Grandes objetos na Amazônia: das velhas lógicas hegemônicas às novas centralidades insurgentes, os impactos da Hidrelétrica de Belo Monte às escalas da vida

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Data

2017-08-25

Autores

Padinha, Marcel Ribeiro

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Esta tese analisou os impactos socioespaciais às escalas da vida das pessoas atingidas, por um “grandes projeto”, a UHE Belo Monte, construída no rio Xingu, Amazônia brasileira. Estes “grandes objetos” promovem a re(des)estruturação dos territórios onde são implantados, causando fortes impactos as espacialidades existentes e historicamente constituídas de ribeirinhos, camponeses, indígenas, bem como de moradores da periferia da cidade de Altamira – Pará – Amazônia. Analisamos então a força “espoliadora” destes grandes empreendimentos sobre as populações “subalternizadas”, a partir de uma proposição teórica de base escalar, que envolve considerar o espaço como “polimorfo”. Espaço-espacialidade, a técnica e a escala foram usados como instrumentais metodológicos para a realização da leitura de nossa realidade empírica. Os impactos à escala da vida das pessoas “desterritorializadas” seja na mobilidade seja na imobilidade se fazem sentir, tendo em vista à condição espacial de pertencimento, apropriação e identificação que diferentes sujeitos exercem junto a seus territórios e lugares. Não obstante, como respostas a esse processo espoliador, são verificados uma série de estratégias de luta e resistência em relação a projetos de cunho “desenvolvimentistas”. Apesar da condução da obra com mãos de ferro, por parte do Estado brasileiro, constituiu-se forte oposição ao projeto UHE Belo Monte. Movimentos Sociais de distintas escalas de atuação, de diferentes locais no planeta, juntaram-se aos impactados de Altamira e região, constituindo, assim, um grande campo de enfrentamento contra a concepção “biopolítica” aplicada pelo governo brasileiro e pelo capital nacional e internacional. Esse enfrentamento feito a partir dos pobres do campo e da cidade e pelas populações tradicionais, sob a liderança dos movimentos sociais (“Movimento Xingu Vivo Para Sempre”, “Movimento de Mulheres”) de Altamira e região, somados a importante atuação do Ministério Público Federal, Defensoria Pública do Estado do Pará e a atuação de ONGs (como Instituto Socioambiental), lutou e luta para garantir que a territorialidade e lugaridade dos sujeitos socioespacialmente atingidos, pelo conjunto de obras e ações que deram origem a UHE Belo Monte possa, de alguma forma, ser compensada. Uma intensa e duradoura luta social se travou/trava na região do Xingu para que os efeitos des(re)estruturadores deste “grande projeto” possam ser (de alguma maneira) compensados. Essa luta dos sujeitos hegemonizados/subalternizados a qual chamou-se “centralidades insurgentes”, que se estabeleceu entre sujeitos de poder político e econômico (acentuadamente) assimétrico e desigual, estando o Estado brasileiro e o Capital de um lado e, estando do outro os socioespacialmente atingidos e sua rede de proteção, gerou profundos conflitos de natureza espacial. Em que pese as importantes conquistas dos movimentos sociais e dos atingidos, a força do “estado de exceção” usado para implantar UHE Belo Monte pelo Governo Brasileiro, em pleno período democrático, promoveu impactos à escala da vida das pessoas que são imensurável e irreparável. Implicando a necessidade de proposição e de investimentos em outras e novas formas (fontes) de geração de energia no Brasil e na Amazônia como caminho para superação deste quadro de espoliações, que é produto do “ajuste espacial” do capitalismo.
This thesis analyzed socio-spatial impacts on the life scales of people affected by a "big project", the Belo Monte HPP, built on the Xingu River, Brazilian Amazon. These "great objects" promote the re - de - structuring of the territories where they are implanted, causing a strong impact on the existing and historically constituted spatiality of river dwellers, peasants, natives, as well as residents of the outskirts of the city of Altamira - Pará - Amazônia. We then analyze the "spoiling" force of these large enterprises on "subalternized" populations, based on a scalar-based theoretical proposition, which involves considering space as a "polymorph". Space-spatiality, technique and scale were used as methodological tools for the realization of the reading of our empirical reality. The life-scale impacts of "deterritorialized" people on both mobility and immobility are felt in view of the spatial condition of belonging, appropriation and identification that different subjects carry out in their territories and places. Nonetheless, as a response to