Narrativas autobiográficas: uma análise comparativa entre a obra literária Hospício é Deus: diário I (1965) e o documentário audiovisual Santiago (2007)

Imagem de Miniatura

Data

2019-08-30

Autores

Volcean, Tamiris Tinti

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Resumo

Maura Lopes Cançado, uma escritora de carreira breve, publicou, em 1965, sua primeira obra, Hospício é Deus: diário I, um diário autobiográfico sobre seus dias de clausura em instituições psiquiátricas, dando ênfase para as críticas ao sistema manicomial. Por outro lado, João Moreira Salles, em 2007, lançou o documentário Santiago, no qual revisita a própria história por meio das lembranças do mordomo que trabalhou para os Moreira Salles por mais de três décadas. As duas obras em questão, Hospício é Deus: diário I (1965) e Santiago (2007) foram selecionadas para compor o corpus das análises comparativas desta pesquisa, uma vez que se constituem como narrativas singulares com traços autobiográficos a partir da perspectiva de Vapereau (1876) e Leonor Arfuch (2002), autores que ampliam as definições do gênero, chamando de autobiografia todo discurso cujo autor teve a intenção, secreta ou confessa, de contar trechos ou partes inteiras de sua vida. Intenciona-se, portanto, partindo da perspectiva comparativa destes discursos autobiográficos construídos a partir de sistemas sígnicos distintos, promover uma reflexão acerca dos limites normativos deste gênero do discurso, assim como uma ponderação sobre a conceituação tradicionalista proposta por Lejeune (1975) e as implicações da necessidade restritiva de um pacto para posicionar um discurso no espaço biográfico que reúne as narrativas do eu.
Maura Lopes Cançado, a short career writer, published in 1965 her first work, Hospício é Deus: diário I, an autobiographical diary about her cloistered days in psychiatric institutions, with emphasis on criticism of the asylum system. On the other hand, João Moreira Salles released, in 2007, the documentary Santiago, in which he revisits his own history through the memories of the butler who worked for the Moreira Salles for more than three decades,. The two works in question, Hospício é Deus: diário I (1965) and Santiago (2007) were selected to compose the corpus of comparative analyzes of this research, since they constitute singular narratives with autobiographical traits from the perspective of Vapereau 1876) and Leonor Arfuch (2002), authors who expand the definitions of the genre, calling autobiography every speech whose author had the intention, secret or confessed, to tell parts or whole parts of his life. It is therefore intended, starting from the comparative perspective of these autobiographical discourses constructed from distinct sign systems, to promote a reflection on the normative limits of autobiography as a genre of discourse, as well as a consideration of the traditionalist conceptualization proposed by Lejeune (1975) and the implications of the restrictive need for a pact to position a discourse in the biographical space that brings together the narratives of the self.

Descrição

Palavras-chave

Autobiografia, Espaço biográfico, Maura Lopes Cançado, João Moreira Salles, Pacto autobiográfico, Gêneros do discurso, Dialogismo, Autobiography, Biography, Autobiographic pact, Discourse genres, Dialogism

Como citar