Disponibilidade de fósforo e produtividade de soja em rotação com braquiária ruziziensis

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Data

2018-05-21

Autores

Almeida, Danilo Silva [UNESP]

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Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

O cultivo de braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) em sistemas de rotação de culturas tem sido sugerido como uma estratégia para aumentar a ciclagem e disponibilidade de fósforo no solo. Foi avaliado um experimento de longa duração em Botucatu/SP, Brasil, em que a braquiária tem sido cultivada na entressafra de soja (Glycine max) desde 2006, com a aplicação de 0, 30 e 60 kg ha-1 de P2O5. Inicialmente, foi testada a hipótese de que o cultivo de braquiária durante a entressafra pode aumentar a disponibilidade de fósforo no solo. A concentração de fósforo no solo extraído com resina foi maior no solo após a braquiária do que no solo com pousio. Surpreendentemente, o teor foliar de fósforo e a produtividade da soja foram menores após a braquiária do que após pousio. Em função dos resultados observados no primeiro capítulo deste estudo, foi conduzido um experimento com o objetivo de mensurar as frações de fósforo disponíveis para plantas de milho (Zea mays) cultivadas após a braquiária, e avaliar a adsorção e dessorção de fósforo no solo. Amostras de solo do experimento de campo foram coletadas para condução de um experimento em vaso, especialmente para possibilitar uma adequada amostragem de raízes de milho. Novamente, a concentração de fósforo extraído com resina não teve correlação com a resposta das plantas. Por meio da calorimetria de titulação isotérmica foi possível verificar uma menor dessorção e maior adsorção de fósforo no solo cultivado com braquiária do que no solo mantido em pousio, possivelmente devido ao acúmulo de fósforo orgânico e maior interação da matéria orgânica no solo com os óxidos de ferro e alumínio. Uma vez que o acúmulo de fósforo orgânico pode resultar em menor disponibilidade de fósforo no solo, um terceiro estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar o fósforo orgânico no solo cultivado com braquiária, principalmente o mio-inositol hexafosfato, considerado uma das formas menos disponíveis de fósforo no solo. O mio-inositol hexafosfato foi separado com cromatografia líquida de alta performance após oxidação dos extratos de solo com hipobromito. A braquiária resultou em menor concentração de mio-inositol hexafosfato no solo do que o pousio; apesar disso, o menor acúmulo deste composto não é suficiente para evitar a menor disponibilidade de fósforo no solo. A falta de correlação do fósforo extraído com resina e a resposta das plantas em rotação com braquiária estimulou a condução de uma pesquisa, apresentada no Capítulo 4, com o objetivo de avaliar a cinética de dessorção do fósforo. Por meio do método de gradiente de difusão de fósforo em finas membranas, foi possível observar que o cultivo de braquiária resulta em menor disponibilidade de fósforo devido à redução da mobilidade e menor ressuprimento do fósforo da fase sólida para a solução do solo, o que por sua vez ajuda a explicar como é difícil estimar a disponibilidade de fósforo com os métodos usuais de extração de fósforo, que não levam em consideração estes fatores determinantes da disponibilidade de fósforo. A persistência destes resultados é um indicativo de que não é possível obter aumento da disponibilidade de fósforo no solo com o cultivo de braquiária ruziziensis.

Descrição

Palavras-chave

Urochloa ruziziensis, Pousio, Calorimetria de titulação isotérmica, mio-Inositol hexafosfato, Gradiente de difusão em finas membranas

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