this spillover process, a series of strategies of struggle and resistance are verified in relation to "developmentalist" projects. Despite the Brazilian government's hand in hand with iron hands, it was a strong opposition to the Belo Monte HPP project. Social Movements of different scales of action, from different places on the planet, joined the impacted ones of Altamira and region, constituting, therefore, a great field of confrontation against the "biopolitical" conception applied by the Brazilian government and the national and international capital. This confrontation was carried out by the rural and urban poor and by the traditional populations, under the leadership of the social movements ("Xingu Movement Vivo Para Semper", "Women's Movement") of Altamira and region, together with the important work of the Public Ministry Federal, Public Defender of the State of Pará and the work of NGOs (as a Socio-Environmental Institute), fought and struggled to ensure that the territoriality and place of the socio-residents affected by the set of works and actions that gave rise to Belo Monte HPP somehow, be compensated. An intense and enduring social struggle has caught on in the Xingu region so that the (re) structuring effects of this "big project" can be (somehow) offset. This struggle of the hegemonized / subalternized subjects, which was called "insurgent centralities", was established between subjects of politically and economically (asymmetric) and unequal economic power, the Brazilian State and Capital being on one side and, on the other spatially affected and its protection network, has generated deep conflicts of a spatial nature. Despite the important achievements of social movements and those affected, the strength of the "state of exception" used to implant Belo Monte Power Plant by the Brazilian Government, in the midst of a democratic period, has promoted impacts on the scale of people's lives that are immeasurable and irreparable. Implicating the need to propose and invest in other and new forms (sources) of energy generation in Brazil and the Amazon as a way to overcome this scenario of spoliation, which is a product of the "spatial adjustment" of capitalism.
Cette thèse a analysé les impacts socio-spatiaux sur les échelles de vie des personnes affectées par un «grand projet», le HPP de Belo Monte, construit sur la rivière Xingu, en Amazonie brésilienne. Ces « grands objets » favorisent re (dé) structuration des territoires où ils sont déployés, provoquant des conséquences graves en bordure existants et historiquement constitué spatialité, paysans, indigènes, ainsi que les habitants de la périphérie de la ville d'Altamira - Pará - Amazon. puis analysé la force « prédateurs » de ces grands projets sur les populations « sous-officier » d'une base théorique échelle proposition, qui consiste à considérer l'espace comme « polymorphes ». Espace-spatialité, technique et échelle ont été utilisés comme outils méthodologiques pour la réalisation de la lecture de notre réalité empirique. Les impacts sur l'échelle de la vie des gens « dépossédés » est la mobilité dans l'immobilité se fait sentir, en vue de la condition spatiale d'appartenance, la propriété et l'identification des différents sujets exercent sur leurs territoires et lieux. Néanmoins, en réponse à ce processus de débordement, une série de stratégies de lutte et de résistance sont vérifiées par rapport à des projets «développementalistes». Malgré la main de fer du gouvernement brésilien, c'était une forte opposition au projet de Belo Monte HPP. Les mouvements sociaux de différentes gammes de performance, de différents endroits de la planète, ont rejoint l'impact et de la région d'Altamira, constituant ainsi un cours de confrontation majeure contre conception « biopolitique » appliquées par le gouvernement brésilien et la capitale nationale et internationale. Cette confrontation fait des pauvres à la campagne et la ville et les populations traditionnelles, sous la direction des mouvements sociaux ( « Xingu Vivo Mouvement pour toujours », « Mouvement des femmes ») d'Altamira et de la région, a ajouté le rôle important du ministère public Bureau du défenseur public fédéral de l'État du Pará et les activités des ONG (telles que l'Institut socio-environnemental), se sont battus et se battent pour faire en sorte que la territorialité et lugaridade ceux soumis socioespacialmente touchés, le nombre d'œuvres et les actions qui ont conduit à UHE Belo Monte peut en en quelque sorte, être compensé. Une lutte sociale intense et durable s'est installée dans la région de Xingu afin que les effets (re) structurants de ce «grand projet» puissent être (en quelque sorte) compensés. Cette lutte des sujets hegemonizados / subordonné qui a été appelé « insurgés centralité » établi entre les sujets de (forte) politique et économique puissance asymétrique et inégale, avec l'Etat brésilien et la capitale d'un côté et, de l'autre la spatialement affecté et son réseau de protection, a généré des conflits profonds de nature spatiale. En dépit des réalisations importantes des mouvements sociaux et atteint la force du « état d'exception » utilisé pour déployer UHE Belo Monte par le gouvernement brésilien, dans la période démocratique, l'impact a promu l'échelle de la vie des gens qui sont incommensurables et irréparables. Ce qui implique la nécessité de proposer et d'investissements dans d'autres et de nouvelles formes (sources) de production d'électricité au Brésil et l'Amazonie comme un moyen de surmonter ce cadre de butin, qui est le produit du capitalisme « solution spatiale ».
Esta tesis analizó los impactos socioespaciales a las escalas de la vida de las personas afectadas, por un "gran proyecto", la UHE Belo Monte, construida en el río Xingu, Amazonia brasileña. Los "grandes objetos" promueven la reestructura de los territorios donde se implantan, causando fuertes impactos las espacialidades existentes e históricamente constituidas de ribereños, campesinos, indígenas, así como de moradores de la periferia de la ciudad de Altamira - Pará - Amazonia. Analizamos entonces la fuerza "espoliadora" de estos grandes emprendimientos sobre las poblaciones "subalternizadas", a partir de una proposición teórica de base escalar, que implica considerar el espacio como "polimorfo". La espacialidad, la técnica y la escala se utilizaron como instrumentos metodológicos para la realización de la lectura de nuestra realidad empírica. Los impactos a la escala de la vida de las personas "desterritorializadas" ya sea en la movilidad o en la inmovilidad se hacen sentir, teniendo en vista la condición espacial de pertenencia, apropiación e identificación que diferentes sujetos ejercen junto a sus territorios y lugares. No obstante, como respuestas a ese proceso espoliador, se verifican una serie de estrategias de lucha y resistencia en relación a proyectos de cuño "desarrollistas". A pesar de la conducción de la obra con manos de hierro, por parte del Estado brasileño, se constituyó una fuerte oposición al proyecto UHE Belo Monte. Los movimientos sociales de distintas escalas de actuación, de diferentes lugares en el planeta, se unieron a los impactados de Altamira y región, constituyendo así un gran campo de enfrentamiento contra la concepción "biopolítica" aplicada por el gobierno brasileño y por el capital nacional e internacional. Este enfrentamiento hecho a partir de los pobres del campo y de la ciudad y por las poblaciones tradicionales, bajo el liderazgo de los movimientos sociales (Movimiento de Mujeres) de Altamira y región, sumados a la importante actuación del Ministerio Público (Por ejemplo, el Instituto Socioambiental), luchó y lucha para garantizar que la territorialidad y lugar de los sujetos socioespacialmente afectados, por el conjunto de obras y acciones que dieron origen a la UHE Belo Monte, alguna forma, ser compensada. Una intensa y duradera lucha social se trabó / traba en la región del Xingu para que los efectos des (re) estructuradores de este "gran proyecto" puedan ser (de alguna manera) compensados. Esta lucha de los sujetos hegemonizados / subalternizados a la que se llamó "centralidades insurgentes", que se estableció entre sujetos de poder político y económico (acentuadamente) asimétrico y desigual, estando el Estado brasileño y el Capital de un lado y, estando del otro, socioespacialmente afectados y su red de protección, generó profundos conflictos de naturaleza espacial. En cuanto a las importantes conquistas de los movimientos sociales y de los afectados, la fuerza del "estado de excepción" usado para implantar a Belo Monte por el Gobierno brasileño, en pleno período democrático, promovió impactos a la escala de la vida de las personas que son inmensurables e irreparables. En el caso de Brasil, en la Amazonia, el proceso de superación de este cuadro de espolones, que es producto del "ajuste espacial" del capitalismo, implica la necesidad de proposición y de inversiones en otras y nuevas formas (fuentes) de generación de energía en Brasil y en la Amazonia.

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Palavras-chave

Socioespacialmente atingidos, Amazônia, UHE Belo Monte, Escalas da vida, Grandes projetos, Socio-spatial affected, Amazon, Scales of life, Great projects, Socioespacialmente alcanzado, Amazonas, Escalas de la vida, Grandes proyectos, Socio-spatial affected, Amazon, Les échelles de la vie, Grands projets

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