de dar a impressão que os alunos das escolas participam apenas como mão-de-obra auxiliar, constatei que os estudantes não têm tal apreciação sobre sua participação, inclusive fazendo questão de assinarem nos quadros em que participam, numa clara demonstração de que se sentem co-autores dos trabalhos. Temos alternado as propostas com o intuito de melhor comparar os resultados. Porém, independente dos critérios utilizados na escolha das obras que deverão ser pintadas nos muros das escolas, após serem pintados deixaram de ser pichados, sendo que no caso do primeiro ao ser pintado, há quatro anos atrás, apesar da pintura já estar um pouco desbotada, permanece ainda sem nenhuma pichação. Segundo depoimentos de diretores e professores das escolas atendidas, após o trabalho de pintura mural os alunos passam a demonstrar mais respeito pelo ambiente em que estudam porque se identificam com a atividade feita de forma não autoritária.

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