Efeitos agudos da cafeína sobre a resposta autonômica cardíaca e parâmetros cardiorrespiratórios após exercício aeróbio

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Data

2017-02-20

Autores

Gonzaga, Luana Almeida [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Introdução: o café é uma das bebidas mais consumidas em todo o mundo e sua identidade, em grande parte, se caracteriza pela cafeína, esta por sua vez se tornou famosa pela sua ação estimuladora, sendo a sua suplementação uma das estratégias ergogênicas mais investigadas na literatura científica, entretanto, quando aplicada na recuperação pós-exercício seus efeitos ainda não foram totalmente elucidados. Objetivo: verificar o efeito agudo aguda da cafeína sobre a modulação autonômica e parâmetros cardiorrespiratórios na recuperação pós-exercício em jovens saudáveis, considerando também a capacidade cardiorrespiratória dos indivíduos. Materiais e Métodos: 32 jovens do sexo masculino foram submetidos a três protocolos: teste de esforço máximo; protocolos placebo e cafeína que consistiram na ingestão de 300 mg de cafeína ou placebo (amido) em cápsulas, seguido de 15 minutos de repouso, 30 minutos de exercício em esteira a 60% do consumo de oxigênio pico (VO2pico), seguido de 60 minutos de recuperação em decúbito dorsal. Os índices de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e os parâmetros cardiorrespiratórios foram determinados em diferentes momentos durante os protocolos. Resultados: a cafeína se demonstrou capaz de retardar a recuperação parassimpática, avaliado pelos índices RMSSD e SD1 (efeito de momento p=0,000), e promoveu um retardo da recuperação da pressão arterial (PA) às condições basais (efeito de momento p=0,000), entretanto, não influenciou o comportamento da frequência respiratória, saturação de oxigênio e sobre os índices de VFC no domínio da frequência (p>0,05). Quando levada em consideração a capacidade cardiorrespiratória dos voluntários, classificados e divididos de acordo com o VO2pico: grupo acima: VO2pico > 42,46 ml/kg/min e grupo baixo: VO2pico < 42,46 ml/kg/min, não foram observadas diferenças significativas entre os grupos (p>0,05) e na interação momento vs. protocolo (p>0,05) para os índices nos domínios do tempo e frequência, exceto para a relação LF/HF que apresentou diferenças significantes na interação momento vs. protocolo (p<0,05). O grupo abaixo ao realizar o protocolo cafeína apresentou uma recuperação mais tardia dos índices RMSSD e SD1 em relação ao protocolo placebo e ao grupo acima (efeito de momento p=0,001). Conclusões: a ingestão prévia da cafeína antes da realização de exercício físico aeróbio de intensidade moderada retardou a recuperação do componente parassimpático do controle autonômico da FC, assim como a recuperação da PA a níveis basais em jovens submetidos a um exercício de moderada intensidade. Em indivíduos com menor capacidade cardiorrespiratória a ingestão prévia da cafeína também retardou a recuperação do componente parassimpático durante a recuperação pós-exercício.
Introduction: coffee is one of the most consumed beverages in the world and its identity, in large part, is characterized by the caffeine. It’s also became famous for being stimulating and your supplementation is the most ergogenic strategies investigated in scientific literature, however when it is applied in the post-exercise recovery its effects have not yet been fully elucidated. Objective: to verify the acute influence of caffeine on autonomic modulation and cardiorespiratory parameters in post-exercise recovery in healthy young volunteers, considering also their cardiorespiratory capacity. Materials and Methods: 32 young males were submitted to: cardiopulmonary exercise testing; placebo protocol and caffeine protocol, that consisted of 15 minutes of rest, 30 minutes of exercise on a treadmill to 60% of peak oxygen consumption (VO2peak), followed by 60 minutes of recovery. Heart rate variability (HRV) indices and cardiorespiratory parameters were determined at different times during the protocols. Results: caffeine was shown to be capable of delaying parasympathetic recovery, evaluated by the RMSSD and SD1 indices (effect of time p= 0.000), and promoted a delay in the recovery of blood pressure (BP) at the baseline conditions (effect of time p= 0.000), but did not influence respiratory rate, oxygen saturation and frequency-domain HRV indices. When considering the volunteers cardiorespiratory capacity, classified and divided according to their VO2peak: group above: VO2peak > 42.46 ml/kg/min and low group: VO2peak <42.46 ml/kg/min, no significant differences were observed between the groups (p > 0.05) and in interaction (group vs. moment) (p > 0.05) for the indices in time and frequency domain HRV indices, except for the LF/HF relationship that presented significant differences in interaction (group vs. moment) (p < 0.05). The low group performed the caffeine protocol with a later recovery of the indexes that reflect the parasympathetic heart rate (HR) control (RMSSD and SD1) in relation to the placebo protocol and to the above group (effect of time p= 0.000). Conclusions: caffeine was shown to be capable of delaying the parasympathetic recovery, evaluated by the RMSSD and SD1 indexes, promoted delayed recovery of BP at baseline conditions; however it did not influence the behavior of respiratory rate, oxygen saturation. In individuals with lower cardiorespiratory capacity, previous caffeine intake also delayed the parasympathetic recovery during post-exercise.

Descrição

Palavras-chave

Cafeína, Sistema nervoso autônomo, Exercício, Recuperação de função fisiológica, Aptidão física, Caffeine, Autonomic nervous system, Exercise, Recovery of physiological function, Physical fitness

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