O cavaleiro do sonho: uma releitura do mito de Dom Quixote na literatura brasileira infantojuvenil

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Data

2018-02-05

Autores

Ribeiro, Alessandra Silva

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Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O livro Dom Quixote de La Mancha, do escritor espanhol Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), publicado nos anos de 1605 (Primeiro Livro) e 1615 (Segundo Livro), é considerado por muitos como a obra que marcou o início do romance moderno e tem sua história conhecida mundialmente. O sucesso de Dom Quixote foi preconizado pelo próprio escritor, registrado no prólogo de seu Segundo Livro. Sua interpretação ao longo de quatro séculos de existência revela leituras variadas, sendo que dentre elas acentua-se a de viés romântico. Neste estudo abordamos um breve panorama da história de divulgação da obra e de Cervantes e de sua expansão pelo mundo, tornando-o um dos livros mais conhecidos pela humanidade. Sua divulgação se expande por fronteiras além-literárias, como adaptações presentes nos diferentes campos artísticos: teatro, cinema, música, pintura, entre outros. Enfocamos uma de suas adaptações literárias infantojuvenis, realizada pela escritora brasileira Ana Maria Machado, intitulada O Cavaleiro do Sonho: as aventuras e desventuras de Dom Quixote de La Mancha (2005), que dialoga interartisticamente com a pintura, pois é ilustrada pela série Dom Quixote (1956), de Candido Portinari. O contato com a história também ocorre pela esfera da oralidade, constituindo-se no mito de Dom Quixote, ou seja, a história desprende-se do papel para habitar o campo do imaginário coletivo. Averiguamos a perspectiva adotada pela escritora Ana Maria Machado em relação a sua releitura da história de Cervantes pela via do mito. Para isso adotamos uma perspectiva analítica que se vale da mitocrítica, dos estudos cervantistas, da teoria literária e dos estudos da linguagem para a análise do componente interdisciplinar ressaltado pela autora.
The novel Don Quixote de La Mancha, by the Spanish writer Miguel de Cervantes Saavedra (1547-1616), first published in 1605 (Volume 1) and 1615 (Volume 2), is acknowledged by many literary critics as the milestone of the modern novel, and its plot is known worldwide. The success of Don Quixote was foreboded by the own author, reported in the prologue of Volume 2. The interpretation of Don Quixote’s narrative over its four centuries of existence unveils multiple analysis, of which, among them, the romantic bias one is emphasized. In this dissertation we have approached a brief overview on the trajectory of the dissemination of the aforementioned novel, also regarding the novelist himself, as well as its diffusion throughout the world, growing into one of the most famous books in mankind. Its diffusion goes beyond literary boundaries, such as existing adaptations in several artistic fields like drama, cinema, music, painting, among others. We have emphasized one of its adaptations to children’s literature, made by the Brazilian authoress Ana Maria Machado, entitled O Cavaleiro do Sonho: as aventuras e desventuras de Dom Quixote de La Mancha (2005), which dialogues interartistically with painting, since its illustrations were taken from the series of paintings Dom Quixote (1956), by the Brazilian painter Candido Portinari. The bonding with the narrative also takes place via the field of orality, forming the Myth of Don Quixote. We have investigated Ana Maria Machado’s point of view concerning her adaptation of Cervantes’ diegesis by means of the myth. To this end, we have utilized an analytical perspective that makes use of Myth Criticism, Cervantic studies, Theory of Literature and Language Studies in order to substantiate the interdisciplinary element stressed by the authoress.

Descrição

Palavras-chave

Miguel de Cervantes, Ana Maria Machado, Candido Portinari, Mito de Dom Quixote, The myth of Don Quixote, Relações interartes, Interartistic relations

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