A reação inflamatória nas meninges desencadeada pela punção subaracnoidea através da pele tatuada pode evoluir para aracnoidite adesiva?

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2019-04-12

Autores

Silva, Ronaldo Antonio da

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Justificativa e objetivo: Cada vez mais o anestesiologista se depara com a necessidade de decidir por realizar ou não bloqueio de neuroeixo através da pele tatuada, já que o número de pessoas com tatuagem tem aumentado. Neste estudo foi avaliado se a punção subaracnoidea sobre área tatuada provoca alterações inflamatórias agudas nas meninges e medula espinal e se pode evoluir para aracnoidite adesiva. Material e Método: 42 coelhos machos foram divididos, aleatoriamente, em 3 grupos de 14 animais: G1, punção subaracnoidea através de pele não tatuada e injeção de solução salina, cativeiro 30 dias; G2, punção subaracnoidea através de pele tatuada e injeção de solução salina, cativeiro 30 dias; G3, punção subaracnoidea através de pele tatuada e injeção de solução salina, cativeiro 360 dias. Os animais foram anestesiados com cloridrato de xilazina e cloridrato de cetamina e realizou se punção subaracnoidea, guiada por ultrassom, no espaço intervertebral entre S1 – S2, com injeção de solução salina 0,2mL. Após período de cativeiro os animais foram sacrificados, sob anestesia, por decapitação e a porção lombossacra da medula espinal foi removida para análise histológica. Resultados: Nenhuma alteração histológica foi encontrada nos animais do grupo 1. Onze animais do grupo 2 apresentaram focos de infiltrado inflamatório linfocitário perivascular na pia-máter e/ou aracnoide. No grupo 3, oito coelhos apesentaram infiltrado inflamatório linfocitário ou linfoplasmocitário perivascular e também nas meninges, associado ou não ao espessamento e à adesão da pia-máter e aracnoide em alguns casos e cinco coelhos apresentaram, apenas, espessamento da pia-máter. Conclusão: A punção subaracnoidea, através da pele tatuada de coelhos, desencadeia alterações inflamatórias agudas nas meninges e evolui para aracnoidite adesiva.
Background and Objectives: As the number of people with tattoos has been increasing, anesthesiologists are more and more faced with the decision to perform a neuraxial blockage through tattooed skin. In this study, we evaluated the possibility of puncture through tattooed skin determines acute inflammatory changes in the meninges and spinal cord and later evolve into adhesive arachnoiditis. Method: Forty-two male rabbits were randomized into 3 equal groups of 14: G1, spinal puncture through non-tattooed skin and saline solution injection; G2, spinal puncture through tattooed skin and saline solution injection, captive for 30 days; G3, spinal puncture through tattooed skin and saline solution injection, captive for 360 days. The animals were anesthetized and ultrasound-guided spinal puncture was performed in the intervertebral spaces between S1–S2. During the period of captivity, the animals were clinically assessed for sensitivity and motor function. After that, they were sacrificed and the lumbosacral portion of the spinal cord was excised for histological analysis. Results: No histological changes were found on group 1. Eleven animals from group 2 presented with foci of perivascular lymphocytic inflammatory infiltrate in the pia mater and/or arachnoid. In Group 3, 8 rabbits presented with inflammatory changes in the meninges, which were associated with thickening and/or adhesion of the pia mater and arachnoid in some cases and 5 rabbits presented only thickening of pia-mater. Conclusions: Spinal puncture through tattooed skin of rabbits can trigger acute inflammatory changes in the meninges and evolve into adhesive arachnoiditis.

Descrição

Palavras-chave

síndromes neurotóxicas, tatuagem, raquianestesia, aracnoidite adesiva, coelhos, neurotoxicity syndromes, tattooing, spinal anesthesia, arachnoiditis, rabbits

Como citar